Pessoas de todas as idades ganham motivação extra ao voltar para a sala de aula.
Pessoas de todas as idades ganham motivação extra ao voltar para a sala de aula.
A região metropolitana de São Paulo engloba 39 municípios, com mais de 20 milhões de habitantes. São mais de 20 milhões de vidas, 20 milhões de histórias. A grande maioria delas nunca vai se cruzar. As de Sandra Martins e Aurélio Leonel, porém, se encontraram, e eles dizem que tiveram sorte.
Sandra tem 69 anos e mora na cidade de São Bernardo do Campo, cidade que fica ao sul da capital do Estado, no chamado ABC Paulista. Aurélio, 61 anos, é de Itapevi, a norte da cidade de São Paulo. Entre as casas deles, a distância é de aproximadamente 70 quilômetros. Eles se conheceram, porém, em um curso supletivo no centro da capital. Hoje estão perto do casamento.
“Parece destino. Eu não pensava em estudar novamente, ela também não. Mas nós dois voltamos e nos conhecemos durante as aulas”, conta Aurélio. “Eu acho que foi muita sorte do Aurélio ao me conhecer aqui, eu sou um presente na vida dele”, completa Sandra, às gargalhadas.
Viúvos, ambos contam que os estudos acabaram garantindo uma nova rotina e até mesmo um novo sentido à vida, mesmo antes que conhecessem um ao outro. “Eu estava muito desanimado, sem ter muito o que fazer. Decidi voltar a estudar, completar o segundo grau, e isso foi ótimo, ajudou em tudo na minha vida”, destaca Aurélio.
Para todos e para todas
Os especialistas garantem: a rotina das salas de aula ou dos estudos à distância é importante para pessoas de todas as faixas etárias. Luciana Marinho, analista de educação do Serviço Social da Indústria (SESI) no Estado do Rio de Janeiro, garante: “uma eventual volta aos estudos é recomendada para todas as faixas de idade. Para jovens que não obtiveram sucesso na escola regular e adultos que por algum motivo tiveram seus estudos interrompidos”.
Uma das possibilidades mais conhecidas é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), modalidade de ensino fundamental e médio oferecida inicialmente por escolas públicas, mas já adotada também por instituições privadas. Para isso, é necessário ter uma idade mínima de 15 anos para o Ensino Fundamental e 18 para o Ensino Médio.
Línguas estrangeiras e atualização
Luciana Marinho afirma que os cursos mais recomendados, além da EJA, são as formações continuadas. Entre as opções estão cursos como iniciação à informática, atualização em matemática e língua portuguesa, e níveis básicos e avançados dos idiomas inglês e espanhol. Além disso, cursos preparatórios para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), usado atualmente como alternativa ou complemento ao vestibular em muitas faculdades.
“O conhecimento é uma arma poderosa, para uso na vida pessoal e profissional. Manter-se escolarizado e atualizado é a melhor forma de conseguir excelentes oportunidades na vida”, afirma Luciana Marinho. “É verdade. Já estou de olho em novas possibilidades de emprego graças à formação que busquei agora”, atesta Sandra Martins.