A caderneta de poupança registrou novos recordes de captação de recursos em 2012, apesar de ter dado aos poupadores um retorno menor. Segundo o Banco Central, os depósitos superaram os saques em R$ 9,2 bilhões em dezembro, maior valor mensal da série histórica iniciada em 1995. No acumulado do ano passado, a captação líquida foi de R$ 49,7 bilhões. O valor superou o recorde anterior, de R$ 38,7 bilhões em 2010, e ficou 250% acima do resultado de 2011, de R$ 14,2 bilhões. Apesar do aumento no saldo da poupança ao longo do ano, houve queda nos rendimentos creditados no período. Os recursos depositados renderam RS 26,6 bilhões, valor 2% menor do que o que foi pago em 2011. O rendimento da caderneta ficou em 6,6% para quem deixou o dinheiro aplicado o ano todo. O valor está acima da inflação ao consumidor de 5,7% prevista * para o ano, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas abaixo do índice geral de preços, que subiu mais de 8%. Contribuiu para a queda na rentabilidade a mudança nas regras da caderneta anunciada pelo governo no início de maio. Os depósitos feitos a partir de 4 de maio passaram a render 70% da taxa básica de juros (Selic), o que eqüivale hoje a 0,4134% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR).Os saldos anteriores a essa data continuam sendo corrigidos em 0,50% ao mês mais TR. Além disso, a Taxa Referencial (TR) caiu por causa dos juros menores e está, desde agosto, em zero. Perspectivas. Para 2013, com os juros estáveis, a poupança deve render 5,075% ao ano para novos depósitos e 6,17% para os antigos, diante de uma previsão de inflação estimada em 5,5% pelo IPCA "O rendimento da poupança é o menor em toda a história, e com a inflação projetada acima de 5% os novos aplicadores terão rendimento real negativo", diz o economista José Dutra Vieira Sobrinho. Os números do Banco Central mostram que as novas regras serviram de incentivo para reduzir os saques, que caíram 6% em relação a 2011. 0 valor dos depósitos feitos no ano passado também recuou, mas em porcentual menor (3%), o que contribui para a captação líquida recorde do período. A poupança terminou 2012 com um estoque de R$ 496,3 bilhões, ante R$ 420 bilhões no final de 2011. A diferença inclui a captação e os rendimentos creditados no período. Tesouro Direto. Apesar de perder da inflação, a caderneta continua sendo uma opção de investimento em renda fixa para quem não utiliza o Tesouro Direto ou não tem acesso a fundos de investimento com taxa de administração abaixo de 1% ou CDBs que pagam mais de 95% do CDI. Entre as vantagens da poupança em relação a outras aplicações está a isenção de taxa de administração e de Imposto de Renda, tributo que reduz em até 22,5% o rendimento na renda fixa. Mesmo com o imposto, segundo cálculos do Tesouro Nacional para investimentos de seis meses, o Tesouro Direto apresenta rentabilidade 16,5% superior à da poupança e entre 10,5% e 27,6% superior à de fundos de investimento, que cobram de 1% a 2% de taxa de administração. --- Atração da caderneta R$ 9,2 bi foi o saldo da captação líquida em dezembro, o maior valor mensal da série iniciada em 1995 R$ 38,7 bi último recorde anual, em 2010
A caderneta de poupança registrou novos recordes de captação de recursos em 2012, apesar de ter dado aos poupadores um retorno menor. Segundo o Banco Central, os depósitos superaram os saques em R$ 9,2 bilhões em dezembro, maior valor mensal da série histórica iniciada em 1995. No acumulado do ano passado, a captação líquida foi de R$ 49,7 bilhões. O valor superou o recorde anterior, de R$ 38,7 bilhões em 2010, e ficou 250% acima do resultado de 2011, de R$ 14,2 bilhões.
Apesar do aumento no saldo da poupança ao longo do ano, houve queda nos rendimentos creditados no período. Os recursos depositados renderam RS 26,6 bilhões, valor 2% menor do que o que foi pago em 2011. O rendimento da caderneta ficou em 6,6% para quem deixou o dinheiro aplicado o ano todo.
O valor está acima da inflação ao consumidor de 5,7% prevista * para o ano, medida pelo índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), mas abaixo do índice geral de preços, que subiu mais de 8%.
Contribuiu para a queda na rentabilidade a mudança nas regras da caderneta anunciada pelo governo no início de maio. Os depósitos feitos a partir de 4 de maio passaram a render 70% da taxa básica de juros (Selic), o que eqüivale hoje a 0,4134% ao mês, mais a variação da Taxa Referencial (TR).Os saldos anteriores a essa data continuam sendo corrigidos em 0,50% ao mês mais TR. Além disso, a Taxa Referencial (TR) caiu por causa dos juros menores e está, desde agosto, em zero.
Perspectivas. Para 2013, com os juros estáveis, a poupança deve render 5,075% ao ano para novos depósitos e 6,17% para os antigos, diante de uma previsão de inflação estimada em 5,5% pelo IPCA "O rendimento da poupança é o menor em toda a história, e com a inflação projetada acima de 5% os novos aplicadores terão rendimento real negativo", diz o economista José Dutra Vieira Sobrinho.
Os números do Banco Central mostram que as novas regras serviram de incentivo para reduzir os saques, que caíram 6% em relação a 2011. 0 valor dos depósitos feitos no ano passado também recuou, mas em porcentual menor (3%), o que contribui para a captação líquida recorde do período. A poupança terminou 2012 com um estoque de R$ 496,3 bilhões, ante R$ 420 bilhões no final de 2011. A diferença inclui a captação e os rendimentos creditados no período.
Tesouro Direto. Apesar de perder da inflação, a caderneta continua sendo uma opção de investimento em renda fixa para quem não utiliza o Tesouro Direto ou não tem acesso a fundos de investimento com taxa de administração abaixo de 1% ou CDBs que pagam mais de 95% do CDI. Entre as vantagens da poupança em relação a outras aplicações está a isenção de taxa de administração e de Imposto de Renda, tributo que reduz em até 22,5% o rendimento na renda fixa.
Mesmo com o imposto, segundo cálculos do Tesouro Nacional para investimentos de seis meses, o Tesouro Direto apresenta rentabilidade 16,5% superior à da poupança e entre 10,5% e 27,6% superior à de fundos de investimento, que cobram de 1% a 2% de taxa de administração.
---
Atração da caderneta
R$ 9,2 bi foi o saldo da captação líquida em dezembro, o maior valor mensal da série iniciada em 1995
R$ 38,7 bi último recorde anual, em 2010
FONTE: O Estado de S. Paulo