Moeda americana volta ao patamar de R$ 2

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SÃO PAULO. Depois de se desvalorizar 4,3% frente ao real entre sexta e segunda-feira, o dólar comercial inverteu o movimento de baixa e voltou a ficar acima de R$ 2 ontem. A moeda americana chegou a operar em queda durante toda a manhã, mas encerrou o pregão em alta de 1,65%, cotada a R$ 2,0170 na compra e R$ 2,0190 na venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,0200 e na mínima bateu em R$ 1,9790. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), seguiu o otimismo dos mercados externos e encerrou em valorização de 1,99%, aos 55.780 pontos e volume negociado de R$ 7,3 bilhões. A formação de preço do dólar no mercado local ficou descolada do exterior, onde a divisa caiu frente ao euro e a moedas emergentes como o rand sul-africano e o dólar australiano. Para Sidney Nehme, sócio da corretora NGO, a desvalorização do dólar em relação ao real entre sexta e segunda-feira deveu-se ao excesso de liquidez após a venda de contratos de swap cambial feita pelo Banco Central (BC). Este vendeu cerca de US$ 9 bilhões em contratos. - O BC fez uma oferta excessiva de dólares, o que criou excesso de liquidez no mercado futuro. Com isso, muitas posições que apostavam na alta do dólar foram desmontadas. Mas agora a moeda americana começa a voltar para o patamar de R$ 2 - afirmou Nehme, lembrando que o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, havia dito ontem a uma agência de notícias que a retomada da compra de dólares era uma possibilidade em aberto e que uma cotação abaixo de R$ 2 é prejudicial à indústria nacional. Segundo Nehme, como a afirmação foi feita no dia em que foi divulgada queda de 0,9% da produção industrial em maio, "o mercado entendeu que o governo não quer que a moeda americana fique abaixo de R$ 2". O mercado, explicou, avalia que existe uma banda informal de flutuação do dólar entre R$ 2 e R$ 2,10. Acima desse patamar, haveria impacto na inflação. Para Nehme, o pior dos cenários para as empresas é a oscilação brusca da moeda americana: - Quando o empresário começa a acreditar que o dólar vai se manter no patamar de R$ 2, ele cai abaixo disso por uma intervenção do próprio Banco Central. Depois, volta a subir. Essa instabilidade é o pior dos cenários para os empresários. Papéis de elétricas caem por reajuste da Eletropaulo Além disso, um erro de digitação na cotação do dólar do mercado futuro na BM&F deixou os investidores tensos no fim da manhã. A cotação a ser digitada era de R$ 2,03, mas saiu como R$ 2,30, o que provocou movimento de compra de dólares. Na contramão do dólar, o Ibovespa seguiu o mercado externo. Na Europa, as principais Bolsas fecharam em alta. Madri subiu 1,34%, Frankfurt avançou 1,26%, Paris teve valorização de 0,96%, e Londres, de 0,84%. Em Nova York, na véspera do feriado do Dia da Independência, o índice Dow Jones teve alta de 0,56%, enquanto S&P e Nasdaq avançaram 0,62% e 0,84%, respectivamente. - A perspectiva de novas medidas de estímulo às economias da zona do euro provocou uma onda de otimismo. E o Ibovespa se beneficiou. O volume negociado de R$ 7,3 bilhões ficou acima da média diária, o que indica que há estrangeiros comprando papéis que estão baratos. Há espaço para recuperação - afirmou Pedro Galdi, economista da corretora SLW. Entre as ações com maior valorização, figuraram as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da B2W, de comércio eletrônico, com alta de 10,36%. Papéis com maior peso no Ibovespa também ajudaram na valorização do índice: Petrobras ON subiu 3,91%, a R$ 19,69, e Vale PNA avançou 1,86% a R$ 39,85. Na ponta das maiores baixas, as ações preferenciais (PN, sem voto) da Eletropaulo recuaram 9,99%. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o reajuste tarifário anual para a Eletropaulo, com a redução média de 2,26% para consumidores. As novas tarifas entram em vigor hoje para 6,3 milhões de clientes da capital paulista e de outros 23 municípios do estado. A queda da Eletropaulo puxou outras empresas do setor, como CPFL Energia ON (-3,31%) e Transmissão Paulita PN (-4,41%).

SÃO PAULO. Depois de se desvalorizar 4,3% frente ao real entre sexta e segunda-feira, o dólar comercial inverteu o movimento de baixa e voltou a ficar acima de R$ 2 ontem. A moeda americana chegou a operar em queda durante toda a manhã, mas encerrou o pregão em alta de 1,65%, cotada a R$ 2,0170 na compra e R$ 2,0190 na venda. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 2,0200 e na mínima bateu em R$ 1,9790. Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), seguiu o otimismo dos mercados externos e encerrou em valorização de 1,99%, aos 55.780 pontos e volume negociado de R$ 7,3 bilhões.

A formação de preço do dólar no mercado local ficou descolada do exterior, onde a divisa caiu frente ao euro e a moedas emergentes como o rand sul-africano e o dólar australiano. Para Sidney Nehme, sócio da corretora NGO, a desvalorização do dólar em relação ao real entre sexta e segunda-feira deveu-se ao excesso de liquidez após a venda de contratos de swap cambial feita pelo Banco Central (BC). Este vendeu cerca de US$ 9 bilhões em contratos.

- O BC fez uma oferta excessiva de dólares, o que criou excesso de liquidez no mercado futuro. Com isso, muitas posições que apostavam na alta do dólar foram desmontadas. Mas agora a moeda americana começa a voltar para o patamar de R$ 2 - afirmou Nehme, lembrando que o diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, havia dito ontem a uma agência de notícias que a retomada da compra de dólares era uma possibilidade em aberto e que uma cotação abaixo de R$ 2 é prejudicial à indústria nacional.

Segundo Nehme, como a afirmação foi feita no dia em que foi divulgada queda de 0,9% da produção industrial em maio, "o mercado entendeu que o governo não quer que a moeda americana fique abaixo de R$ 2". O mercado, explicou, avalia que existe uma banda informal de flutuação do dólar entre R$ 2 e R$ 2,10. Acima desse patamar, haveria impacto na inflação.

Para Nehme, o pior dos cenários para as empresas é a oscilação brusca da moeda americana:

- Quando o empresário começa a acreditar que o dólar vai se manter no patamar de R$ 2, ele cai abaixo disso por uma intervenção do próprio Banco Central. Depois, volta a subir. Essa instabilidade é o pior dos cenários para os empresários.

Papéis de elétricas caem por reajuste da Eletropaulo

Além disso, um erro de digitação na cotação do dólar do mercado futuro na BM&F deixou os investidores tensos no fim da manhã. A cotação a ser digitada era de R$ 2,03, mas saiu como R$ 2,30, o que provocou movimento de compra de dólares.

Na contramão do dólar, o Ibovespa seguiu o mercado externo. Na Europa, as principais Bolsas fecharam em alta. Madri subiu 1,34%, Frankfurt avançou 1,26%, Paris teve valorização de 0,96%, e Londres, de 0,84%. Em Nova York, na véspera do feriado do Dia da Independência, o índice Dow Jones teve alta de 0,56%, enquanto S&P e Nasdaq avançaram 0,62% e 0,84%, respectivamente.

- A perspectiva de novas medidas de estímulo às economias da zona do euro provocou uma onda de otimismo. E o Ibovespa se beneficiou. O volume negociado de R$ 7,3 bilhões ficou acima da média diária, o que indica que há estrangeiros comprando papéis que estão baratos. Há espaço para recuperação - afirmou Pedro Galdi, economista da corretora SLW.

Entre as ações com maior valorização, figuraram as ações ordinárias (ON, com direito a voto) da B2W, de comércio eletrônico, com alta de 10,36%. Papéis com maior peso no Ibovespa também ajudaram na valorização do índice: Petrobras ON subiu 3,91%, a R$ 19,69, e Vale PNA avançou 1,86% a R$ 39,85.

Na ponta das maiores baixas, as ações preferenciais (PN, sem voto) da Eletropaulo recuaram 9,99%. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou ontem o reajuste tarifário anual para a Eletropaulo, com a redução média de 2,26% para consumidores. As novas tarifas entram em vigor hoje para 6,3 milhões de clientes da capital paulista e de outros 23 municípios do estado. A queda da Eletropaulo puxou outras empresas do setor, como CPFL Energia ON (-3,31%) e Transmissão Paulita PN (-4,41%).

FONTE: O Globo

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