Banco fornece um terço do crédito da economia

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Um ano depois da determinação da presidente Dilma Rousseff para os bancos públicos cortarem os juros, a Caixa Econômica Federal segue liderando a expansão do crédito no mercado e, até agora, mantém retorno relativamente alto e inadimplência mais baixa do que seus concorrentes privados. É o que mostra o balancete trimestral de março da instituição oficial, divulgado ontem.

Um ano depois da determinação da presidente Dilma Rousseff para os bancos públicos cortarem os juros, a Caixa Econômica Federal segue liderando a expansão do crédito no mercado e, até agora, mantém retorno relativamente alto e inadimplência mais baixa do que seus concorrentes privados. É o que mostra o balancete trimestral de março da instituição oficial, divulgado ontem.

A Caixa respondeu por cerca de um terço da oferta de crédito bancário na economia no primeiro trimestre. Os juros mais baixos fizeram a sua carteira de empréstimos crescer 8% no período, velocidade mais de três vezes superior a do sistema bancário como um todo.

A aceleração dos empréstimos, por enquanto, não levou a perda expressiva nos resultados financeiros. O lucro da Caixa foi de R$ 1,3 bilhão no primeiro trimestre, alta de 12,5% em relação ao mesmo período de 2012, conforme antecipou ontem o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor. O retorno sobre o patrimônio líquido recuou de 25,3% para 22,4% entre os dois períodos, mas ainda assim supera a faixa entre 18% e 20% de grandes bancos privados que já divulgaram balancetes.

Em abril de 2012, a presidente Dilma determinou aos bancos públicos o corte dos juros para ampliar a competição no sistema financeiro e reduzir os custos do crédito, que estavam entre os mais altos do mundo. Como resposta, a instituição lançou a campanha "Caixa Melhor Crédito", que incluiu um corte agressivo nos juros do crédito. Muitos analistas econômicos alertaram que a estratégia poderia levar à queda dos lucros do banco e aumentos da taxa de inadimplência.

"A redução das taxas cobradas nas operações de crédito foram compensadas pelo aumento das receitas ocorrido com o aumento do volume de negócios", afirma o vice-presidente de finanças da Caixa, Márcio Percival.

A Caixa teve dois ganhos, afirma ele. Um deles foi um aumento de 21% na receitas com operações de crédito, sempre na comparação do primeiro trimestre de 2012 e de 2013. Outro foi o aumento nas receitas com prestação de serviço, ou seja, com a cobrança de tarifas bancárias. Elas aumentaram 13,4%, puxadas pelo aumento da base de clientes. A Caixa atraiu 3,5 milhões de novos correntistas no período.

A taxa de inadimplência aumentou ligeiramente entre dezembro e janeiro, de 2,1% para 2,3%. Parte desse aumento, afirma Percival, deve-se à sazonalizade do começo do ano, quando a inadimplência costuma subir. Na virada 2011 para 2012, por exemplo, o índice subiu de 2% para 2,1%.

Há também um efeito da mudança na composição da carteira de crédito da Caixa. A participação do crédito consignado, com risco menor de inadimplência, caiu de 60% para 53,8% da carteira em um ano, enquanto avançava o crédito comercial, que é mais arriscado. "Pode haver alguma oscilação na taxa de inadimplência, mas a tendência é que fique estável no patamar de 2%." Mesmo com a alta, a Caixa tem uma inadimplência mais baixa do que o sistema, que é de 3,6%.

Também contribuiu para a manutenção da lucratividade da Caixa a estabilidade nas despesas de captações, que ficaram contidas graças ao corte nos juros básicos da economia.

O corte de juros levou a um aumento na participação da Caixa no mercado de crédito, que subiu de 13% para 16% no período. Contribuiu para o avanço do banco federal no mercado a retração da oferta de crédito dos bancos privados, que sofreram um surto de aumento de inadimplência no ano passado.

No primeiro trimestre, a modalidade de crédito que mais cresceu em termos relativos foram os créditos às pessoas físicas, com avanço de 12% em relação a dezembro. Já o crédito a pessoas jurídicas cresceu 8% no período. Os financiamentos à infraestrutura apresentaram aumento de 10,3%, e os financiamentos imobiliários, de 7%.

Segundo Percival, está mantida, por ora, a meta de expandir a carteira de crédito entre 33% e 35% neste ano. "Não está nos nossos planos repassar a alta de juros básicos pelo Banco Central aos nossos clientes", disse ele. A ideia é absorver a alta de custos com ganhos de eficiência. (AR)

Fonte: Valor econômico. 

 

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