Captação de R$ 2 bilhões anima Santander e BANCO DO BRASIL
Captação de R$ 2 bilhões anima Santander e BANCO DO BRASIL
Vanessa Correia
O sucesso da primeira rodada dos fundos de investimento imobiliários (FIIs) compostos por agências bancárias e outros imóveis comerciais aluga dos às instituições financeiras
chamados popularmente de fundos de agências já faz com que Santander e BANCO DO BRASIL avaliem a estruturação de novos veículos em um futuro próximo.
O Santander, que está no meio do processo de distribuição de novas cotas do Santander Agências Fundo de Investimento Imobiliário, não descarta repetir a operação. Na primeira emissão, realizada no início deste ano, o volume captado foi superior a R$ 400 milhões. Na segunda emissão foram disponibilizadas 3,2 milhões de cotas que somam R$ 354,7 milhões. "Dependendo do resultado desta operação, e se os investidores mostrarem apetite, temos interesse em fazer novas emissões", afirma William Cossermelli, responsável pelo desenvolvimento corporativo do banco.
O executivo lembra que na primeira emissão, a demanda dos investidores superou em cinco vezes a oferta. "O que mais atrai os investidores é a rentabilidade do ativo, melhor que o dos títulos públicos, a possibilidade de aplicar em um ativo imobiliário com boa liquidez, isenção de imposto de renda e o fato de os locatários dos imóveis que compõem a carteira serem as próprias instituições financeiras", pondera.
Esse tipo de FII adquire agencias bancárias ou imóveis comerciais que são simultâneamente locados às instituições financeiras. "Esses fundos são um sucesso graças à previsibilidade do contrato que tem prazos de longa duração e à solidez dos locatários", pondera Carlos Ferrari, sócio fundador do N, F&BC Advogados.
Em contrapartida, o fato de o locatário ser só um eleva o risco da operação, caso a instituição financeira enfrente algum tipo de dificuldade, ou caso a emissora passe por um processo de fu são ou aquisição. "Seria interessante se um fundo buscasse a pulverização de agências bancárias de várias instituições financeiras", pontua.
Quem também foi bem sucedido em sua operação foi o BANCO DO BRASIL (BB). No final do ano passado, a instituição financeira levantou R$ 1,6 bilhão em um fundo de agências que registrou procura majoritária de investidores pessoa física: 49 mil. "Destes, 44,5% das ordens giravam entre R$ 10 mil e R$ 100 mil. Isso mostra que há uma boa base de investidores com poder aquisitivo mais alto interessado nesse tipo de veículo", diz Leonardo Loyola, executivo de mercado de capitais e invéstimentos do BB.
Desde o dia de estreia na bolsa brasileira, em meados de dezembro, as cotas do fundo de agências do BB, listado sob o código BBPO11, negociou, em média R$ 17,2 milhões por dia. Esse volume é pouco inferior ao transacionado pelas ações da CPFL ou mesmo da Cesp, cuja média diária é de R$ 19 milhões. "Isso também atrai os investidores, que querem liquidez em seus investimentos."
Motivações
No caso do Santander, a constituição do fundo deve se à contabilização do valor do imóvel. "Esses imóveis estão contabilizados a um valor abaixo do cota do pelo mercado. Quando o vendemos a valor presente, destra vamos o valor intrínseco dos bens. Com isso, temos mais caixa para focar na atividade principal do banco, que é conceder crédito", afirma Cossermelli.
Ferrari, do N, F&BC Advoga dos, lembra que esse tipo de fundo também contribui na ampliação do número de agências bancárias, bem como sua modernização. "É preciso forte investi mento, uma vez que os bancos precisam estar cada vez mais próximos dos clientes", diz.