É preciso saber dizer não
É preciso saber dizer não
Especialistas explicam por que é tão difícil e como lidar com as situações nas quais é preciso dar respostas negativas.
Familiares, companheiro (a), chefes, colegas de trabalho, vizinhos... Saber lidar com cada uma dessas pessoas é fundamental para que se tenha prosperidade pessoal e profissional. Para isso, é também fundamental saber dizer não.
O presidente do Instituto Brasileiro de Coaching (IBC), José Roberto Marques, afirma que todos devem aprender a falar “essa palavrinha”. “Essa é uma forma de autopreservação. Uma pessoa que diz muito sim pode ter uma autoestima baixa ou mesmo ser demasiadamente insegura”, alerta.
A hora de dizer não
É evidente que nem sempre é necessário dar respostas negativas, mas em alguns momentos elas são essenciais. Marques lista algumas: “quando estamos sobrecarregados de trabalho (e somos chamados a fazer mais coisas), quando há risco de vida e à integridade física e emocional, quando não podemos ou queremos emprestar algo – carro, roupas, cartão de crédito, cheques, o nome a terceiros ou ser fiadores, por exemplo, ou quando somos obrigados a fazer algo que contraria e viola nossos valores e princípios”.
E, mesmo quando se tem razão, uma resposta negativa pode trazer problemas. A psicóloga Diana Tosello Laloni, que é professora da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Campinas (SP), orienta: “Dizer não sempre cria uma situação desagradável para quem ouve. Cabe ao falante, aquele que disse não, avaliar previamente o que a resposta negativa suscitará no ouvinte. E, fazendo essa previsão, preparar-se melhor emocionalmente para a reação”.
A professora lembra, ainda, que existe algo fundamental em situações em que precisamos dar respostas negativas: a sinceridade. Para ela, o não pode ser justificado quando somos sinceros, e isso ameniza a situação adversa. A negativa pode ser precedida por sinais e insinuações que indiquem que ela está por vir.
Entretanto, mesmo com todos os cuidados tomados, é possível que as pessoas não reajam bem a uma resposta negativa. “A reação emocional do ouvinte sempre ocorrerá”, destaca Diana. “Pode ser amena e não indicar que ele está ofendido, mas pode ser mais explicitada e demonstrar que está excessivamente magoado”, pontua. A intensidade da manifestação do ouvinte não está diretamente relacionada ao não, mas, à sua vida pessoal.
Falar, mas também ouvir
E quando for a nossa vez de ouvir um não? O que devemos fazer? “Estar maduro emocionalmente para aceitar que o outro pode atender ou não aos meus anseios” é a dica de Diana Laloni.
José Roberto Marques complementa: “Quem diz muito sim, geralmente estranha ao ouvir um não de alguém, pois cria expectativas de sempre ser correspondido igualmente. Mas, essa é também uma forma de aprender, com o outro, que nem sempre é possível atender tudo, que nem sempre estamos disponíveis e sobre como se preservar e escolher o melhor momento e as melhores formas de dar uma resposta negativa a uma solicitação”.
Fonte: Previ