No pior semestre para a bolsa brasileira desde a crise de 2008, em que o Ibovespa perdeu 22,14%, um grupo de 40 fundos de ações conseguiu resultados positivos para seus cotistas. Metade deles deu rendimento superior ao CDI. Como regra, aqueles que conseguiram oferecer ganhos apostaram em companhias que independem do cenário macroeconômico seja aqui ou lá fora. Tiveram, porém, de contar com uma ajuda crucial de uma parcela vendida ("short", no jargão do mercado) da carteira - ou seja, que apostava na queda de determinados papéis.
No pior semestre para a bolsa brasileira desde a crise de 2008, em que o Ibovespa perdeu 22,14%, um grupo de 40 fundos de ações conseguiu resultados positivos para seus cotistas. Metade deles deu rendimento superior ao CDI. Como regra, aqueles que conseguiram oferecer ganhos apostaram em companhias que independem do cenário macroeconômico seja aqui ou lá fora. Tiveram, porém, de contar com uma ajuda crucial de uma parcela vendida ("short", no jargão do mercado) da carteira - ou seja, que apostava na queda de determinados papéis.
Levantamento feito pelo Valor Data mostra que o fundo mais rentável, com retorno de 23,44% no semestre, foi o Bradesco FIA BDR Nível 1, beneficiado por dois vetores: está fora de ativos locais e ainda contou com a ajuda da alta do dólar. Esse fundo investe em papéis de empresas americanas negociados na bolsa local por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDRs).
O outro fundo com bom retorno, de 8,44%, foi do IP Value Hedge, da gestora Investidor Profissional. Esse fundo investe em BDRs e também se beneficiou das companhias estrangeiras, porém contou ainda com a possibilidade de ter algumas posições vendidas aqui, o que ajudou a elevar os ganhos. Pedro Andrade, sócio da IP, conta que os ganhos na parte comprada vieram de BDRs como os de Wells Fargo, Cisco, IBM e Google.
Entre as poucas ações negociadas na BM&FBovespa que tiveram desempenho bem positivo nos primeiros seis meses do ano, Cielo, Kroton e Embraer estão entre as que mais ajudaram gestores a obter resultados positivos.
"Na ponta comprada, não apostamos de forma significativa em ações que fossem depender muito do ambiente econômico", diz Alexandre Silvério, gestor de renda variável da Quest Investimentos. A ideia foi eleger empresas que tivessem capacidade de atravessar bem qualquer cenário ou que estivessem num bom momento por razões específicas da própria companhia, e não em função de questões macroeconômicas. O oposto disso norteou algumas escolhas na ponta vendida, na qual apareceram setores como varejo, construção, petróleo e gás.