Dólar fecha acima de R$ 2 e tem alta de 7% em 2012

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É inegável a preponderância do vetor externo sobre a formação de preços nos mercados de câmbio e juros. Mas tanto em um quanto no outro a mão do governo esteve ou está presente. No câmbio, o dólar comercial fechou acima dos R$ 2 pela primeira vez desde o começo de julho de 2009. Com isso, a moeda que já chegou a acumular queda de 9% em 2012, passa a apontar valorização de 7,12%. Agora em maio, o ganho está em 5%. No mercado futuro, onde a linha dos R$ 2 já tinha sido superada, o contrato para junho subiu 0,29%, para R$ 2,0095. Segundo o vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB, Ures Folchini, agora é o cenário externo que manda na formação de preço do câmbio. O que não existe mais, com elevada certeza, é dólar a R$ 1,50/R$ 1,60. Na visão do especialista, no entanto, o comportamento do dólar não é exclusividade da cena externa. As intervenções do governo reduziram o número de participantes no mercado via aumentos de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). E ao mudar o modo de atuação no mercado à vista, o governo/Banco Central nitidamente procurou um patamar maior para a cotação. Colocando de outra forma, a alta do dólar por fatores externos começou de um patamar mais alto em função dessa postura do governo. Junto com isso, diz Folchini, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que dólar a R$ 2 não preocupa o governo. De fato, a valorização do dólar seria benéfica para a economia. "Sempre voltamos àquela história. O governo quer crescimento e emprego. A inflação é importante, mas não é tema prioritário", diz o tesoureiro. Para Folchini, uma atuação do BC na ponta de venda de dólar só ocorreria se o dólar subisse de forma muito rápida. Caso contrário o mercado vai continuar caminhando sozinho. No câmbio externo, a preocupação com o futuro político da Grécia levou o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, a registrar o 12º pregão seguido de alta. Tal período de valorização não foi visto nem no auge da crise de 2008. E o euro caiu a US$ 1,27, menor preço desde janeiro. Nos juros, o agravamento da crise na zona do euro abre espaço para novas apostas de Selic abaixo de 8%. O contrato para janeiro de 2013 testou novas mínimas históricas a 7,81%. A curva sugere duas reduções de meio ponto, mais um corte marginal. A taxa de mercado para um ano (Swap CDI x pré) caiu a 7,89%. Descontando o IPCA projetado para os próximos 12 meses do Focus, de 5,53%, o juro real está em 2,24%, nova mínima histórica. "Com esse cenário externo não tem como montar posição comprada em taxa", diz um gestor. Embora o mercado abrace a estratégia do BC, que acertou em cheio a complexidade e viés negativo da cena externa, a desconfiança com a inflação persiste. Sinal disso são as casas de investimento que revisam para baixo a previsão de Selic, mas sempre apontam para o risco de inflação maior em 2013. Para Folchini, a preocupação com a inflação é válida, mas ela tem de aparecer primeiro. Por ora, os acenos todos são de que enquanto houver espaço, a Selic vai para baixo. O tesoureiro cita, ainda, a recente fala de Alexandre Tombini, sobre a oportunidade histórica de cortar juros. E, ontem, a presidente Dilma Rousseff, disse que o país tem três desafios a resolver: juro, câmbio e regime tributário.

É inegável a preponderância do vetor externo sobre a formação de preços nos mercados de câmbio e juros. Mas tanto em um quanto no outro a mão do governo esteve ou está presente.

No câmbio, o dólar comercial fechou acima dos R$ 2 pela primeira vez desde o começo de julho de 2009. Com isso, a moeda que já chegou a acumular queda de 9% em 2012, passa a apontar valorização de 7,12%. Agora em maio, o ganho está em 5%.

No mercado futuro, onde a linha dos R$ 2 já tinha sido superada, o contrato para junho subiu 0,29%, para R$ 2,0095.

Segundo o vice-presidente de tesouraria do Banco WestLB, Ures Folchini, agora é o cenário externo que manda na formação de preço do câmbio. O que não existe mais, com elevada certeza, é dólar a R$ 1,50/R$ 1,60.

Na visão do especialista, no entanto, o comportamento do dólar não é exclusividade da cena externa. As intervenções do governo reduziram o número de participantes no mercado via aumentos de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). E ao mudar o modo de atuação no mercado à vista, o governo/Banco Central nitidamente procurou um patamar maior para a cotação.

Colocando de outra forma, a alta do dólar por fatores externos começou de um patamar mais alto em função dessa postura do governo.

Junto com isso, diz Folchini, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirma que dólar a R$ 2 não preocupa o governo. De fato, a valorização do dólar seria benéfica para a economia.

"Sempre voltamos àquela história. O governo quer crescimento e emprego. A inflação é importante, mas não é tema prioritário", diz o tesoureiro.

Para Folchini, uma atuação do BC na ponta de venda de dólar só ocorreria se o dólar subisse de forma muito rápida. Caso contrário o mercado vai continuar caminhando sozinho.

No câmbio externo, a preocupação com o futuro político da Grécia levou o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, a registrar o 12º pregão seguido de alta. Tal período de valorização não foi visto nem no auge da crise de 2008. E o euro caiu a US$ 1,27, menor preço desde janeiro.

Nos juros, o agravamento da crise na zona do euro abre espaço para novas apostas de Selic abaixo de 8%. O contrato para janeiro de 2013 testou novas mínimas históricas a 7,81%. A curva sugere duas reduções de meio ponto, mais um corte marginal.

A taxa de mercado para um ano (Swap CDI x pré) caiu a 7,89%. Descontando o IPCA projetado para os próximos 12 meses do Focus, de 5,53%, o juro real está em 2,24%, nova mínima histórica.

"Com esse cenário externo não tem como montar posição comprada em taxa", diz um gestor.

Embora o mercado abrace a estratégia do BC, que acertou em cheio a complexidade e viés negativo da cena externa, a desconfiança com a inflação persiste.

Sinal disso são as casas de investimento que revisam para baixo a previsão de Selic, mas sempre apontam para o risco de inflação maior em 2013.

Para Folchini, a preocupação com a inflação é válida, mas ela tem de aparecer primeiro.

Por ora, os acenos todos são de que enquanto houver espaço, a Selic vai para baixo.

O tesoureiro cita, ainda, a recente fala de Alexandre Tombini, sobre a oportunidade histórica de cortar juros. E, ontem, a presidente Dilma Rousseff, disse que o país tem três desafios a resolver: juro, câmbio e regime tributário.

FONTE: Valor Econômico

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