BB desacelera o crédito e cresce abaixo da média

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O apetite do maior banco do país por crédito arrefeceu neste começo de ano. O estoque de empréstimos do Banco do Brasil teve crescimento de apenas 2,1% de dezembro de 2012 a março deste ano, percentual inferior à média do sistema financeira, de 2,5%. Abaixo, por exemplo, dos 2,4% exibidos pelo Bradesco.

O apetite do maior banco do país por crédito arrefeceu neste começo de ano. O estoque de empréstimos do Banco do Brasil teve crescimento de apenas 2,1% de dezembro de 2012 a março deste ano, percentual inferior à média do sistema financeira, de 2,5%. Abaixo, por exemplo, dos 2,4% exibidos pelo Bradesco.

O desempenho contrasta com a estratégia de acelerar o crédito adotada em 2012 para compensar a queda dos spreads - diferença entre custo de captação de recursos e taxas cobradas dos clientes nos empréstimos.

De acordo com o banco, porém, não há mudança na política de desembolsos. "Isso se deve apenas a uma base de comparação mais forte no fim do ano passado", disse Gustavo Sousa, gerente-geral de relações com investidores do Banco do Brasil. De setembro para dezembro, o estoque do banco avançou 9,3%.

Os empréstimos, cujas taxas de juro chegaram a recuar até 30%, atingiram um estoque de R$ 536,8 bilhões, com um crescimento de 24,62% ante março do ano passado. É um ritmo acelerado frente aos 16,7% atingidos pela média do sistema financeiro, segundo dados do Banco Central, e foi puxado por crédito imobiliário, financiamento de veículo, consignado e empréstimos a empresas.

De janeiro a março deste ano, o Banco do Brasil teve um lucro líquido de R$ 2,557 bilhões, o que representou um avanço de 2,2% na comparação com igual período do ano passado. Em boa parte, o lucro foi sustentado pelo crescimento da carteira de crédito em 2012. Ao longo dos três primeiros meses do ano passado, o spread médio do banco estava em 8,9%, sendo que neste início de ano ficou em 7,6%. Mesmo assim, a margem financeira evoluiu 1,7%, para R$ 11 bilhões. Já na comparação com o quarto trimestre, a margem recuou 8,4%, o que explica em parte o recuo de 35,5% do resultado do primeiro trimestre ante o último trimestre de 2012.

Segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de varejo, apesar de o crédito ser o item em maior evidência no BomPraTodos, o programa traz impacto positivo em outras áreas. "O BomPraTodos foi criado com três objetivos: ativar a base de clientes, proteger os correntistas do Banco do Brasil de ataque de concorrentes e fidelizar a base. Isso tem reflexos em vários segmentos, como tarifas e seguros ao longo do tempo", afirmou.

Os pagamentos em atraso dos empréstimos se reduziram, o que trouxe uma contribuição o balanço do Banco do Brasil na base anual. O índice de inadimplência acima de 90 dias ficou em 2% no início deste ano, com queda de 0,2 ponto percentual ante igual período de 2012 e de 0,1 ponto percentual na comparação com dezembro. Com isso, as despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa (PDD) declinaram 8,3% para R$ 3,278 bilhões. O banco atribui esse resultado a um reflexo do crescimento da carteira em linhas com menor risco.

Apesar da melhoria no indicador de inadimplência, analistas ainda têm dúvida sobre a qualidade que os ativos de crédito apresentarão no futuro. "Não está claro como as safras da originação agressiva no fim de 2012 vão se comportar", escreveu o Goldman Sachs. Mais enfático, o Credit Suisse afirma que "é só uma questão de tempo para a qualidade dos ativos começar a se deteriorar". Mas o banco não acredita que passará por esse tipo de obstáculo. "Não tem nada que indique problema de inadimplência", disse o vice-presidente Ivan Monteiro.

A retração do spread também despertou preocupação. Ontem, as ações do Banco do Brasil tiveram queda de 2,3%, enquanto o Ibovespa registrou leve alta de 0,49%. "Os resultados foram mistos, com margens fracas ofuscando uma impressionante performance na qualidade dos ativos e um sólido controle das despesas", afirmou o Goldman Sachs.

Daqui em diante, porém, o banco trabalha com um cenário de manutenção dos spreads. "Já tivemos um efeito cheio neste primeiro trimestre", disse Abreu. Na carteira de pessoas jurídicas, houve inclusive uma melhora de 0,4 ponto percentual do último trimestre de 2012 para os primeiros três meses deste ano, atingindo 5,2%.

Além de ter reduzido taxas, o banco tem buscado linhas de empréstimos com mais garantias e, consequentemente, spreads menores. As modalidades de empréstimos consignado, veículos, imobiliário e crédito para assalariados que recebem pelo Banco do Brasil somam 74,8% da carteira de crédito de pessoas físicas do banco, que somou R$ 119,5 bilhões. É um volume 2,8 pontos percentuais maior do que um ano atrás.

Assim como outros bancos, o BB tem controlado os custos para equilibrar o resultado. Foram R$ 7,061 bilhões de despesas administrativas e de pessoal no primeiro trimestre, com uma alta de 6,6% na comparação com igual período de 2012. A expansão está abaixo da projeção feita pelo banco para o ano, de algo entre 7% e 10%. Em relação aos últimos três meses de 2012, houve uma queda de 5,8%.

Fonte:  Valor econômico

 

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