As bolsas americanas tiveram um dos piores pregões do ano, o petróleo caiu 4% e voltou para cotações não vistas desde outubro e a volatilidade dos mercados deu um salto de 17%. Não tem como o câmbio local escapar de um ambiente desses. O dólar comercial terminou o dia com alta de 1,08%, a R$ 2,055. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o ganho foi de 1,79%, com o contrato para julho encerrando a R$ 2,0665. Tal atmosfera de fuga do risco (risk off) foi formada por uma rodada negativa de indicadores econômicos na China, na Europa e nos Estados Unidos, aliada a expectativas de rebaixamento em série da classificação de risco de bancos - evento posteriormente confirmado. A Moody"s cortou a nota de 15 instituições após o fechamento dos mercados. No câmbio local, o diretor do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, não descarta a possibilidade de novas atuações do governo conforme o dólar volta a tomar fôlego. Na avaliação de Rodrigues, o comportamento da moeda americana está, sim, no radar do governo, não apenas pela questão da inflação, mas também pelo impacto que essa valorização da moeda tem sobre as empresas. O diretor aponta que o número de empresas endividadas em moeda estrangeira é bastante expressivo e que essa alta do dólar pode asfixiar o caixa dessas companhias, ainda mais que o número de empresas que faz hedge (proteção) de exposição cambial é baixo, principalmente em função do custo dessa operação de proteção. No mercado de câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu 1%, para 82,32 pontos, enquanto o euro caiu 1,25%, a US$ 1,254. No mercado de juros, os investidores e instituições financeiras foram guiados pelo ambiente doméstico. A divulgação de dois indicadores sinalizou tendências opostas para a economia brasileira. Enquanto a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo de junho (IPCA-15) - usado pelo Banco Central para calibrar a política monetária - veio abaixo do esperado, a taxa de desemprego surpreendeu com um mercado de trabalho mais robusto que o projetado. Nesse ambiente, os contratos que projetam as taxas de juros para janeiro de 2014 (DI janeiro/2014), os mais negociados, atingiram 8,05%, ante 8,08% do pregão anterior. O DI para janeiro de 2017 operava em 9,51%, ante 9,61%. Segundo o economista do BES Investiment, Flavio Serrano, a inflação mais baixa é motivada por fatores pontuais. E, portanto, não é capaz de alterar o cenário já incluído no preço pelo mercado. Além disso, a insistente afirmação do presidente do BC, Alexandre Tombini, de que a economia vai se recuperar a partir do segundo semestre segue limitando as apostas dos investidores nos contratos de juro de prazo mais curto. Mas cresceu o volume de contratos mais longos. O número de contratos abertos para janeiro de 2017 saiu de 465,8 mil na quarta para 471,8 ontem. Operadores apontam que cresce o número de casas estrangeiras arbitrando posições entre os extremos da curva de juros.
As bolsas americanas tiveram um dos piores pregões do ano, o petróleo caiu 4% e voltou para cotações não vistas desde outubro e a volatilidade dos mercados deu um salto de 17%. Não tem como o câmbio local escapar de um ambiente desses. O dólar comercial terminou o dia com alta de 1,08%, a R$ 2,055. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o ganho foi de 1,79%, com o contrato para julho encerrando a R$ 2,0665.
Tal atmosfera de fuga do risco (risk off) foi formada por uma rodada negativa de indicadores econômicos na China, na Europa e nos Estados Unidos, aliada a expectativas de rebaixamento em série da classificação de risco de bancos - evento posteriormente confirmado. A Moody"s cortou a nota de 15 instituições após o fechamento dos mercados.
No câmbio local, o diretor do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues, não descarta a possibilidade de novas atuações do governo conforme o dólar volta a tomar fôlego. Na avaliação de Rodrigues, o comportamento da moeda americana está, sim, no radar do governo, não apenas pela questão da inflação, mas também pelo impacto que essa valorização da moeda tem sobre as empresas.
O diretor aponta que o número de empresas endividadas em moeda estrangeira é bastante expressivo e que essa alta do dólar pode asfixiar o caixa dessas companhias, ainda mais que o número de empresas que faz hedge (proteção) de exposição cambial é baixo, principalmente em função do custo dessa operação de proteção.
No mercado de câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu 1%, para 82,32 pontos, enquanto o euro caiu 1,25%, a US$ 1,254.
No mercado de juros, os investidores e instituições financeiras foram guiados pelo ambiente doméstico. A divulgação de dois indicadores sinalizou tendências opostas para a economia brasileira. Enquanto a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo de junho (IPCA-15) - usado pelo Banco Central para calibrar a política monetária - veio abaixo do esperado, a taxa de desemprego surpreendeu com um mercado de trabalho mais robusto que o projetado.
Nesse ambiente, os contratos que projetam as taxas de juros para janeiro de 2014 (DI janeiro/2014), os mais negociados, atingiram 8,05%, ante 8,08% do pregão anterior. O DI para janeiro de 2017 operava em 9,51%, ante 9,61%.
Segundo o economista do BES Investiment, Flavio Serrano, a inflação mais baixa é motivada por fatores pontuais. E, portanto, não é capaz de alterar o cenário já incluído no preço pelo mercado. Além disso, a insistente afirmação do presidente do BC, Alexandre Tombini, de que a economia vai se recuperar a partir do segundo semestre segue limitando as apostas dos investidores nos contratos de juro de prazo mais curto. Mas cresceu o volume de contratos mais longos. O número de contratos abertos para janeiro de 2017 saiu de 465,8 mil na quarta para 471,8 ontem. Operadores apontam que cresce o número de casas estrangeiras arbitrando posições entre os extremos da curva de juros.
FONTE: Valor Econômico