A agenda calma, sobretudo nos Estados Unidos, abriu espaço para um pregão técnico na Bovespa. As preocupações com a situação europeia, embora continuem como pano de fundo, ontem não impediram o Ibovespa de retomar os 59 mil pontos.
A agenda calma, sobretudo nos Estados Unidos, abriu espaço para um pregão técnico na Bovespa. As preocupações com a situação europeia, embora continuem como pano de fundo, ontem não impediram o Ibovespa de retomar os 59 mil pontos. Os papéis das construtoras foram destaque de ganhos e ajudaram a sustentar o índice, enquanto as blue chips, que tiveram um pregão bastante volátil, fecharam sem uniformidade. O Ibovespa subiu 0,82%, aos 59.082,88 pontos, com giro financeiro de R$ 4,647 bilhões.
Enquanto as ações ON de Petrobrás registraram ganho de 2% e as PN avançaram 1,34%, as da Vale oscilaram (a ON recuou 0,12% e a PNA teve variação positiva de 0,10%). A mineradora informou ontem que as fortes chuvas em Minas Gerais estão causando "interrupções temporárias" na produção de suas minas de minério de ferro. Segundo a companhia, essas interrupções por breves períodos de tempo são motivadas por razões de segurança. O setor de construção recuperou parcialmente as perdas de 2011, diante das perspectivas de queda da inflação e de dados operacionais favoráveis pelas empresas (ver gráfico ao lado).
No exterior, os sinais de desconfiança na capacidade de os líderes europeus encontrarem logo uma saída para a crise na região voltaram a perturbar o andamento dos negócios, empurrando para baixo as bolsas na Europa e limitando os ganhos em Nova York. A incerteza sobre o desfecho da crise já provoca uma situação inusitada.
Os investidores estão "pagando" para emprestar dinheiro ao governo alemão, considerado porto seguro neste momento, conforme mostrou ontem e o resultado do leilão de títulos do Tesouro. E a reunião entre a chanceler alemã, Angela Merkel, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, também não mostrou grandes progressos, contribuindo para que o clima de desconfiança se disseminasse.
Os juros futuros tiveram ontem pouco espaço para variações expressivas. A deflação de 0,16% do IGP-DI de dezembro veio acompanhada da aceleração dos preços ao consumidor, fato corroborado pelo IPC-S na primeira quadrissemana do ano, que saltou para 0,93% (de 0,79% na semana anterior).
A fraqueza do dólar ante o euro e o iene abriu uma janela para a valorização do real. Além disso, houve ingressos de recursos no País, que o mercado atribui a internalização da captação de US$ 1 bilhão feita pela Vale na semana passada. Assim, o dólar terminou em baixa de 0,86%, valendo R$ 1,8380 no balcão.
FONTE: O Estado de S. Paulo