A agência de notícias Bloomberg está sendo alvo de críticas de dois de seus maiores clientes, depois que o J.P. Morgan e o Goldman Sachs manifestaram sua preocupação com o fato de jornalistas da Bloomberg News terem usado informações privadas detalhadas sobre como os banqueiros usam seus terminais de dados financeiros para produzir reportagens.
A agência de notícias Bloomberg está sendo alvo de críticas de dois de seus maiores clientes, depois que o J.P. Morgan e o Goldman Sachs manifestaram sua preocupação com o fato de jornalistas da Bloomberg News terem usado informações privadas detalhadas sobre como os banqueiros usam seus terminais de dados financeiros para produzir reportagens.
Pessoas próximas ao J.P. Morgan disseram que o banco apresentou informalmente suas preocupações à Bloomberg, dizendo que seus repórteres haviam usado dados sobre quando seus funcionários acessavam e deixavam de acessar seus terminais para basear sua cobertura do caso de prejuízos em operações no mercado que ficaram conhecidas como "London Whale", no ano passado. Um porta-voz da Bloomberg disse não ter conhecimento de qualquer registro sobre esse tipo de denúncia.
Notícias sobre as preocupações do J.P. Morgan vieram à tona depois que o "New York Post" informou que o Goldman tinha se queixado formalmente depois que repórteres da Bloomberg abordaram executivos para indagar sobre sócios no banco que não vinham acessando seus terminais há algum tempo. Um porta-voz do Goldman confirmou que havia tratado do assunto com a Bloomberg.
A Bloomberg disse que desabilitou o acesso dos jornalistas a informações sobre relacionamento com clientes "à luz da preocupação [do Goldman], bem como a uma maior sensibilidade, em termos gerais, com o acesso a dados".
"Dados limitados sobre relações com o cliente estão há muito tempo disponíveis aos nossos jornalistas, e nunca incluíram dados de segurança dos clientes, informações sobre posições, transações ou mensagens", disse um porta-voz.
A Bloomberg vê há muito tempo vantagem competitiva em estimular seus repórteres a empregar a riqueza de dados disponíveis em seus terminais para gerar matérias não produzidas por outras agências, mas poucos clientes sabiam que os repórteres podiam ver também quando eles entravam e saíam do sistema e que funções acessavam.
Os repórteres da Bloomberg conseguiam ver amplas informações sobre que funções os usuários acessavam, como ações ou commodities, e dados consolidados sobre quantas pessoas liam cada matéria.
Eles não conseguiam ver, no entanto, detalhes delicados em termos de mercado, sobre ações individuais ou outros ativos rastreados pelos usuários ou quais as matérias que os indivíduos leram, ou ver detalhes de mensagens enviadas por meio do muito utilizado serviço de mensagens da Bloomberg.
Os órgãos reguladores estão dando crescente atenção à maneira pela qual as ferramentas de busca, as redes sociais e outras empresas empregam informações sobre seus clientes, num momento em que as empresas pesam o valor gerado pela análise de "grandes números" em relação à necessidade de proteger a privacidade dos usuários.
A Thomson Reuters, concorrente mais próxima da Bloomberg no segmento de notícias e dados financeiros em tempo real, informou que sua redação e as operações com os terminais "operam de forma completamente independente, sem que os repórteres tenham acesso a dados não públicos sobre seus clientes, especialmente qualquer dado relacionado ao uso de seus produtos ou serviços pelos clientes".