As faixas etárias são marcadas por determinados comportamentos. Com as finanças não é diferente. Para o professor do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas, Eli Borochovicius, é importante conhecer o comportamento das pessoas para entender a relação com o dinheiro em cada fase da vida.
As faixas etárias são marcadas por determinados comportamentos. Com as finanças não é diferente. Para o professor do Centro de Economia e Administração da PUC-Campinas, Eli Borochovicius, é importante conhecer o comportamento das pessoas para entender a relação com o dinheiro em cada fase da vida.
As idades e a relação com o dinheiro
Não importa se a pessoa vai trabalhar como funcionário público, funcionário com carteira de trabalho assinada ou como autônomo. O fato é que conforme a idade vai passando, em geral, as experiências e a relação com dinheiro se apresentam de formas distintas.
“Cada faixa etária possui diferentes objetivos. Para que o sujeito possa ter sua independência financeira aos 50, precisa consolidar a carreia aos 40, ganhar experiência aos 30 e se preparar aos 20. Experimentar é vital e cada faixa etária tem diferentes desejos e necessidades”, comenta.
Borochovicius explica que, em geral, aos 20 anos a remuneração é normalmente baixa, pois o jovem está entrando no mundo do trabalho, mas os investimentos em educação precisam ser altos. Mesmo para quem presta concurso público é necessário investir em capacitação na busca da evolução da carreira. Além disso, é a idade em que se gasta muito com passeios, bares e viagens. Para ele, nesse caso, é importante que o jovem tenha muito claro os seus objetivos para que possa se divertir, mas sem extrapolar os limites toleráveis da saúde financeira. Segundo o professor, dos 30 aos 40 anos, os objetivos ficam voltados aos filhos pequenos e, dos 40 aos 50, o foco está na busca pela consolidação financeira, como almejar cargos mais relevantes. A partir dos 50 anos, o foco está voltado para a felicidade e realizações pessoais e familiares.
Já o professor de contabilidade da Fundação Getúlio Vargas (MG),Valmir Rodrigues da Silva, comenta que aos 20 as pessoas são imediatistas, ou seja, tudo que elas querem tem que ser para agora. Já aos 30, a responsabilidade começa a pesar e surgem questionamentos como “nossa! Eu ainda não tenho minha casa”. Aos 40, a pessoa começa a realizar alguns desejos específicos como uma grande viagem a passeio. Aos 50 ela começa a se preocupar com o momento da aposentadoria. No caso dos participantes da PREVI há a segurança de já se contar com um plano de previdência complementar desde o início da carreira. O professor afirma que esse cuidado tem que ser feito em tempo suficiente para adquirir reserva para uma boa aposentadoria
Orçamento e faixas etárias
Borochovicius acredita que dos 20 aos 30 anos o jovem precisa investir na carreira e na formação familiar. Dos 30 aos 40, normalmente, as pessoas são as principais responsáveis pelo orçamento, cabendo serem as incentivadoras do planejamento doméstico participativo e líderes incondicionais, dado que serão o exemplo a ser seguido.
Silva diz que cada etapa da vida sugere um tipo de investimento e o fator tempo e risco devem ser considerados. “No início, temos que pensar na nossa carreira profissional, depois nos desejos e necessidades pessoais e, por último, em uma qualidade de vida após a aposentadoria, lembrando que a aposentadoria deve ter, pelo menos, um pequeno espaço em nossa agenda desde novo”, orienta.
O professor da PUC-Campinas reforça a ideia de que quanto mais jovem for a pessoa, maior será o tempo de maturação do investimento. “Produtos financeiros que trazem maiores riscos costumam trazer maiores retornos e, enquanto se é jovem, pode-se correr mais riscos. Por outro lado, a renda é normalmente mais baixa. À medida que a idade avança, o sujeito perde o apetite ao risco e busca investimentos mais conservadores, mas com maior volume de recursos. Desta forma, é possível equilibrar risco, volume e retorno financeiro, mas o tempo precisa ser considerado. Postergar risco não é aconselhável, assim, recomenda-se que a formação de poupança comece cedo”, explica.
Depois dos 50 anos e o valor do tempo
Nessa faixa etária, para Borochovicius, o indivíduo começa a vivenciar a importância do tempo. “É o momento em que o indivíduo precisa reduzir o compasso das atividades sem forçar os limites impostos pela própria natureza. Após os 50, a preocupação é geralmente com a capacidade de gerar renda. O que não pode é deixar de viver enquanto se é jovem para viver bem a velhice. Cada fase precisa ser intensamente vivida, com equilíbrio, obviamente. As viagens não podem deixar de ser feitas, os jantares comemorativos também não, assim como uma ou outra regalia. Os abusos é que precisam ser reavaliados para que sejam evitados os problemas de falta de caixa para investimentos”, afirma.
Fonte: Previ