A ausência de captação de longo prazo não deixou os bancos totalmente ao largo do financiamento de grandes obras. Além de repassar os recursos do BNDES, as instituições tentam contornar as limitações de funding prestando assessoria para o desenvolvimento das propostas ou assumindo riscos via emissão de garantias.
A ausência de captação de longo prazo não deixou os bancos totalmente ao largo do financiamento de grandes obras. Além de repassar os recursos do BNDES, as instituições tentam contornar as limitações de funding prestando assessoria para o desenvolvimento das propostas ou assumindo riscos via emissão de garantias.
No Itaú BBA, de 2007 a 2012, 70% dos R$ 43,5 bilhões que o banco levantou para financiar projetos vieram do BNDES. Porém, quando o assunto é risco, o BNDES responde por apenas 50% do volume total. O restante quem garante é o Itaú BBA, diz Alberto Zoffmann, diretor do banco.
Zoffmann cita o caso de um projeto de mineração para a construção e exploração de minas de vanádio na Bahia. O negócio contou com empréstimo direto de R$ 333 milhões do BNDES, mas o banco público não quis correr o risco de oscilação de preços do vanádio, conta. O Itaú BBA, então, concedeu fiança bancária para cobrir o risco de pagamento da dívida, já que via tais riscos como controlados. "Só entro em projeto, mesmo para dar assessoria, se aceito o risco", diz. O banco tem 56 mandatos na área de project finance em diversas fases.
O Banco Votorantim, com cerca de R$ 4 bilhões de projetos em carteira, diz que o BNDES está mais flexível para dividir garantias com outras instituições. "Antes, o BNDES concentrava as garantias em si, e as empresas tinham dificuldade em dar garantias aos demais credores. Isso vem mudando, o que facilita a liberação de recursos da nossa parte", afirma Paulo Toscano, chefe da área da financiamento a projetos. (AB e FM)
Fonte: Agência ANABB