Retração na demanda gera reajuste menor de preços no segmento

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A inflação de serviços dá sinais de perda de fôlego, e o recuo é mais acentuado quando se analisa a evolução desse grupo eliminando a influência de fatores sazonais. Segundo cálculos da LCA Consultores, os preços de serviços no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiram nos últimos três meses a um ritmo anualizado de 7,6%, feito o ajuste sazonal, abaixo dos 9,3% registrados na média de três meses até dezembro, e dos quase 13% registrados em março do ano passado, nessa mesma base de comparação. São indícios de que a desaceleração da atividade também atingiu o setor de serviços, num quadro em que as famílias estão mais endividadas e podem moderar um pouco o apetite pelo consumo. No acumulado em 12 meses, os preços de serviços (que incluem itens como aluguel, empregado doméstico, consertos, etc) também estão em desaceleração. Nos 12 meses até maio, as cotações subiram 8,6%, menos que os 9,7% de 2011, numa conta da LCA que considera retroativamente a nova classificação do grupo adotada pelo Banco Central a partir deste ano, que inclui alimentação fora do domicílio e passagens aéreas. O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, diz que o cálculo da inflação com ajuste sazonal dá uma ideia melhor do que se passa no curto prazo com os preços de serviços. "O acumulado em 12 meses é muito contaminado pela inércia, incluindo meses em que houve altas fortes, mascarando a dinâmica mais recente dos preços." Com isso, ele optou por retirar as influências sazonais e por anualizar a variação dos preços, mas trabalhando com uma média de três meses. "O dado mensal é muito volátil", pondera Borges. Para ele, a desaceleração da atividade é um dos fatores que contribuem para a perda de força da inflação de serviços. O PIB de serviços também tem crescido a um ritmo mais fraco, ainda que a desaceleração seja menos acentuada que a do PIB total, avalia. Borges diz que o comportamento de alguns preços de bens comercializáveis internacionalmente (os tradables) também influenciam favoravelmente as cotações de serviços. "Um exemplo é o que o ocorre com alimentação fora do domicílio, que tem se beneficiado dos preços de alimentos mais comportados", nota ele, lembrando que o custo da mão de obra e os alugueis também influenciam esse item. Nos 12 meses até maio, alimentação fora do domicílio subiu 8,78%, menos que os 11,52% registrados até setembro do ano passado, nessa base de comparação. O economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, também vê um comportamento mais benigno da inflação de serviços em 2012. O nível de endividamento mais elevado das famílias e a inadimplência mais alta podem elevar a cautela dos consumidores. O comportamento dos alugueis também tem colaborado para reduzir a pressão em serviços, diz Borges. Ele lembra que esse item reflete uma combinação dos alugueis já existentes, quase sempre corrigidos pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), e dos aluguéis novos, frutos da oferta e da demanda. "Além da descompressão do IGP-M, os aluguéis novos têm subido a um ritmo mais fraco", afirma Borges, citando a evolução dos preços em São Paulo, cujo aumento anualizado foi de 6,6% na média de fevereiro a abril deste ano, bem inferior aos 26,8% da média trimestral até novembro de 2011, segundo dados do Secovi (sindicato da habitação). Uma alta menor no aluguel, que tem peso de 4% no IPCA, impacta diretamente a inflação de serviços, mas também o faz de modo indireto, diz Borges. Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2009 (a mais recente), os gastos com aluguéis representavam 22,7% das despesas dos serviços prestados às famílias. Se o aluguel sobe menos, o repasse aos preços tende a cair. Velho também aponta uma situação mais favorável em termos de custos para as empresas do setor de serviços. Além dos alugueis, as tarifas de energia elétrica devem ajudar - a expectativa é que tenham queda neste ano; Todos esses fatores, contudo, servem para desacelerar o ritmo de alta dos preços de serviços, mas não para provocar um tombo expressivo. A inflação do grupo deve continuar bem acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%. Velho projeta alta próxima a 7% para o grupo neste ano, enquanto Borges estima 7,9%. Ainda que razoavelmente inferiores aos 9,7% do ano passado, é um ritmo bastante forte. Para o IPCA "cheio", a LCA projeta 4,8% neste ano e a Prosper, 4,9%.

A inflação de serviços dá sinais de perda de fôlego, e o recuo é mais acentuado quando se analisa a evolução desse grupo eliminando a influência de fatores sazonais. Segundo cálculos da LCA Consultores, os preços de serviços no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiram nos últimos três meses a um ritmo anualizado de 7,6%, feito o ajuste sazonal, abaixo dos 9,3% registrados na média de três meses até dezembro, e dos quase 13% registrados em março do ano passado, nessa mesma base de comparação. São indícios de que a desaceleração da atividade também atingiu o setor de serviços, num quadro em que as famílias estão mais endividadas e podem moderar um pouco o apetite pelo consumo.

No acumulado em 12 meses, os preços de serviços (que incluem itens como aluguel, empregado doméstico, consertos, etc) também estão em desaceleração. Nos 12 meses até maio, as cotações subiram 8,6%, menos que os 9,7% de 2011, numa conta da LCA que considera retroativamente a nova classificação do grupo adotada pelo Banco Central a partir deste ano, que inclui alimentação fora do domicílio e passagens aéreas.

O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, diz que o cálculo da inflação com ajuste sazonal dá uma ideia melhor do que se passa no curto prazo com os preços de serviços. "O acumulado em 12 meses é muito contaminado pela inércia, incluindo meses em que houve altas fortes, mascarando a dinâmica mais recente dos preços." Com isso, ele optou por retirar as influências sazonais e por anualizar a variação dos preços, mas trabalhando com uma média de três meses. "O dado mensal é muito volátil", pondera Borges.

Para ele, a desaceleração da atividade é um dos fatores que contribuem para a perda de força da inflação de serviços. O PIB de serviços também tem crescido a um ritmo mais fraco, ainda que a desaceleração seja menos acentuada que a do PIB total, avalia.

Borges diz que o comportamento de alguns preços de bens comercializáveis internacionalmente (os tradables) também influenciam favoravelmente as cotações de serviços. "Um exemplo é o que o ocorre com alimentação fora do domicílio, que tem se beneficiado dos preços de alimentos mais comportados", nota ele, lembrando que o custo da mão de obra e os alugueis também influenciam esse item. Nos 12 meses até maio, alimentação fora do domicílio subiu 8,78%, menos que os 11,52% registrados até setembro do ano passado, nessa base de comparação.

O economista-chefe da Prosper Corretora, Eduardo Velho, também vê um comportamento mais benigno da inflação de serviços em 2012. O nível de endividamento mais elevado das famílias e a inadimplência mais alta podem elevar a cautela dos consumidores.

O comportamento dos alugueis também tem colaborado para reduzir a pressão em serviços, diz Borges. Ele lembra que esse item reflete uma combinação dos alugueis já existentes, quase sempre corrigidos pelo Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), e dos aluguéis novos, frutos da oferta e da demanda. "Além da descompressão do IGP-M, os aluguéis novos têm subido a um ritmo mais fraco", afirma Borges, citando a evolução dos preços em São Paulo, cujo aumento anualizado foi de 6,6% na média de fevereiro a abril deste ano, bem inferior aos 26,8% da média trimestral até novembro de 2011, segundo dados do Secovi (sindicato da habitação).

Uma alta menor no aluguel, que tem peso de 4% no IPCA, impacta diretamente a inflação de serviços, mas também o faz de modo indireto, diz Borges. Segundo a Pesquisa Anual de Serviços (PAS) de 2009 (a mais recente), os gastos com aluguéis representavam 22,7% das despesas dos serviços prestados às famílias. Se o aluguel sobe menos, o repasse aos preços tende a cair.

Velho também aponta uma situação mais favorável em termos de custos para as empresas do setor de serviços. Além dos alugueis, as tarifas de energia elétrica devem ajudar - a expectativa é que tenham queda neste ano;

Todos esses fatores, contudo, servem para desacelerar o ritmo de alta dos preços de serviços, mas não para provocar um tombo expressivo. A inflação do grupo deve continuar bem acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central, de 4,5%. Velho projeta alta próxima a 7% para o grupo neste ano, enquanto Borges estima 7,9%. Ainda que razoavelmente inferiores aos 9,7% do ano passado, é um ritmo bastante forte. Para o IPCA "cheio", a LCA projeta 4,8% neste ano e a Prosper, 4,9%.

FONTE: Valor Econômico

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