Pesquisa mostra que pessoas vivem mais, mas com menos qualidade de vida.
Pesquisa mostra que pessoas vivem mais, mas com menos qualidade de vida.
Uma pesquisa divulgada recentemente pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP) revelou que, com o aumento da expectativa de vida da população brasileira nos últimos anos, caiu a qualidade de vida dos idosos. Isso por que estas pessoas convivem por mais tempo com doenças típicas dessa faixa etária.
A pesquisa foi coordenada pelo médico geriatra Alessandro Gonçalves Campolina e faz parte de um estudo organizado desde o ano 2000, conhecido como “Sabe” (o nome vem das expressões Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento). O levantamento leva em conta dados gerais fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também informações coletadas individualmente com participantes do estudo.
Expectativa de vida
Segundo dados do IBGE, do ano 2000 até 2011, a expectativa de vida do brasileiro aumentou para 74 anos e 29 dias, um acréscimo de três anos e oito meses.
Entre as doenças que mais acometem os idosos estão diabetes e hipertensão. “As doenças cardíacas são as que mais têm impacto na expectativa e na qualidade de vida”, aponta Campolina.
Viver bem
Apesar dos dados aparentemente alarmantes, o médico afirma que quem chegou à terceira idade deve tentar aproveitá-la da melhor forma. E, para garantir maior qualidade de vida, uma dica importante para o idoso é criar, ou manter, uma rotina de atividades físicas. De acordo com Maria Cristina Hoffmann, coordenadora de saúde da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde, a prática de atividades físicas contribui para o bem-estar e a autonomia. “Além disso, ajuda a prevenir várias doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e doenças do aparelho locomotor, pois melhora a condição geral de saúde da pessoa. Auxilia, ainda, no equilíbrio, na flexibilidade, na resistência e no aumento da força muscular”, explica.
Segundo Maria Cristina, há diversos tipos de atividades recomendadas aos idosos. Entre elas, dança, ioga, caminhada leve, jardinagem. Devem ser evitadas atividades de alto impacto que possam causar lesões ou que tragam algum risco à saúde. Os exercícios devem ser prazerosos, aumentando a motivação.
Avaliação com especialistas
Antes do início de qualquer atividade física, é muito importante passar por uma avaliação geral de saúde com um médico e com um profissional de educação física, para conhecer interesses e limitações. “A avaliação inicial objetiva conhecer o padrão atual de atividade, recomendar a manutenção para quem já pratica exercícios e orientar o início de uma atividade de forma gradual”, complementa.