Esgotou-se a margem para os bancos públicos forçarem novas quedas nos juros do sistema bancário, disse ao Valor PRO , serviço de notícias em tempo real do Valor, um dirigente de uma instituição financeira federal. Neste momento, o BANCO DO BRASIL e a Caixa Econômica Federal discutem como manter os juros mais baixos caso se configure um cenário em que o Banco Central promova um aperto monetário. Eventuais reduções de juros nos bancos federais, de agora em diante, dependerão de ganhos de eficiência, e não de economias de escala. "Acabou a margem para reduzir os juros, pelo menos no momento", disse a fonte. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram a interrupção, em janeiro, na tendência de queda nos juros bancários, um processo desencadeado pelo corte das taxas pelas instituições federais - atendendo a determinação da presidente Dilma Rousseff de ampliar a competição no mercado de crédito. O pano de fundo para a redução dos juros bancários foi a queda na Selic patrocinada pelo Banco Central, que trouxe a taxa básica para 7,25% ao ano, mais próxima dos padrões vigentes em economias emergentes. Hoje, porém, o Banco Central está mais inclinado a subir o juro básico, ainda que não aos altos patamares observados no passado recente, caso se consolide uma deterioração no quadro inflacionário. Na avaliação da fonte ouvida pelo Valor PRO, o mais provável é que a alta de juros, se de fato ocorrer, seja feita apenas no segundo semestre. O simples risco de aperto monetário já está levando a uma alta nos juros futuros praticados no mercado financeiro, com alguma influência sobre o custo de captação dos bancos. Esse seria, por enquanto, um custo facilmente administrável pelos bancos, dada a estrutura de captação predominantemente pós-fixada vigente no mercado bancário. Uma alta de juros, porém, se efetivada, teria repercussões mais imediatas sobre os bancos federais. Mas a expectativa é que, se o movimento de fato ocorrer, ele será bastante comedido, na ordem de 0,5 ponto percentual. Os juros médios cobrados pelos bancos nos empréstimos bancários com taxas livremente pactuadas no mercado subiram de 25,3% para 26,1% ao ano entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, segundo os dados divulgados ontem pelo Banco Central. Foi a primeira alta de juros observada desde fevereiro de 2012, período imediatamente anterior à determinação da presidente Dilma para o BANCO DO BRASIL e a Caixa Economica Federal cortarem suas taxas de empréstimos. Entre fevereiro e dezembro, os juros bancários caíram o equivalente a 7,2 pontos percentuais. Segundo balanços de 2012 divulgados na semana passada, os bancos federais já começam a compensar, com o aumento de volume de crédito, a perda que tiveram com a redução de juros. No caso do BB, a equação da queda de juros e aumento de volume pode levar mais um ou dois anos para ser fechada. Mas a percepção é que o banco já recuperou a sua margem financeira líquida graças ao menor risco dos clientes que foram atraídos pelos empréstimos mais baratos.
Esgotou-se a margem para os bancos públicos forçarem novas quedas nos juros do sistema bancário, disse ao Valor PRO , serviço de notícias em tempo real do Valor, um dirigente de uma instituição financeira federal. Neste momento, o BANCO DO BRASIL e a Caixa Econômica Federal discutem como manter os juros mais baixos caso se configure um cenário em que o Banco Central promova um aperto monetário.
Eventuais reduções de juros nos bancos federais, de agora em diante, dependerão de ganhos de eficiência, e não de economias de escala. "Acabou a margem para reduzir os juros, pelo menos no momento", disse a fonte.
Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram a interrupção, em janeiro, na tendência de queda nos juros bancários, um processo desencadeado pelo corte das taxas pelas instituições federais - atendendo a determinação da presidente Dilma Rousseff de ampliar a competição no mercado de crédito.
O pano de fundo para a redução dos juros bancários foi a queda na Selic patrocinada pelo Banco Central, que trouxe a taxa básica para 7,25% ao ano, mais próxima dos padrões vigentes em economias emergentes.
Hoje, porém, o Banco Central está mais inclinado a subir o juro básico, ainda que não aos altos patamares observados no passado recente, caso se consolide uma deterioração no quadro inflacionário. Na avaliação da fonte ouvida pelo Valor PRO, o mais provável é que a alta de juros, se de fato ocorrer, seja feita apenas no segundo semestre.
O simples risco de aperto monetário já está levando a uma alta nos juros futuros praticados no mercado financeiro, com alguma influência sobre o custo de captação dos bancos. Esse seria, por enquanto, um custo facilmente administrável pelos bancos, dada a estrutura de captação predominantemente pós-fixada vigente no mercado bancário.
Uma alta de juros, porém, se efetivada, teria repercussões mais imediatas sobre os bancos federais. Mas a expectativa é que, se o movimento de fato ocorrer, ele será bastante comedido, na ordem de 0,5 ponto percentual.
Os juros médios cobrados pelos bancos nos empréstimos bancários com taxas livremente pactuadas no mercado subiram de 25,3% para 26,1% ao ano entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, segundo os dados divulgados ontem pelo Banco Central. Foi a primeira alta de juros observada desde fevereiro de 2012, período imediatamente anterior à determinação da presidente Dilma para o BANCO DO BRASIL e a Caixa Economica Federal cortarem suas taxas de empréstimos.
Entre fevereiro e dezembro, os juros bancários caíram o equivalente a 7,2 pontos percentuais. Segundo balanços de 2012 divulgados na semana passada, os bancos federais já começam a compensar, com o aumento de volume de crédito, a perda que tiveram com a redução de juros.
No caso do BB, a equação da queda de juros e aumento de volume pode levar mais um ou dois anos para ser fechada. Mas a percepção é que o banco já recuperou a sua margem financeira líquida graças ao menor risco dos clientes que foram atraídos pelos empréstimos mais baratos.
FONTE: Valor Econômico