O governo está prestes a anunciar um aumento no preço da gasolina, mas estuda formas de preservar o consumidor. Isso pode ocorrer se o percentual de reajuste ficar em 10%, abaixo dos 15% pleiteados pela Petrobras. A elevação menor já foi aceita pela presidente da República, Dilma Rousseff, porque é o patamar máximo que permite à área econômica compensar a alta com a eliminação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e com o aumento da participação do etanol na gasolina. O tema provocou declarações contraditórias de autoridades nos últimos dias, mas o "disse me disse" tem data para acabar: a decisão terá de ser oficializada até segunda-feira, quando será discutido o plano de negócios da companhia. Graça Foster, como é conhecida a presidente da Petrobras, não falou em data ou percentuais, mas reforçou ontem a necessidade de um aumento para que a empresa possa bancar os investimentos de US$ 236,5 bilhões previstos para o período de 2012 a 2016. "Precisamos de um aumento porque você vê uma variação do (petróleo) Brent que desceu, mas o câmbio está subindo. Então, a paridade de preço está muito defasada dos preços internacionais", alegou. Ontem, os preços futuros de petróleo fecharam abaixo de US$ 80 por barril pela primeira vez desde outubro. O contrato do petróleo WTI para agosto caiu US$ 3,25 (3,99%) e fechou em US$ 78,20 por barril, no maior declínio, em termos percentuais, desde meados de dezembro. O Brent para agosto recuou US$ 3,46 (3,73%) e terminou a US$ 89,23 o barril. A queda nas cotações ocorre no momento em que os estoques globais de petróleo permanecem altos, devido à fraca demanda decorrente da crise internacional. A Petrobras tem sido obrigada a importar gasolina às cotações internacionais e precisa vender no mercado interno a preços congelados. Segundo a analista do Santander Tatiana Pinheiro, do fim de maio até ontem, o câmbio depreciou-se 5% enquanto o preço da gasolina convencional do Golfo do México caiu 18%. "Com isso, a diferença entre os preços da gasolina lá fora e a produzida aqui diminuiu de 30% para 12%", afirmou. Impacto Para Tatiana, o governo tem espaço para elevar em 10% o preço do combustível sem ter de repassá-lo ao consumidor. "Se for eliminada a Cide, que está em R$ 0,09 sobre o litro da gasolina, e aumentada a mistura de álcool no combustível, dos atuais de 18% para 25%, é possível que não haja impacto na bomba", aponta. O plano de negócios da Petrobras, no entanto, conta com um reajuste de 15%. "Nesse caso, mesmo se o governo eliminasse a Cide e aumentasse a participação do álcool, haveria impacto de 0,20 ponto percentual na inflação, dado o peso de 4% da gasolina no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)." Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, rejeitou a ideia de usar a Cide, mas a presidente da Petrobras já se disse a favor de elevar a mistura de etanol na gasolina. Na semana passada, Lobão afirmou que não haveria mais reajustes neste ano, mas depois voltou atrás. » Investimento da China O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a China tem intenção de investir em petróleo e gás no Brasil e que o governo busca aumento de investimento de empresas chinesas no país. Em entrevista coletiva durante a Rio+20, após encontro com o presidente da China, Hu Jintao, Mantega disse que a Petrobras e a Petrochina são as maiores investidoras do mundo, e que os dois países deverão ampliar sinergias. "O Brasil tem demanda grande para produtos na área petrolífera, como bens de capital e plataformas, que queremos fazer no Brasil, e estamos convidando os chineses para participar disso", comentou.
O governo está prestes a anunciar um aumento no preço da gasolina, mas estuda formas de preservar o consumidor. Isso pode ocorrer se o percentual de reajuste ficar em 10%, abaixo dos 15% pleiteados pela Petrobras. A elevação menor já foi aceita pela presidente da República, Dilma Rousseff, porque é o patamar máximo que permite à área econômica compensar a alta com a eliminação da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e com o aumento da participação do etanol na gasolina.
O tema provocou declarações contraditórias de autoridades nos últimos dias, mas o "disse me disse" tem data para acabar: a decisão terá de ser oficializada até segunda-feira, quando será discutido o plano de negócios da companhia. Graça Foster, como é conhecida a presidente da Petrobras, não falou em data ou percentuais, mas reforçou ontem a necessidade de um aumento para que a empresa possa bancar os investimentos de US$ 236,5 bilhões previstos para o período de 2012 a 2016. "Precisamos de um aumento porque você vê uma variação do (petróleo) Brent que desceu, mas o câmbio está subindo. Então, a paridade de preço está muito defasada dos preços internacionais", alegou.
Ontem, os preços futuros de petróleo fecharam abaixo de US$ 80 por barril pela primeira vez desde outubro. O contrato do petróleo WTI para agosto caiu US$ 3,25 (3,99%) e fechou em US$ 78,20 por barril, no maior declínio, em termos percentuais, desde meados de dezembro. O Brent para agosto recuou US$ 3,46 (3,73%) e terminou a US$ 89,23 o barril. A queda nas cotações ocorre no momento em que os estoques globais de petróleo permanecem altos, devido à fraca demanda decorrente da crise internacional.
A Petrobras tem sido obrigada a importar gasolina às cotações internacionais e precisa vender no mercado interno a preços congelados. Segundo a analista do Santander Tatiana Pinheiro, do fim de maio até ontem, o câmbio depreciou-se 5% enquanto o preço da gasolina convencional do Golfo do México caiu 18%. "Com isso, a diferença entre os preços da gasolina lá fora e a produzida aqui diminuiu de 30% para 12%", afirmou.
Impacto
Para Tatiana, o governo tem espaço para elevar em 10% o preço do combustível sem ter de repassá-lo ao consumidor. "Se for eliminada a Cide, que está em R$ 0,09 sobre o litro da gasolina, e aumentada a mistura de álcool no combustível, dos atuais de 18% para 25%, é possível que não haja impacto na bomba", aponta. O plano de negócios da Petrobras, no entanto, conta com um reajuste de 15%. "Nesse caso, mesmo se o governo eliminasse a Cide e aumentasse a participação do álcool, haveria impacto de 0,20 ponto percentual na inflação, dado o peso de 4% da gasolina no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)."
Ontem, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, rejeitou a ideia de usar a Cide, mas a presidente da Petrobras já se disse a favor de elevar a mistura de etanol na gasolina. Na semana passada, Lobão afirmou que não haveria mais reajustes neste ano, mas depois voltou atrás.
» Investimento da China
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a China tem intenção de investir em petróleo e gás no Brasil e que o governo busca aumento de investimento de empresas chinesas no país. Em entrevista coletiva durante a Rio+20, após encontro com o presidente da China, Hu Jintao, Mantega disse que a Petrobras e a Petrochina são as maiores investidoras do mundo, e que os dois países deverão ampliar sinergias. "O Brasil tem demanda grande para produtos na área petrolífera, como bens de capital e plataformas, que queremos fazer no Brasil, e estamos convidando os chineses para participar disso", comentou.
FONTE: Correio Braziliense