Entre os inúmeros desafios que um casal enfrenta ao iniciar a vida a dois estão as questões financeiras. Namorados, noivos ou casados, eles têm que decidir, juntos, como vão gerenciar as finanças. Entre as decisões importantes está a decisão sobre manter ou não uma conta conjunta.
Entre os inúmeros desafios que um casal enfrenta ao iniciar a vida a dois estão as questões financeiras. Namorados, noivos ou casados, eles têm que decidir, juntos, como vão gerenciar as finanças. Entre as decisões importantes está a decisão sobre manter ou não uma conta conjunta.
Para o terapeuta financeiro Reinaldo Domingos, idealizador e presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin), conversar é fundamental. "Um bom diálogo é essencial na hora de tomar as decisões que vão mexer nos bolsos dos dois", afirma. Ele lembra também que não há uma regra: a conta conjunta pode ser uma opção boa ou ruim, dependendo de como é feita a gestão dos gastos.
"Hoje em dia, os casais são muito diferentes do que eram no passado. Antigamente a mulher não trabalhava. Hoje ambos têm seus empregos, viajam a trabalho. A conta conjunta em um contexto como esse pode ser de difícil gestão, já que um nem sempre sabe quais os gastos do outro. É preciso saber usar as ferramentas de comunicação para que não haja problemas, caso a opção seja essa", alerta o consultor.
Planejando despesas comuns
Segundo Domingos, caso a opção seja por manter as contas individuais, é preciso um planejamento para os gastos comuns ao casal – como energia elétrica, supermercado, aluguel de imóvel ou financiamento, entre outros. A sugestão de Domingos é, mais uma vez, o diálogo: a partir da conversa, o casal decide se esses gastos serão repartidos igualmente, proporcionalmente ao salário de cada um ou de outra forma.
Para o consultor, uma dica é essencial: o casal não deve viver focado nas despesas, e sim nos sonhos. "A maioria das pessoas ganha e gasta o necessário. Se sobrar algo, faz o que deseja. É muito comum, por conta das atividades profissionais, ver pessoas preocupadas com tudo, menos com os sonhos e desejos da família. O casal deve definir um orçamento com esse propósito. Se fizerem assim, terão uma forma muito mais saudável de conseguir uma aposentadoria sustentável, ou comprar um carro novo, fazer uma viagem", aponta.
Dividindo as contas
Para o consultor Janser Rojo, da consultoria paulistana QI Financeira, o casal deve ter em mente a necessidade de definir uma estratégia comum em relação às finanças. Depois disso vem a definição sobre ter ou não uma conta conjunta – que pode ser benéfica ou prejudicial, dependendo do planejamento que for definido.
"Por exemplo, há casais que combinam: enquanto o marido paga as contas da casa, a mulher custeia os gastos com os filhos. Outros fazem a divisão das contas: enquanto um paga luz e aluguel, outro fica responsável por água e condomínio. Nesses casos, a conta conjunta pode não ser muito útil", afirma. Por outro lado, alguns casais preferem juntar o dinheiro em um só "bolo", e dali sai tudo o que é referente às despesas e investimentos. Assim, a conta de dupla titularidade é de grande valia.
Rojo afirma que não existe estratégia perfeita, mas sugere uma forma de organizar a vida financeira do casal. "Uma estratégia que recomendo: cada um deve ter sempre seu próprio dinheiro. Por mais unido que seja o casal, ele é formado por dois indivíduos com necessidades e desejos próprios, e é importante comprar o que quiser sem depender da opinião do outro. Mesmo que a estratégia seja juntar os rendimentos de ambos em uma só conta, a recomendação é que cada um separe uma quantia, mesmo que pequena, em contas individuais", ensina.