O mercado chamou e o Banco Central (BC) apareceu. A alta do dólar tomou fôlego no decorrer da tarde em meio à crescente percepção nas mesas de operação de que o mercado "testava" a disposição do BC em atuar. A resposta veio por volta das 16h15, com uma chamada para leilão de swap cambial (que equivale à venda de dólar futuro) para a manhã desta quinta-feira. Mesmo sendo um agendamento de atuação, a resposta foi imediata. O dólar à vista, que subia 1,25% e marcou na máxima R$ 2,098, perdeu força - mas ainda fechou o dia com alta de 0,29%, a R$ 2,078, completando o sexto pregão seguido de ganho. No mercado futuro, a virada de mão foi mais dramática. O dólar para julho, que também fez máxima a R$ 2,098, terminou com leve valorização de 0,04%, a R$ 2,0785. Esse contrato sai de cena no fim da semana e o dólar para agosto, que já ganha liquidez, vira referência. Esse contrato saiu de uma alta de 0,93%, a R$ 2,1095, para fechar com baixa de 0,09%, a R$ 2,088. Para o economista-sênior para a América Latina da empresa de análises de mercado 4Cast, Pedro Tuesta, está claro que o mercado está testando os limites do BC. De visão semelhante, o sócio da Aquila Asset, Octavio Vaz, aponta que resta saber agora se o BC vai seguir atuando com mais frequência. A autoridade monetária já tinha feito uma venda de swap no dia, mas a oferta não foi uma colocação de "novos" contratos, apenas uma rolagem dos swaps que venceriam no dia 2 de julho. Na visão de um gestor, falta um operador mais forte na mesa de operações do Banco Central. Para ele, o corpo técnico do BC é muito bom e competente, mas falta alguém com viés mais forte de mercado para não deixar os agentes "abusarem" no câmbio. Para Tuesta, independentemente do que acontece no intradia do mercado de câmbio, o pano de fundo para essa valorização mais consistente do dólar decorre do fato de que a economia brasileira vai crescer menos do que a maioria de seus pares. Fora isso, diz o economista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua afirmando que o real fraco é um fator chave para dar suporte à recuperação da indústria. Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fecharam próximos à estabilidade em uma sessão dominada pela atenção dos agentes de mercado ao ambiente doméstico, onde o governo lançou mais um pacote de medidas de estímulo à economia. O anúncio das medidas voltadas a estimular a atividade por meio do incentivo aos investimentos já estava nos preços dos negócios, disseram operadores. "O corte da TJLP reforçou o cenário de quem vê um esgotamento da estratégia do governo em buscar crescimento só pela ponta do consumo", disse o executivo de uma corretora estrangeira. O HSBC apontou no relatório trimestral de cenários globais macroeconômicos que a taxa básica de juros, a Selic, vai cair para 7,5% a partir de agosto deste ano. E prevê que essa será a taxa básica do país ao longo de todo o ano de 2013. "Crescimento fraco e um cenário relativamente benigno para a inflação farão com que o Banco Central continue a testar novos patamares de piso para os juros", aponta o texto assinado pelos economistas André Loes, Constantin Jancsó e Sabrina Andrade.
O mercado chamou e o Banco Central (BC) apareceu. A alta do dólar tomou fôlego no decorrer da tarde em meio à crescente percepção nas mesas de operação de que o mercado "testava" a disposição do BC em atuar.
A resposta veio por volta das 16h15, com uma chamada para leilão de swap cambial (que equivale à venda de dólar futuro) para a manhã desta quinta-feira.
Mesmo sendo um agendamento de atuação, a resposta foi imediata. O dólar à vista, que subia 1,25% e marcou na máxima R$ 2,098, perdeu força - mas ainda fechou o dia com alta de 0,29%, a R$ 2,078, completando o sexto pregão seguido de ganho.
No mercado futuro, a virada de mão foi mais dramática. O dólar para julho, que também fez máxima a R$ 2,098, terminou com leve valorização de 0,04%, a R$ 2,0785. Esse contrato sai de cena no fim da semana e o dólar para agosto, que já ganha liquidez, vira referência. Esse contrato saiu de uma alta de 0,93%, a R$ 2,1095, para fechar com baixa de 0,09%, a R$ 2,088.
Para o economista-sênior para a América Latina da empresa de análises de mercado 4Cast, Pedro Tuesta, está claro que o mercado está testando os limites do BC.
De visão semelhante, o sócio da Aquila Asset, Octavio Vaz, aponta que resta saber agora se o BC vai seguir atuando com mais frequência.
A autoridade monetária já tinha feito uma venda de swap no dia, mas a oferta não foi uma colocação de "novos" contratos, apenas uma rolagem dos swaps que venceriam no dia 2 de julho.
Na visão de um gestor, falta um operador mais forte na mesa de operações do Banco Central.
Para ele, o corpo técnico do BC é muito bom e competente, mas falta alguém com viés mais forte de mercado para não deixar os agentes "abusarem" no câmbio.
Para Tuesta, independentemente do que acontece no intradia do mercado de câmbio, o pano de fundo para essa valorização mais consistente do dólar decorre do fato de que a economia brasileira vai crescer menos do que a maioria de seus pares.
Fora isso, diz o economista, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, continua afirmando que o real fraco é um fator chave para dar suporte à recuperação da indústria.
Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) fecharam próximos à estabilidade em uma sessão dominada pela atenção dos agentes de mercado ao ambiente doméstico, onde o governo lançou mais um pacote de medidas de estímulo à economia.
O anúncio das medidas voltadas a estimular a atividade por meio do incentivo aos investimentos já estava nos preços dos negócios, disseram operadores.
"O corte da TJLP reforçou o cenário de quem vê um esgotamento da estratégia do governo em buscar crescimento só pela ponta do consumo", disse o executivo de uma corretora estrangeira.
O HSBC apontou no relatório trimestral de cenários globais macroeconômicos que a taxa básica de juros, a Selic, vai cair para 7,5% a partir de agosto deste ano. E prevê que essa será a taxa básica do país ao longo de todo o ano de 2013. "Crescimento fraco e um cenário relativamente benigno para a inflação farão com que o Banco Central continue a testar novos patamares de piso para os juros", aponta o texto assinado pelos economistas André Loes, Constantin Jancsó e Sabrina Andrade.
FONTE: Valor Econômico