O excesso de zelo pode impedir que a criança desenvolva estratégias para resolver situações simples do cotidiano. Por outro lado, é necessário dar liberdade para que se aprenda a conviver em harmonia e a ser autônomo. Para especialistas, o segredo é tentar encontrar o equilíbrio entre o cuidado e o excesso de controle. Em um mundo repleto de demandas e exigências e, ainda, violento, muitos pais acabam por exagerar no zelo com seus filhos em nome de proteção e amor. Porém, ao errar a dose, os responsáveis, que acreditam estar passando segurança à sua prole, podem provocar, sem querer, insegurança nas crianças e adolescentes. Para Maria Cristina Montingelli, coordenadora do Ensino Fundamental I, do colégio Sion Curitiba (PR), o limite entre o cuidado e o excesso de controle é tênue, principalmente nos dias atuais, devido à presença da violência urbana. "É preciso que os responsáveis usem o bom senso, o que é algo subjetivo, mas existe o senso comum. Por isso, recomendo que os pais observem os colegas, os hábitos das crianças e adolescentes que tenham a mesma faixa etária dos seus filhos, que reflitam e dividam opiniões entre os pares com os outros pais", orienta Maria Cristina. Excesso de zelo Para Leila Mendes, mestre em educação e coordenadora pedagógica do Colégio Qi, no Rio de Janeiro (RJ), o excesso de zelo pode impedir que a criança desenvolva estratégias para resolver situações simples do cotidiano, na medida em que há um outro - o pai, mãe ou avó, por exemplo - que toma a iniciativa, o que impossibilita a criança de pensar em como vai lidar com a situação-problema. Para a educadora, é vivendo e agindo que aprendemos a resolver os desafios que a vida nos impõe. Diálogo Maria Cristina recomenda muita conversa com outros pais, com os filhos e com a rede social - comunidade, escola, igreja - em geral. "Trocar ideias, realizar leituras sobre educação, provocar conversas e observar os filhos são essenciais para os pais perceberem se estão exagerando ou não. Não se pode zelar demais nem ser descuidado. A criança precisa se sentir amparada e ter integração com a família e, ao mesmo tempo, ser incentivada a ter autonomia para a vida", comenta a coordenadora do colégio Sion. Ao ser perguntada se existe um limite saudável para o controle, Leila Mendes diz que o controle é necessário em casos específicos. "O acompanhamento e o diálogo constantes dos pais com os filhos são fundamentais. É isto que contribuirá para que a criança saia de seu egocentrismo, construa uma consciência social e possa se inserir na cultura", analisa. Para ela, a liberdade consiste em aprender a conviver em harmonia nos grupos sociais dos quais fazemos parte, ou seja, aprender a ser autônomo. Idade e controle Maria Cristina acredita que o grau de liberdade deve ocorrer conforme o grau de maturidade e responsabilidade do filho, e lembra que cada caso é um caso. Nesse sentido, as experiências vividas e a maneira como os filhos respondem às situações devem ser levadas em conta pelos pais. A mestre em educação Leila Mendes comenta que o importante é que o limite faça parte da vida da criança desde cedo, afinal não se pode ter tudo. "A criança pequena tende a querer satisfazer todos os seus desejos e é natural que assim o seja. Cabe aos pais, e depois à escola, colocar os limites, dizer não, mostrar o ponto de vista do outro. O desafio da educação é justo esse, inserir a criança na cultura. Ao colocarmos limites, estamos ajudando a criança a lidar com a realidade, a resolver seus problemas, possibilitando o amadurecimento", pondera. Consequências Quando os pais exageram no controle nem imaginam que em um futuro próximo podem prejudicar a vida dos filhos. "Dependendo do traço de personalidade da criança/adolescente, o filho pode ser tornar inseguro, se sentir incapaz, revoltado e, ainda, ter comportamento permanente de risco para dar vazão às demandas reprimidas", diz Maria Cristina.
O excesso de zelo pode impedir que a criança desenvolva estratégias para resolver situações simples do cotidiano. Por outro lado, é necessário dar liberdade para que se aprenda a conviver em harmonia e a ser autônomo. Para especialistas, o segredo é tentar encontrar o equilíbrio entre o cuidado e o excesso de controle.
Em um mundo repleto de demandas e exigências e, ainda, violento, muitos pais acabam por exagerar no zelo com seus filhos em nome de proteção e amor. Porém, ao errar a dose, os responsáveis, que acreditam estar passando segurança à sua prole, podem provocar, sem querer, insegurança nas crianças e adolescentes.
Para Maria Cristina Montingelli, coordenadora do Ensino Fundamental I, do colégio Sion Curitiba (PR), o limite entre o cuidado e o excesso de controle é tênue, principalmente nos dias atuais, devido à presença da violência urbana.
“É preciso que os responsáveis usem o bom senso, o que é algo subjetivo, mas existe o senso comum. Por isso, recomendo que os pais observem os colegas, os hábitos das crianças e adolescentes que tenham a mesma faixa etária dos seus filhos, que reflitam e dividam opiniões entre os pares com os outros pais”, orienta Maria Cristina.
Excesso de zelo
Para Leila Mendes, mestre em educação e coordenadora pedagógica do Colégio Qi, no Rio de Janeiro (RJ), o excesso de zelo pode impedir que a criança desenvolva estratégias para resolver situações simples do cotidiano, na medida em que há um outro – o pai, mãe ou avó, por exemplo – que toma a iniciativa, o que impossibilita a criança de pensar em como vai lidar com a situação-problema. Para a educadora, é vivendo e agindo que aprendemos a resolver os desafios que a vida nos impõe.
Diálogo
Maria Cristina recomenda muita conversa com outros pais, com os filhos e com a rede social – comunidade, escola, igreja – em geral.
“Trocar ideias, realizar leituras sobre educação, provocar conversas e observar os filhos são essenciais para os pais perceberem se estão exagerando ou não. Não se pode zelar demais nem ser descuidado. A criança precisa se sentir amparada e ter integração com a família e, ao mesmo tempo, ser incentivada a ter autonomia para a vida”, comenta a coordenadora do colégio Sion.
Ao ser perguntada se existe um limite saudável para o controle, Leila Mendes diz que o controle é necessário em casos específicos. “O acompanhamento e o diálogo constantes dos pais com os filhos são fundamentais. É isto que contribuirá para que a criança saia de seu egocentrismo, construa uma consciência social e possa se inserir na cultura”, analisa. Para ela, a liberdade consiste em aprender a conviver em harmonia nos grupos sociais dos quais fazemos parte, ou seja, aprender a ser autônomo.
Idade e controle
Maria Cristina acredita que o grau de liberdade deve ocorrer conforme o grau de maturidade e responsabilidade do filho, e lembra que cada caso é um caso. Nesse sentido, as experiências vividas e a maneira como os filhos respondem às situações devem ser levadas em conta pelos pais.
A mestre em educação Leila Mendes comenta que o importante é que o limite faça parte da vida da criança desde cedo, afinal não se pode ter tudo. “A criança pequena tende a querer satisfazer todos os seus desejos e é natural que assim o seja. Cabe aos pais, e depois à escola, colocar os limites, dizer não, mostrar o ponto de vista do outro. O desafio da educação é justo esse, inserir a criança na cultura. Ao colocarmos limites, estamos ajudando a criança a lidar com a realidade, a resolver seus problemas, possibilitando o amadurecimento”, pondera.
Consequências
Quando os pais exageram no controle nem imaginam que em um futuro próximo podem prejudicar a vida dos filhos. “Dependendo do traço de personalidade da criança/adolescente, o filho pode ser tornar inseguro, se sentir incapaz, revoltado e, ainda, ter comportamento permanente de risco para dar vazão às demandas reprimidas”, diz Maria Cristina.
FONTE: Previ