Apesar dos riscos enfrentados pela Europa, os mercados apresentaram forte alta ontem, estimulados pela notícia de que a agência de classificação de risco Fitch descartou a possibilidade de reduzir a nota da França em 2012 e por indicações de que a Grécia, o país mais problemático da Zona do Euro, está prestes a concluir com bancos privados um acordo que representará uma redução de 100 bilhões de euros em sua dívida pública.
Apesar dos riscos enfrentados pela Europa, os mercados apresentaram forte alta ontem, estimulados pela notícia de que a agência de classificação de risco Fitch descartou a possibilidade de reduzir a nota da França em 2012 e por indicações de que a Grécia, o país mais problemático da Zona do Euro, está prestes a concluir com bancos privados um acordo que representará uma redução de 100 bilhões de euros em sua dívida pública.
As principais bolsas europeias fecharam no azul: Londres ganhou 1,50%, Paris subiu, 2,66%, Frankfurt avançou 2,42%, Madri teve alta de 2,34% e Milão obteve valorização de 3,08%. O otimismo dos investidores contagiou a Bolsa de Valores de São Paulo, que apresentou elevação de 1,22% no dia e fechou aos 59.805 pontos — o maior patamar desde 25 de julho de 2011. Em Nova York, o Índice Dow Jones avançou 0,57%.
Na Europa, o comissário europeu de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, indicou que o resgate da economia grega pode ter um avanço nos próximos dias. "Estamos prestes a finalizar as negociações (com os bancos) sobre sua participação", disse. As conversas com os bancos tratam da eliminação de 50% da dívida pública grega em mãos de credores privados, ou seja, 100 bilhões dos mais de 350 bilhões da dívida total do país.
Apesar disso, a situação da Grécia é considerada delicada.
O país ainda precisa desesperadamente de novos créditos para evitar a quebra, e esse foi o tema principal de uma reunião, ontem à noite, entre a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, e a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, que nos últimos dias voltou a advertir o governo grego sobre a necessidade de dar continuidade à implementação de reformas fiscais para manter o apoio que vem recebendo dos parceiros europeus.
Pela manhã, Lagarde se reuniu com o ministro alemão de Finanças, Wolfgang Schäuble. Hoje, se encontrará em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
Mesmo com as indefinições, os mercados apresentam alta, refletindo o anúncio da Fitch de que deve manter a nota máxima AAA da dívida francesa em 2012 e sem dar importância à declaração da agência de que a Itália se encontra em uma situação preocupante por sua colossal dívida e que sua nota soberana (A+) pode ser reduzida antes do final do mês, assim como a da Espanha.
O euro ganhou terreno ante o dólar, depois de tocar na segunda-feira seu nível mais baixo desde setembro de 2010.
Rombo na Espanha
O deficit público das 17 regiões autônomas espanholas alcançou 2,7% do PIB ao final de 2011, mais que o dobro da meta de 1,3% fixada pelo governo, anunciou ontem o primeiro-ministro Mariano Rajoy, que acusou as administrações autônomas de serem as grandes vilãs no combate ao desequilíbrio fiscal do país.
Os governos autônomos, fortemente endividados desde o início da bolha imobiliária em 2008, foram responsáveis por 15 dos 20 bilhões de euros a mais apresentados em relação à meta do deficit público, disse Rajoy em entrevista exclusiva à agência EFE. O deficit da Espanha poderá superar os 8% do PIB ao final de 2011, muito acima dos 6% projetados pelo governo anterior.
FONTE: Correio Braziliense