Além de frustrar o mercado, o lucro líquido da Petrobras no quarto trimestre do ano passado, R$ 5,05 bilhões, divulgado na noite de quinta-feira, também representou o pior desempenho dentre grandes petroleiras mundiais em relação a igual período de 2010, se considerar outros seis balanços já divulgados - os das norte-americanas Chevron, ConocoPhilips e Exxon Mobil, a britânica BP, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell. As justificativas apresentadas e a confirmação, pelo Conselho de Administração, de Maria das Graças Foster como
Estatal perde para outras seis grandes petroleiras que já divulgaram o lucro do 4º trimestre. Queda é de 52,4% em relação a 2010
Além de frustrar o mercado, o lucro líquido da Petrobras no quarto trimestre do ano passado, R$ 5,05 bilhões, divulgado na noite de quinta-feira, também representou o pior desempenho dentre grandes petroleiras mundiais em relação a igual período de 2010, se considerar outros seis balanços já divulgados — os das norte-americanas Chevron, ConocoPhilips e Exxon Mobil, a britânica BP, a francesa Total e a anglo-holandesa Shell. As justificativas apresentadas e a confirmação, pelo Conselho de Administração, de Maria das Graças Foster como nova presidente da estatal, não impediram a péssima reação do mercado diante da queda de 52,4% no resultado ante igual período do ano anterior, puxada pelas importações recordes de combustíveis.
Ao longo do dia, as ações preferenciais (PN) e ordinárias (ON) da estatal na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) despencaram, fechando, respectivamente, com desvalorizações de 7,84%% e 8,28%, cotadas a R$ 23,50 e R$ 25,25. Além da divulgação dos resultados do quarto trimestre, os negócios foram afetados pelo fechamento de uma licitação recorde para a contratação de sondas. Os resultados aquém do esperado da petrolífera decepcionaram e incentivaram as vendas dos papéis que acumulavam ganhos de quase 20% este ano. "Os resultados vieram abaixo das expectativas, sobretudo gastos com importação muito maiores", afirmou relatório da instituição, que classificou os dados apresentados como "muito ruins".
Nem mesmo analistas do setor petrolífero ficaram satisfeitos. O BTG Pactual chegou a qualificar os resultados da estatal em 2011 como "intrigantes". Em relatório, o banco mostra dúvida em relação ao aumento dos gastos com produção e a piora dos resultados do refino. Seus especialistas não conseguiram decifrar como a Petrobras chegou aos resultados financeiros divulgados. "Ainda assim, a diminuição nos resultados foi tão grande que não podemos descartá-los como irrelevantes", relata documento do BTG, que ameaça revisar para baixo as suas estimativas para a Petrobras.
O Deutsche Bank considerou o desempenho do refino como principal razão da queda no lucro por ser "claramente subestimada" pelo mercado. A instituição destacou a alta dos custos operacionais, tendência que poderá gerar este ano "uma onda de redução dos ganhos".
Capacidade
José Sergio Gabrielli, presidente da companhia desde 2005 e que está de saída, explicou ontem que o lucro do quarto trimestre de 2011 foi afetado por "problemas conjunturais" em um "período de transição". Segundo o executivo, a Petrobras atingiu seu limite de capacidade da produção de gasolina, gás, diesel e nafta, o que forçou ao aumento das importações para atender à explosão da demanda. "Seria impossível prever que o consumo de combustíveis iria crescer três vezes mais que a economia", ressaltou ele durante evento de despedida no Rio de Janeiro. No caso da gasolina, as importações foram recordes em 2011, chegando a 100 mil barris por dia, quase um quarto de todo o consumo nacional. Ontem, a diretora de gás Graça Foster, como a nova presidente da Petrobras é conhecida, afirmou apenas que a empresa precisa de um quarto terminal de gás natural liquefeito (GNL).
FONTE: Correio Braziliense