Vinte e nove empresas que oferecem planos de fidelidade terão de prestar contas ao Ministério da Justiça. A suspeita é de que os programas estariam ludibriando os consumidores, ao oferecerem muito mais do que realmente entregam. A notificação às companhias foi feita ontem pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Elas terão 10 dias para dar todos os esclarecimentos. Se descumprirem esse prazo, poderão pagar multa de até R$ 6,5 milhões. Conforme adiantou o Correio na edição de ontem, a ação do Ministério da Justiça se deve ao aumento das reclamações dos consumidores contra essas empresas. Muitos afirmam que os pontos expiram rápido, impedindo que totalizem o mínimo necessário para a troca por benefícios, que vão de livros e perfumes a passagens aéreas. Entre os notificados estão os bancos Itaú Unibanco, o HSBC, o BANCO DO BRASIL e o Santander. A lista inclui ainda gigantes do varejo, como a Ricardo Eletro e o Ponto Frio, e as empresas aéreas Gol, TAM, Avianca e Azul. Nem as redes de farmácia escaparam: estão na mira do governo a Drogasil e a Rosário (veja a lista ao lado). A determinação da Senacon é clara: todas as companhias deverão esmiuçar os contratos de fidelidade, detalhando, principalmente, as restrições para o uso dos pontos ou das milhas adquiridos. Também será alvo de atenção especial a mudança do nível mínimo exigido. Recentemente, o Itaú e o BANCO DO BRASIL ampliaram para 20 mil e 10 mil, respectivamente, o piso que os usuários devem ter em seus cartões de crédito a fim de usufruírem dos benefícios, sendo que ninguém foi avisado antecipadamente. Segundo o coordenador do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Danilo Doneda, as recompensas de programas de fidelidade passaram a ser um elemento importante para as empresas atraírem clientes, que, muitas vezes, baseiam decisões de consumo de acordo com as vantagens que podem obter com os planos. "Os pontos de fidelidade são hoje uma grande moeda não contábil, que passaram a ser relevantes na hora das compras", afirmou. Os órgãos de proteção ao consumidor alertam, contudo, que decidir o consumo levando em conta possíveis recompensas desses programas pode frustrar as expectativas. Segundo a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), a decepção com os benefícios prometidos está entre os líderes de queixas no órgão. "O consumidor junta meses de pontos acreditando que usará a fidelidade da forma desejada, no período desejado, mas não é bem assim. Quando decide trocá-los por benefícios, depara-se com contratos extremamente restritivos", explicou Fátima Lemos, assessora da entidade. » Outro lado Procurados pelo Correio, a Magazine Luiza, o Santander, o programa de fidelização Dotz, a livraria Cultura e a TAM informaram que ainda não receberam a notificação do Ministério da Justiça. O Itaú, o Grupo Pão de Açúcar e a Azul Linhas Aéreas informaram que prestarão todos os esclarecimentos necessários, no prazo estipulado. A Drogasil informou, em nota, que cumpre todas as regras estabelecidas pelos órgãos de regulação do mercado. O Extra informou que não tem programas de fidelidade. As demais empresas não responderam até o fechamento desta edição.
Vinte e nove empresas que oferecem planos de fidelidade terão de prestar contas ao Ministério da Justiça. A suspeita é de que os programas estariam ludibriando os consumidores, ao oferecerem muito mais do que realmente entregam. A notificação às companhias foi feita ontem pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Elas terão 10 dias para dar todos os esclarecimentos. Se descumprirem esse prazo, poderão pagar multa de até R$ 6,5 milhões.
Conforme adiantou o Correio na edição de ontem, a ação do Ministério da Justiça se deve ao aumento das reclamações dos consumidores contra essas empresas. Muitos afirmam que os pontos expiram rápido, impedindo que totalizem o mínimo necessário para a troca por benefícios, que vão de livros e perfumes a passagens aéreas. Entre os notificados estão os bancos Itaú Unibanco, o HSBC, o BANCO DO BRASIL e o Santander. A lista inclui ainda gigantes do varejo, como a Ricardo Eletro e o Ponto Frio, e as empresas aéreas Gol, TAM, Avianca e Azul. Nem as redes de farmácia escaparam: estão na mira do governo a Drogasil e a Rosário (veja a lista ao lado).
A determinação da Senacon é clara: todas as companhias deverão esmiuçar os contratos de fidelidade, detalhando, principalmente, as restrições para o uso dos pontos ou das milhas adquiridos. Também será alvo de atenção especial a mudança do nível mínimo exigido. Recentemente, o Itaú e o BANCO DO BRASIL ampliaram para 20 mil e 10 mil, respectivamente, o piso que os usuários devem ter em seus cartões de crédito a fim de usufruírem dos benefícios, sendo que ninguém foi avisado antecipadamente.
Segundo o coordenador do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), Danilo Doneda, as recompensas de programas de fidelidade passaram a ser um elemento importante para as empresas atraírem clientes, que, muitas vezes, baseiam decisões de consumo de acordo com as vantagens que podem obter com os planos. "Os pontos de fidelidade são hoje uma grande moeda não contábil, que passaram a ser relevantes na hora das compras", afirmou.
Os órgãos de proteção ao consumidor alertam, contudo, que decidir o consumo levando em conta possíveis recompensas desses programas pode frustrar as expectativas. Segundo a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-SP), a decepção com os benefícios prometidos está entre os líderes de queixas no órgão. "O consumidor junta meses de pontos acreditando que usará a fidelidade da forma desejada, no período desejado, mas não é bem assim. Quando decide trocá-los por benefícios, depara-se com contratos extremamente restritivos", explicou Fátima Lemos, assessora da entidade.
» Outro lado
Procurados pelo Correio, a Magazine Luiza, o Santander, o programa de fidelização Dotz, a livraria Cultura e a TAM informaram que ainda não receberam a notificação do Ministério da Justiça. O Itaú, o Grupo Pão de Açúcar e a Azul Linhas Aéreas informaram que prestarão todos os esclarecimentos necessários, no prazo estipulado. A Drogasil informou, em nota, que cumpre todas as regras estabelecidas pelos órgãos de regulação do mercado. O Extra informou que não tem programas de fidelidade. As demais empresas não responderam até o fechamento desta edição.
FONTE: Correio Braziliense