A alta de 10% do dólar ante o real acumulada nos últimos quatro meses não teve efeito na inflação - ainda. Enquanto o índice oficial de inflação (IPCA) subiu 6,5% em 2011, muitos produtos importados ou com componentes estrangeiros, como computadores, TVs e máquinas fotográficas, ficaram até mais baratos.
A alta de 10% do dólar ante o real acumulada nos últimos quatro meses não teve efeito na inflação - ainda. Enquanto o índice oficial de inflação (IPCA) subiu 6,5% em 2011, muitos produtos importados ou com componentes estrangeiros, como computadores, TVs e máquinas fotográficas, ficaram até mais baratos.
Na avaliação do economista André Braz, da Fundação Getúlio Vargas, ainda não deu tempo de o mercado repassar ao consumidor a variação do câmbio. Segundo ele, isso ocorre apenas quando a cotação se fixa em um novo nível por mais de três meses. No fim do ano passado, contudo, o dólar oscilou muito e não apresentou tendência definida.
No início de 2012, a crise na Europa e a recuperação da economia americana ainda provocam incertezas. Nesse cenário, a Tendências Consultoria Integrada avalia que o dólar permanecerá no nível de R$ 1,80 "nos próximos dois ou três meses".
O economista da FGV avalia que a moeda americana poderá contaminar os preços de importados já no começo deste ano. Para ele, esse repasse seria evitado "se, de hoje para amanhã, melhorasse a confiança na Europa", o que é pouco provável. "Gradualmente, computadores e celulares podem ter descontos cada vez menores, ou mesmo ficarem mais caros", afirma Braz.
FONTE: O Estado de S. Paulo