A linha de R$ 1,70 ficou para trás no mercado de câmbio. Mesmo com nova atuação do Banco Central (BC) no mercado à vista, as vendas se acumularam no fim do pregão e o dólar comercial fechou o dia a R$ 1,699, queda de 0,35%, e menor cotação desde o fim de outubro do ano passado. A briga em torno desse piso técnico e psicológico começou em 3 de fevereiro, quando o BC voltou a intervir na ponta de compra do mercado depois de quatro meses fora.
A linha de R$ 1,70 ficou para trás no mercado de câmbio.
Mesmo com nova atuação do Banco Central (BC) no mercado à vista, as vendas se acumularam no fim do pregão e o dólar comercial fechou o dia a R$ 1,699, queda de 0,35%, e menor cotação desde o fim de outubro do ano passado.
A briga em torno desse piso técnico e psicológico começou em 3 de fevereiro, quando o BC voltou a intervir na ponta de compra do mercado depois de quatro meses fora.
No ano, o preço do dólar acumula queda de 9,10%. E na relação inversa, o real segue como destaque de valorização mundial considerando divisas emergentes e desenvolvidas.
De fato, o piso de R$ 1,70 deveria ter ficado para trás já naquela época. Algo que não ocorreu justamente em função das atuações da autoridade monetária.
O BC não tem meta cambial, mas estava clara a intenção de suavizar o movimento de baixa e postergar a perda de R$ 1,70, já que nesses "números cheios" se concentram grandes volumes de opções e também há o fator psicológico de se apostar qual será a próxima parada.
Segundo um tesoureiro, confirmada a perda do R$ 1,70, o próximo ponto de parada do dólar ficaria ao redor de R$ 1,67, o que representa uma perda de preço de 1,76%.
"O BC só consegue suavizar o movimento. Para reverter, só baixando mais forte a taxa de juro ou subindo mais o IOF", diz esse especialista.
De visão semelhante, o superintendente de câmbio da Advanced Corretora, Reginaldo Siaca, acredita que o mercado vai seguir "testando" a votante da autoridade monetária de segurar o viés de baixa da moeda, mas a cada centavo de baixa, cresce a cautela quanto à possibilidade de medidas mais duras no câmbio.
De acordo com Siaca, apesar do BC e da Fazenda falarem que têm um "arsenal" de medidas, as opções não seriam muitas.
A "arma" de efeito imediato para conter a valorização seria o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre captações ou sobre ampliação de posição vendida em derivativos.
O diretor de câmbio da Renova Corretora, Carlos Alberto Abdalla, avalia que mesmo sabendo que há mais dólares para ingressar no país, o mercado não consegue se antecipar em função do risco imposto pelas atuações do BC e possíveis medidas da Fazenda.
Fonte: Valor Econômico