O esforço do Banco Central em reduzir a taxa básica de juros (Selic), agora em 8% ao ano, não impediu que os bancos botassem o pé no freio e interrompessem o movimento de cinco meses de baixa dos encargos cobrados dos consumidores. Em junho, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), o custo médio dos empréstimos e financiamentos subiu 0,02 ponto percentual, para 6,20% ao mês ou 105,82% ao ano - o maior nível desde abril último
O esforço do Banco Central em reduzir a taxa básica de juros (Selic), agora em 8% ao ano, não impediu que os bancos botassem o pé no freio e interrompessem o movimento de cinco meses de baixa dos encargos cobrados dos consumidores. Em junho, segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), o custo médio dos empréstimos e financiamentos subiu 0,02 ponto percentual, para 6,20% ao mês ou 105,82% ao ano — o maior nível desde abril último.
Das seis principais linhas de crédito disponíveis no mercado, três ficaram mais caras. No empréstimo pessoal, os juros subiram de 3,59% ao mês (52,69% anuais) para 3,63% mensais (53,40% ao ano). Nos crediários das lojas, o incremento foi de 4,72% ao mês (73,92% ao ano) para 4,75% mensais (74,52% anuais). Nas financeiras, que extrapolam na hora de emprestar dinheiro, as taxas passaram de 7,98% ao mês (151,26% anuais) para 8,04% mensais (152,94% ao ano). No cartão de crédito, os encargos ficaram estáveis (10,69% ao mês ou 238,30% anuais).
Para o Miguel Ribeiro de Oliveira, economista da Anefac, o movimento de alta dos juros foi resultado da piora da inadimplência no Brasil e do pessimismo mais forte dos mercados em relação à frágil situação econômica do Brasil e de países como a Grécia e Espanha. "A questão da Europa não está boa, e piorou em junho, afetando a economia brasileira", afirmou. Ele acredita, no entanto, que a liberação pela Receita Federal do maior lote de restituição do Imposto de Renda, na segunda quinzena de julho, deverá ajudar as taxas de juros caírem nos meses seguintes.
"Mais da metade dos R$ 2,6 bilhões que entrarão nas contas dos contribuintes na próxima segunda-feira deverão ir para o pagamento de dívidas", disse.
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE