BRASÍLIA O esforço do governo para turbinar a economia em 2012 mediante injeção de dinheiro em bancos públicos acabou contribuindo para que a dívida pública federal em títulos atingisse um novo patamar histórico. Segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, o estoque fechou o ano passado em nada menos que R$ 2,008 trilhões, o que representa um crescimento de R$ 142 bilhões ou 7,6% em relação a 2011. Desse total, R$ 76 bilhões corresponderam a emissões de títulos feitas ao longo do ano para capitalizar BNDES (R$ 55 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 13 bilhões) e BANCO DO BRASIL (R$ 8,1 bilhões). Mas as capitalizações não foram as únicas a elevarem a dívida. Esta também foi afetada pelos juros que corrigem o estoque. Mesmo assim, o resultado foi comemorado pela equipe econômica, que avalia que o Tesouro conseguiu cumprir as metas fixadas para o ano. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) 2012, o endividamento deveria terminar o ano em um intervalo entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhão. O resultado de 2012 mostra que a dívida fechou o ano em 45,5% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 45% do PIB em 2011. Esse indicador inclui tanto a dívida mobiliária federal interna como a dívida externa. A primeira encerrou o ano passado em R$ 1,916 trilhão e a segunda, em R$ 91,3 bilhões. O plano também previa o aumento da parcela da dívida corrigida por papéis prefixados, mais vantajosos para o governo. Estes têm remuneração definida previamente, o que dá previsibilidade sobre os resgates. Segundo o relatório do Tesouro, a parcela prefixada terminou o ano em 40% do total, contra meta entre 37% e 41%. Em 2011, foi de 36,6%. Já a participação dos papéis corrigidos pela Taxa Selic caiu de 30,14% para 21,7%. Isso é bom porque um título que varia com a Selic deixa o governo mais vulnerável às mudanças de mercado. Pela meta fixada, o intervalo deveria ser entre 22% e 26%. A parte da dívida corrigida por índices de preços subiu de 28,3% 33,9% (entre 30% e 34%, pelo plano). Mercado vê inflação maior Para o economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, o perfil da dívida melhorou em 2012, mas sua composição indica que o mercado aposta em inflação maior: - Isso significa que os investidores acreditam que o modelo macroeconômico brasileiro é baseado em juros baixos, mas com mais inflação. O governo ainda alongou o prazo médio da dívida, que terminou 2012 em quatro anos, contra projeção entre 3,6 e 3,8 anos. Já a parcela do estoque com vencimento a curto prazo subiu de 21,9% 24,4% (o plano previa entre 22% e 26%). As instituições financeiras ainda são as principais detentoras de títulos públicos (30,1%), seguidas por fundos de investimentos (24,7%) e fundos de previdência (16%). Os investidores estrangeiros têm 13,7%.
BRASÍLIA O esforço do governo para turbinar a economia em 2012 mediante injeção de dinheiro em bancos públicos acabou contribuindo para que a dívida pública federal em títulos atingisse um novo patamar histórico. Segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, o estoque fechou o ano passado em nada menos que R$ 2,008 trilhões, o que representa um crescimento de R$ 142 bilhões ou 7,6% em relação a 2011. Desse total, R$ 76 bilhões corresponderam a emissões de títulos feitas ao longo do ano para capitalizar BNDES (R$ 55 bilhões), Caixa Econômica Federal (R$ 13 bilhões) e BANCO DO BRASIL (R$ 8,1 bilhões).
Mas as capitalizações não foram as únicas a elevarem a dívida. Esta também foi afetada pelos juros que corrigem o estoque. Mesmo assim, o resultado foi comemorado pela equipe econômica, que avalia que o Tesouro conseguiu cumprir as metas fixadas para o ano. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF) 2012, o endividamento deveria terminar o ano em um intervalo entre R$ 1,95 trilhão e R$ 2,05 trilhão.
O resultado de 2012 mostra que a dívida fechou o ano em 45,5% do Produto Interno Bruto (PIB), contra 45% do PIB em 2011. Esse indicador inclui tanto a dívida mobiliária federal interna como a dívida externa. A primeira encerrou o ano passado em R$ 1,916 trilhão e a segunda, em R$ 91,3 bilhões.
O plano também previa o aumento da parcela da dívida corrigida por papéis prefixados, mais vantajosos para o governo. Estes têm remuneração definida previamente, o que dá previsibilidade sobre os resgates. Segundo o relatório do Tesouro, a parcela prefixada terminou o ano em 40% do total, contra meta entre 37% e 41%. Em 2011, foi de 36,6%.
Já a participação dos papéis corrigidos pela Taxa Selic caiu de 30,14% para 21,7%. Isso é bom porque um título que varia com a Selic deixa o governo mais vulnerável às mudanças de mercado. Pela meta fixada, o intervalo deveria ser entre 22% e 26%. A parte da dívida corrigida por índices de preços subiu de 28,3% 33,9% (entre 30% e 34%, pelo plano).
Mercado vê inflação maior
Para o economista Felipe Salto, da consultoria Tendências, o perfil da dívida melhorou em 2012, mas sua composição indica que o mercado aposta em inflação maior:
- Isso significa que os investidores acreditam que o modelo macroeconômico brasileiro é baseado em juros baixos, mas com mais inflação.
O governo ainda alongou o prazo médio da dívida, que terminou 2012 em quatro anos, contra projeção entre 3,6 e 3,8 anos. Já a parcela do estoque com vencimento a curto prazo subiu de 21,9% 24,4% (o plano previa entre 22% e 26%).
As instituições financeiras ainda são as principais detentoras de títulos públicos (30,1%), seguidas por fundos de investimentos (24,7%) e fundos de previdência (16%). Os investidores estrangeiros têm 13,7%.
FONTE: O Globo