A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abre a semana de olho na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e na produção industrial dos Estados Unidos. Para o chefe de análise da SLW Corretora, Pedro Galdi, a tendência é de alta, após um começo de março volátil.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) abre a semana de olho na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) e na produção industrial dos Estados Unidos. Para o chefe de análise da SLW Corretora, Pedro Galdi, a tendência é de alta, após um começo de março volátil.
O especialista lembra que a ata do Copom, que será divulgada na quinta-feira, deve trazer respostas do BC para o corte mais forte na taxa básica de juros, a Selic. Na quarta-feira passada, a taxa caiu 0,75 ponto percentual, para 9,75% ao ano, e surpreendeu muitos agentes do mercado. Na sexta-feira saem os dados dos EUA. Como o país tem sido responsável pela maioria das boas notícias de 2012, os investidores estarão de olho.
Na última sexta-feira, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou em ligeira baixa, após um dia de ganhos contidos. O indicador encerrou em queda de 0,31%, aos 66.703 pontos, e o giro financeiro atingiu R$ 6,526 bilhões. Na semana, o índice teve queda de 1,6%, mas ainda sobe 1,36% em março e tem ganho no ano de 17,5%.
A bolsa passou praticamente todo o dia no azul, movida por dados positivos sobre a geração de novos postos de trabalho nos Estados Unidos e pela troca de títulos da dívida da Grécia. Uma hora antes do fechamento do pregão, no entanto, as ações mais líquidas do Ibovespa, Vale e Petrobras, viraram e passaram a cair, levando o índice junto. Vale PNA fechou em queda de 0,42%, para R$ 39,93, e Petrobras PN caiu 1,57%, para R$ 23,71.
Após o corte acima do esperado na Selic, o cenário ficou desfavorável para ações de empresas que vendem commodities ou exportam, segundo especialistas. Estão na crista da onda as empresas que ganham com juro baixo: as endividadas, as que pagam bons dividendos, de consumo e que fornecem proteção contra a inflação.
E foram elas os destaques de ganho do Ibovespa na sexta-feira. As maiores altas do índice ficaram com Telefônica Brasil PN (3,13%, para R$ 54,67), Cemig PN (3,03%, para R$ 41,37), CPFL Energia ON (2,93%, para R$ 29,13) e Gerdau PN (2,64%, para R$ 17,86). O gestor independente Valmir Celestino lembra que as companhias de telefonia e energia elétrica são defensivas e boas pagadoras de dividendos. Com juros em queda, o saldo no pagamento de proventos cresce. Já Gerdau sobe quando alguma notícia boa chega dos Estados Unidos. A empresa possui grande parte de suas operações naquele país.
Em fevereiro, a economia dos EUA gerou 227 mil postos de trabalho. O resultado ficou acima da previsão dos analistas, que esperavam o surgimento de 213 mil vagas. Entre janeiro e fevereiro, a taxa de desemprego permaneceu estável em 8,3%. Já na Grécia, 95,7% dos credores privados do país aceitaram perdoar parte da dívida de forma voluntária.
Para operadores, o Ibovespa operou sem oscilação mais forte porque os investidores se anteciparam à adesão à renegociação da dívida grega. Paulo Bittencourt, diretor técnico da Apogeo Investimentos, diz que, após dois meses de alta, os investidores esperam um novo evento para colocar mais dinheiro na Bolsa.
FONTE: Valor Econômico