TONI SCIARRETTA
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
A BM&FBovespa retomou, pelo menos momentaneamente, as aberturas de capital de empresas e já contabiliza o melhor mês desde 2009.
Ontem, saíram do papel duas operações importantes --BB Seguridade, braço segurador do BANCO DO BRASIL, e Smiles, programa de fidelidade da Gol--, que levantaram R$ 12,6 bilhões. No ano, as ofertas de ações já somam R$ 15,854 bilhões.
O BANCO DO BRASIL captou R$ 11,475 bilhões com a venda de ações de sua unidade de seguros e previdência.
Foi a maior operação do tipo desde a oferta de ações da subsidiária brasileira do Santander, que obteve R$ 13,2 bilhões em outubro de 2009. Também é a maior oferta de ações neste ano no mundo.
O dinheiro será utilizado para capitalizar o banco estatal, que comanda a mais nova rodada de redução nas margens de ganho e da expansão dos empréstimos no país. A unidade de seguros e previdência é responsável por 15% a 20% do lucro do BB, que somou R$ 12,2 bilhões no ano passado.
Após o crédito, os seguros são o negócio mais dinâmico e o de maior potencial de crescimento no setor.
No ano passado, a BB Seguridade ampliou em 13,3% o volume de apólices de seguros emitidas. Na previdência privada, o crescimento foi ainda maior: de 33,1% na arrecadação de contribuições.
No Brasil, o volume de seguros atinge 1,7% do PIB --menos que África do Sul (10,2%), Japão (8,8%), Reino Unido (8,7%) e EUA (3,6%).
O banco deu desconto no valor das ações para os funcionários e reservou até 40% dos papéis para os investidores pessoa física. A expectativa é que tenha rateio nos papéis reservados.
SMILES
O Smiles levantou R$ 1,13 bilhão em seu lançamento de ações. É a segunda empresa do setor de fidelização a entrar na Bolsa. No começo de 2010, a Multiplus, da TAM, obteve R$ 723,8 milhões vendendo ações no mercado.
O programa de milhagem Smiles tem 8,9 milhões de cadastrados, de acordo com a Gol, e as companhias aéreas parceiras são Air France KLM, Delta Air Lines, Qatar e Iberia.
As ações da BB Seguridade e do Smiles serão negociadas a partir de segunda no Novo Mercado da Bolsa, segmento de alta transparência.
A cimenteira Votorantim também prepara sua abertura de capital. A empresa quer levantar R$ 10,9 bilhões.