Eles continuam a girar

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A evolução tecnológica facilita a vida de muita gente. Novas ferramentas fazem com que algumas áreas sejam diretamente afetadas, e a música é uma delas. Há vários anos se discute, por exemplo, o possível fim das mídias físicas em detrimento do armazenamento de arquivos digitais. Mas, as evidências têm mostrado o contrário: o mercado de CDs e LPs permanece vivo e tem motivos para comemorar em 20 de abril, o Dia do Disco.

A evolução tecnológica facilita a vida de muita gente. Novas ferramentas fazem com que algumas áreas sejam diretamente afetadas, e a música é uma delas. Há vários anos se discute, por exemplo, o possível fim das mídias físicas em detrimento do armazenamento de arquivos digitais. Mas, as evidências têm mostrado o contrário: o mercado de CDs e LPs permanece vivo e tem motivos para comemorar em 20 de abril, o Dia do Disco.

Não há dados sobre o mercado fonográfico brasileiro, mas sites de vendas como o MercadoLivre (www.mercadolivre.com.br) mostram que os números são favoráveis e crescem a cada ano. Nos Estados Unidos, foram 4,5 milhões de unidades de vinis vendidas só em 2012, segundo a empresa de monitoramento SoundScan. Foi o quinto ano seguido de aumento nas vendas dos chamados bolachões.

Mercado restrito

Os números são animadores, mas o mercado ainda é restrito. A facilidade proporcionada pelos downloads de músicas ou álbuns inteiros faz com que o interesse pelas mídias físicas seja maior por parte daqueles que não abrem mão da qualidade do som.

Benedito Cesar, um dos gerentes do site Discos Raros (www.discosraros.com.br) – que vende LPs e CDs para todo o Brasil e para o exterior, afirma que quem procura música de qualidade, não baixa músicas. Sem medo de ser polêmico, Benedito acrescenta que pessoas inteligentes, que gostam de boas músicas, sempre vão querer comprar, e por isso o mercado segue vivo.

Para ele, porém, as gravadoras e rádios são responsáveis por não haver um espaço ainda maior para vinis e CDs. Benedito afirma que o investimento em artistas de estilos de sucesso como axé ou sertanejo acaba por diminuir o espaço para outros tipos de música.

“As gravadoras preferem lançar o disco de um artista que vai vender um milhão de cópias em uma semana, e deixam de lado outros nomes. Alguns não venderiam tanto de forma isolada, mas, juntos, passariam dessa marca. Pensam no atacado, mas a música é varejo”, afirma.

Para oferecer produtos diferenciados para os clientes, Benedito recorre a pessoas físicas de quem compra o material para revenda. Além da loja on-line, participa, aos domingos, da Feira do Largo da Ordem, que reúne dezenas de milhares de pessoas todas as semanas em Curitiba (PR).

“Na feira, vejo como é importante a influência familiar para a formação do gosto musical de uma pessoa. Recentemente, por exemplo, conversei com uma menina de oito anos que tinha um grande conhecimento dos Beatles. O pai ouve as músicas e isso fez com que ela se interessasse e corresse atrás. Assim, as pessoas se interessam por boa música e seguem comprando os discos”, conta.

É fácil encontrar

Colecionador há mais de vinte anos, o professor Márcio Delgado, que vive em Juiz de Fora (MG) já tem mais de 1.800 CDs. Em tom de brincadeira, afirma que quer se livrar de uma “tentação” para não fazer uma “bobagem financeira”, iniciando uma nova coleção: a de LPs.

Para ele, há uma rede de colecionadores muito maior que a indústria musical imagina. “Na verdade, essa indústria é de um amadorismo absurdo. Investem no artista errado, para o público errado e nos veículos de comunicação errados”, afirma.

Na sala de casa, Márcio tem prateleiras exclusivas, que encomendou para guardar a coleção. Alguns CDs ele ainda não ouviu, mas o fará em breve. E aqueles que não tornará a escutar, renegociará em lojas e com amigos.

Para ele, hoje em dia é fácil engordar a coleção. “Na verdade, quanto menos CDs nas lojas físicas, mais fácil fica pra comprar pela internet. Nunca foi tão fácil e barato comprar CDs de bandas raras, obscuras de décadas passadas e lançamentos fora do mainstream como nos últimos anos”, destaca.

O colecionador afirma, ainda, que o armazenamento digital não é uma ameaça ao CD e ao LP. Ele costuma ouvir música em outros formatos, como o MP3, e vê com bons olhos a democratização da arte e do entretenimento pela internet.

Mas, ainda assim, não abre mão da coleção. “Valorizo o registro físico de qualquer obra. Seja um livro, um filme, um disco ou qualquer outra forma de produção intelectual e artística. Sinto-me bem comprando algo que acho que mereça o meu dinheiro”, completa.

Fonte: Previ 

 

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