No DF, candidatos de concurso registraram queixa na polícia contra distribuição insuficiente de exames BRASÍLIA. A Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou ontem o cancelamento das provas de candidatos a 14 vagas de analista de informática, analista de suporte de informática e de enfermeiro no concurso do Senado. A medida poderá atingir mais de oito mil pessoas que fizeram provas, ontem, para essas áreas. Os candidatos prejudicados poderão fazer nova prova, em data a ser acertada entre a FGV e a diretoria geral do Senado. Ao todo, 157 mil pessoas participaram do concurso, disputando 246 vagas, cujos salários iniciais variam de 13,8 mil a R$ 23,8 mil. No caso das vagas de analista de informática, a FGV decidiu cancelar o concurso depois que um grupo de candidatos registrou queixa na polícia contra a distribuição insuficiente de provas na sala de uma escola no município de Taguatinga (DF). Nos demais casos, não foi informado o motivo. Em nota distribuída, no início da noite, a fundação anunciou a realização de novas provas em 29 de abril. Mas a direção do Senado não aceitou a sugestão e determinou que a entidade escolha outro dia para refazer o concurso. A data indicada pela FGV coincide com a segunda etapa da prova de consultor legislativo do Senado. - Muita gente faz o concurso para analista e para consultor. Então não podemos aceitar essa data que a fundação indicou - disse um dos diretores do Senado. A confusão começou no início da tarde. Um grupo de 15 pessoas registrou ocorrência na 21 Delegacia de Polícia, em Taguatinga, contra supostas irregularidades na aplicação do teste. Segundo as reclamações, a organização do concurso teria entregue provas diferentes dos cargos para os quais eles tinham se candidatado. O problema só teria sido percebido quando o grupo já estava em sala. O conteúdo das provas também foi criticado. Uma candidata à vaga de consultor - o cargo público mais bem remunerado do país, com inicial de R$ 23,5 mil - ficou indignada com o nível da prova. Segundo ela, que preferiu não se identificar, em vez de questões complexas, conforme previa o edital, com temas recorrentes ligados a políticas públicas, economia e meio ambiente, as perguntas foram "impertinentes". - O que vi foram questões impertinentes, em sua maioria, indagando detalhes que em nada medem o grau de preparo do candidato para um cargo tão importante - disse. Como exemplo, ela citou a questão 18 da prova de conhecimentos gerais, sobre um livro lançado recentemente nos Estados Unidos, em que a autora Mimi Breardsley faz revelações sobre um romance que teria tido com o ex- presidente John Kennedy. A pergunta é sobre o desfecho da história e o que teria levado Mimi a fazer as revelações.
No DF, candidatos de concurso registraram queixa na polícia contra distribuição insuficiente de exames
BRASÍLIA. A Fundação Getulio Vargas (FGV) anunciou ontem o cancelamento das provas de candidatos a 14 vagas de analista de informática, analista de suporte de informática e de enfermeiro no concurso do Senado. A medida poderá atingir mais de oito mil pessoas que fizeram provas, ontem, para essas áreas. Os candidatos prejudicados poderão fazer nova prova, em data a ser acertada entre a FGV e a diretoria geral do Senado. Ao todo, 157 mil pessoas participaram do concurso, disputando 246 vagas, cujos salários iniciais variam de 13,8 mil a R$ 23,8 mil.
No caso das vagas de analista de informática, a FGV decidiu cancelar o concurso depois que um grupo de candidatos registrou queixa na polícia contra a distribuição insuficiente de provas na sala de uma escola no município de Taguatinga (DF). Nos demais casos, não foi informado o motivo. Em nota distribuída, no início da noite, a fundação anunciou a realização de novas provas em 29 de abril.
Mas a direção do Senado não aceitou a sugestão e determinou que a entidade escolha outro dia para refazer o concurso. A data indicada pela FGV coincide com a segunda etapa da prova de consultor legislativo do Senado.
- Muita gente faz o concurso para analista e para consultor. Então não podemos aceitar essa data que a fundação indicou - disse um dos diretores do Senado.
A confusão começou no início da tarde. Um grupo de 15 pessoas registrou ocorrência na 21 Delegacia de Polícia, em Taguatinga, contra supostas irregularidades na aplicação do teste. Segundo as reclamações, a organização do concurso teria entregue provas diferentes dos cargos para os quais eles tinham se candidatado. O problema só teria sido percebido quando o grupo já estava em sala.
O conteúdo das provas também foi criticado. Uma candidata à vaga de consultor - o cargo público mais bem remunerado do país, com inicial de R$ 23,5 mil - ficou indignada com o nível da prova. Segundo ela, que preferiu não se identificar, em vez de questões complexas, conforme previa o edital, com temas recorrentes ligados a políticas públicas, economia e meio ambiente, as perguntas foram "impertinentes".
- O que vi foram questões impertinentes, em sua maioria, indagando detalhes que em nada medem o grau de preparo do candidato para um cargo tão importante - disse.
Como exemplo, ela citou a questão 18 da prova de conhecimentos gerais, sobre um livro lançado recentemente nos Estados Unidos, em que a autora Mimi Breardsley faz revelações sobre um romance que teria tido com o ex- presidente John Kennedy. A pergunta é sobre o desfecho da história e o que teria levado Mimi a fazer as revelações.
FONTE: O Globo