A pesquisa realizada pelo estatístico Pedro Zuanazzi, da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE), a partir do censo de 2010 prevê que a população do Rio Grande do Sul crescerá apenas até 2030, quando atingirá o pico de 11,292 milhões de habitantes, sendo 1,762 milhão com até 14 anos de idade e 1,959 milhão com 65 anos ou mais. A partir daí, o número de habitantes deve cair gradualmente para 10,504 milhões, com 1,279 milhão de jovens e 2,610 milhões de idosos.
A pesquisa realizada pelo estatístico Pedro Zuanazzi, da Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEE), a partir do censo de 2010 prevê que a população do Rio Grande do Sul crescerá apenas até 2030, quando atingirá o pico de 11,292 milhões de habitantes, sendo 1,762 milhão com até 14 anos de idade e 1,959 milhão com 65 anos ou mais. A partir daí, o número de habitantes deve cair gradualmente para 10,504 milhões, com 1,279 milhão de jovens e 2,610 milhões de idosos.
De 2000 a 2010, o número de idosos no Estado já havia crescido de 732,8 mil para 994,6 mil, lembra Zuanazzi. Nesse período, a proporção das pessoas com 65 anos de idade ou mais cresceu de 7,2% para 9,3% da população gaúcha (ante 7,4% na média nacional em 2010) e deve chegar a 24,8% em 2050, de acordo com o estudo.
Segundo o pesquisador José Aparecido Ribeiro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o aumento da população idosa exige investimentos mais pesados do Estado em saúde, previdência e reorganização urbana, principalmente em relação a sistemas de transporte mais adequados para essa faixa etária. "É preciso facilitar ao acesso a toda a cidade e levar equipamentos públicos também para a área rural", diz.
Para a socióloga Vânia Herédia, da Universidade de Caxias do Sul, cada faixa etária a partir dos 60 anos apresenta necessidades distintas, com gradual perda de autonomia e das capacidades funcionais e aumento da fragilidade e da vulnerabilidade dos idosos. "Isso requer novos serviços sociais prestados pelo Estado a favor da saúde e contra o abandono e o isolamento dessas pessoas", explica.
Vânia é defensora da chamada "política de envelhecimento ativo" proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê iniciativas para aumentar a autonomia e a independência, além da qualidade e da expectativa de uma vida saudável. Segundo ela, o Estado também terá de bancar, ainda que parcialmente, alternativas como a formação de cuidadores e a criação de centros equivalentes a creches para receber os idosos durante o dia e evitar o abandono em asilos públicos, frequente entre famílias de baixa renda.
Na previdência, o impacto maior do envelhecimento da população recai sobre o governo federal, mas o Estado também terá que dar respostas para o aumento da longevidade média dos aposentados do setor público local. Conforme o pesquisador Calino Pacheco Filho, da FEE, a tendência é de agravamento situação atual, que já é difícil para o governo estadual, obrigado a comprometer cerca de 50% da folha total de pagamentos de R$ 16 bilhões (conforme o orçamento de 2012) com aposentadorias e pensões.
"O Estado terá que encontrar, no futuro, soluções mais radicais", diz ele. No ano passado o governo gaúcho conseguiu aprovar na Assembleia Legislativa um projeto que aumenta de 11% para até 14% a contribuição dos servidores que ganham acima do teto do Regime Geral de Previdência Social, válida para os trabalhadores da iniciativa privada, de R$ 3.689. A meta é arrecadar R$ 200 milhões extras por ano e reduzir um pouco o déficit anual de R$ 5 bilhões do sistema, entre aportes dos funcionários ativos e pagamentos aos inativos.
O governo conseguiu aprovar um fundo próprio de previdência para os servidores contratados a partir de julho de 2011, com contribuição paritária de 11% do segurado e do Estado. O sistema garante o pagamento da média dos 80% entre os maiores salários recebidos pelos servidores desde julho de 1994, conforme prevê a Emenda Constitucional 41, independente do desempenho do fundo. O Estado não tem regime complementar de aposentadoria.
FONTE: Valor Econômico