PMs mais bem pagos do país fazem operação tartaruga no DF

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A Polícia Militar do Distrito Federal resolveu pressionar o governador Agnelo Queiroz (PT) e instaurar uma "operação tartaruga" que afetará todas as suas atividades nos próximos dias.

A Polícia Militar do Distrito Federal resolveu pressionar o governador Agnelo Queiroz (PT) e instaurar uma "operação tartaruga" que afetará todas as suas atividades nos próximos dias.

Na noite de quarta-feira, a Associação de Praças Policiais Militares do Distrito Federal (Aspra-DF) aprovou, em assembleia, um indicativo de greve e resolveu adotar a lentidão em seus procedimentos.

O objetivo é fazer com que o governo abra um canal de negociação e cumpra 13 pontos que, segundo dirigentes da entidade, Agnelo, na campanha eleitoral, prometeu que seriam as diretrizes de seu governo para a categoria. O principal ponto é a unificação dos salários dos policiais militares e civis. Hoje, quem inicia na carreira da Polícia Civil recebe R$ 7 mil, enquanto na Militar isso fica ao redor de R$ 3,8 mil. Ainda assim, trata-se da maior remuneração para policiais militares do país.

No entanto, o presidente da Aspra, João de Deus, afirmou que esse discurso "é balela". "E o custo de vida, que é o maior do país? Não pode comparar Brasília com o interior do Piauí. E isso também em relação ao trabalho. Todo o governo federal, todas as representações diplomáticas estão aqui. Isso é balela". Ele disse ainda que dentro da área de segurança pública no DF, os policiais militares estão bem abaixo que outras carreiras, como Detran e a Polícia Legislativa, cujos salários iniciais são de aproximadamente R$ 8 mil.

A seccional da Bahia da Aspra é a mesma que liderou o motim dos policiais no começo deste mês em Salvador e que gerou caos na capital baiana. Em Brasília, porém, o movimento é dividido quanto a seguir a mesma linha. Por essa razão, agendou-se uma assembleia da categoria para avaliar a situação, em 3 de março. Se o posicionamento do governador não mudar até lá, as chances de paralisação geral são reais.

Até lá, as ocorrências policiais serão feitas a "passos lentos". Também deixarão de ser feitas notificações de trânsito. "Queremos ao menos que sejam abertos canais de negociação. Agnelo nunca sentou conosco para conversar. Deixa tudo para o secretário de Segurança Pública, que por sua vez diz não ter autoridade para fazer as negociações", declarou João de Deus.

Por meio da assessoria, o secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, informou que "já temos também um plano de contingenciamento". Ele esteve reunido com a categoria na segunda-feira e, por enquanto, o órgão irá monitorar a situação. (Colaborou Lucas Marchesini)

FONTE: Valor Econômico

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