Usar os bancos públicos como instrumento de fomento ao crédito é uma fórmula antiga do governo, aplicada com sucesso no auge da crise financeira inter

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Usar os bancos públicos como instrumento de fomento ao crédito é uma fórmula antiga do governo, aplicada com sucesso no auge da crise financeira internacional de 2009. No entanto, desta vez, embute um risco maior para as instituições oficiais. Os bancos foram orientados pelo Ministério da Fazenda a reduzirem os juros até o "limite técnico", para forçarem a diminuição dos spreads bancários pela concorrência privada.

Usar os bancos públicos como instrumento de fomento ao crédito é uma fórmula antiga do governo, aplicada com sucesso no auge da crise financeira internacional de 2009. No entanto, desta vez, embute um risco maior para as instituições oficiais. Os bancos foram orientados pelo Ministério da Fazenda a reduzirem os juros até o "limite técnico", para forçarem a diminuição dos spreads bancários pela concorrência privada.

Em 2009, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal tiveram a tarefa de irrigar o mercado com crédito para não deixar o consumo cair e, por consequência, manter a economia girando. Na ocasião, o crédito havia secado. A redução das taxas foi marginal e de acordo com o mercado.

Agora, mais do que dar liquidez, os bancos públicos receberam a missão de iniciar uma guerra pela redução dos juros no Brasil. Isso significa que a atuação de hoje pode levar a uma redução maior na margem de ganho com estas operações.

A aposta do ministro da Fazenda, Guido Mantega, é que essa possível queda na margem de ganho será compensada pelo aumento das carteiras com a atração de novos clientes. Mantega espera, inclusive, um aumento do lucro das instituições como ocorreu no passado. No entanto, técnicos do governo admitem que a manobra é mais arriscada do que foi em 2009.

Na crise passada, BB e Caixa operaram mais em empréstimos consignados, de baixo risco, e para grandes empresas, elevando a participação de mercado e a rentabilidade. Agora, estão de fato reduzindo "seu colchão".

Outro reflexo da atuação mais agressiva dos bancos será a necessidade de capitalização das instituições, sobretudo da Caixa, para suportar o aumento do crédito sem ferir as regras do acordo de Basileia, que estabelece limites para empréstimos de acordo com o capital do banco.

O valor da capitalização está em negociação com o Ministério da Fazenda, mas o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, disse que não há, neste momento, necessidade de capitalização.

 

FONTE: O Estado de S. Paulo

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