Aumenta a procura por pré-pagamento

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As últimas medidas do governo para baratear a tomada de crédito externo já foram sentidas dentro das agências do BANCO DO BRASIL, uma das principais instituições do país na concessão desse tipo de financiamento. Já os empréstimos sindicalizados devem retomar o fôlego apenas no ano que vem. Desde o começo da terça-feira, quando o governo anunciou a ampliação de um para cinco anos no prazo das linhas de Pagamento Antecipado de exportações (conhecidas como PA) que não pagam Imposto sobre Operações Financeira (IOF), de 6%, o BANCO DO BRASIL já sentiu um aumento da busca por esses empréstimos, "devido a uma demanda que estava claramente reprimida", afirma João Carlos Pinto de Mello, gerente executivo da diretoria de negócios internacionais do BB. "Já sentimos nos últimos dias essa procura por linhas de maior prazo", disse. "Aparentemente havia uma forte demanda reprimida para operações de prazo mais longo. A expectativa é de começarmos imediatamente a fazer novas contratações dentro dessas linhas." Segundo o executivo, os números exatos desse aumento ainda não foram mensurados, mas a busca pelas linhas aumentou significativamente. As que foram mais procuradas ontem e anteontem foram as de pré-pagamentos de exportação e outras de financiamentos diretos. Paralelamente, o BB não acredita que os Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACC) deixarão de ser considerados pelos exportadores. Esses contratos chegaram a ser muito procurados logo que a incidência de IOF começou a ser imposta aos empréstimos, justamente por não terem de pagar esse imposto. Segundo Mello, as concessões via ACC já retornaram aos níveis observados anteriormente às medidas anunciadas a partir de março, e devem se manter na média vista nos últimos meses. Dados do BC mostram que o estoque de empréstimos via ACC no sistema financeiro nacional somava R$ 51,146 bilhões no fim de outubro, valor 33,1% superior ao registrado no fim de 2011, segundo dados do BC - o BB é o banco líder na modalidade, com cerca de 30% de participação de mercado. "A nossa sensação é de que não haverá uma diminuição da procura por ACC. Ela tende a se manter", disse o executivo. Mello também citou o crescimento da procura nos últimos meses por financiamento por meio de notas de crédito à exportação (NCEs), em que os empréstimos são feitos em reais. Já as concessões por meio de empréstimos sindicalizados, operação mais estruturadas em que vários bancos participam, a busca por novas linhas deve ser sentida a partir do ano que vem. Para Samuel Canineu, diretor de empréstimos sindicalizados do ING Capital, não deve haver um volume maior de concessões já em dezembro. Isso por dois motivos: muitas empresas já captaram o necessário em moeda estrangeira para fechar o ano e, em segundo lugar, porque não há tempo hábil para lançar e fechar novas operações de empréstimos sindicalizados ainda este ano, explica. A ideia é compartilhada por Mello, do BB. Segundo o executivo do ING Capital, algumas empresas devem se aproveitar das medidas para contratar pré-pagamentos de exportação de longo prazo num primeiro momento, a fim de refinanciar linhas de curto prazo tomadas ao longo do ano, o que permitiria que entrem em 2013 com um perfil de dívida melhor. "Contudo, o volume do que pode ser fechado ainda este ano é limitado, pois serão provenientes mais de operações bilaterais, já que não há mais tempo para novas operações sindicalizadas este ano", explicou. Outro fenômeno que pode ocorrer, aponta Canineu, é que empresas que tomaram empréstimos externos ao longo do ano e que mantiveram os recursos lá fora poderão se aproveitar para trazer esses recursos ao Brasil via pagamento antecipado à exportação. "Mas o maior fluxo por essa modalidade deve também acontecer no ano que vem." Uma outra alternativa às empresas seria recorrer ao mercado de dívida externa e emitir bônus, mas operações desse tipo dificilmente têm prazo inferior a cinco anos e praticamente não são feitas por empresas menores, devido a seus custos. "Certamente, a ideia do governo é aumentar o fluxo de entrada de dólares no país", disse Jaime Ferreira, operador da Intercam Corretora de Câmbio. "Especialmente neste momento de fim de ano, em que as empresas equilibram as suas contas." "Após várias medidas de controle de capitais tomadas anteriormente no ano, as duas decisões [de terça-feira e quarta-feira] estimulam a entrada de capital em um mês que é geralmente marcado por fortes saídas", diz relatório do Itaú Unibanco, assinado pelo departamento de pesquisa, coordenado pelo economista-chefe Ilan Goldfajn.

As últimas medidas do governo para baratear a tomada de crédito externo já foram sentidas dentro das agências do BANCO DO BRASIL, uma das principais instituições do país na concessão desse tipo de financiamento. Já os empréstimos sindicalizados devem retomar o fôlego apenas no ano que vem.
Desde o começo da terça-feira, quando o governo anunciou a ampliação de um para cinco anos no prazo das linhas de Pagamento Antecipado de exportações (conhecidas como PA) que não pagam Imposto sobre Operações Financeira (IOF), de 6%, o BANCO DO BRASIL já sentiu um aumento da busca por esses empréstimos, "devido a uma demanda que estava claramente reprimida", afirma João Carlos Pinto de Mello, gerente executivo da diretoria de negócios internacionais do BB.

"Já sentimos nos últimos dias essa procura por linhas de maior prazo", disse. "Aparentemente havia uma forte demanda reprimida para operações de prazo mais longo. A expectativa é de começarmos imediatamente a fazer novas contratações dentro dessas linhas."

Segundo o executivo, os números exatos desse aumento ainda não foram mensurados, mas a busca pelas linhas aumentou significativamente. As que foram mais procuradas ontem e anteontem foram as de pré-pagamentos de exportação e outras de financiamentos diretos.

Paralelamente, o BB não acredita que os Adiantamentos de Contrato de Câmbio (ACC) deixarão de ser considerados pelos exportadores. Esses contratos chegaram a ser muito procurados logo que a incidência de IOF começou a ser imposta aos empréstimos, justamente por não terem de pagar esse imposto. Segundo Mello, as concessões via ACC já retornaram aos níveis observados anteriormente às medidas anunciadas a partir de março, e devem se manter na média vista nos últimos meses.

Dados do BC mostram que o estoque de empréstimos via ACC no sistema financeiro nacional somava R$ 51,146 bilhões no fim de outubro, valor 33,1% superior ao registrado no fim de 2011, segundo dados do BC - o BB é o banco líder na modalidade, com cerca de 30% de participação de mercado.

"A nossa sensação é de que não haverá uma diminuição da procura por ACC. Ela tende a se manter", disse o executivo. Mello também citou o crescimento da procura nos últimos meses por financiamento por meio de notas de crédito à exportação (NCEs), em que os empréstimos são feitos em reais.

Já as concessões por meio de empréstimos sindicalizados, operação mais estruturadas em que vários bancos participam, a busca por novas linhas deve ser sentida a partir do ano que vem.

Para Samuel Canineu, diretor de empréstimos sindicalizados do ING Capital, não deve haver um volume maior de concessões já em dezembro. Isso por dois motivos: muitas empresas já captaram o necessário em moeda estrangeira para fechar o ano e, em segundo lugar, porque não há tempo hábil para lançar e fechar novas operações de empréstimos sindicalizados ainda este ano, explica. A ideia é compartilhada por Mello, do BB.

Segundo o executivo do ING Capital, algumas empresas devem se aproveitar das medidas para contratar pré-pagamentos de exportação de longo prazo num primeiro momento, a fim de refinanciar linhas de curto prazo tomadas ao longo do ano, o que permitiria que entrem em 2013 com um perfil de dívida melhor. "Contudo, o volume do que pode ser fechado ainda este ano é limitado, pois serão provenientes mais de operações bilaterais, já que não há mais tempo para novas operações sindicalizadas este ano", explicou.

Outro fenômeno que pode ocorrer, aponta Canineu, é que empresas que tomaram empréstimos externos ao longo do ano e que mantiveram os recursos lá fora poderão se aproveitar para trazer esses recursos ao Brasil via pagamento antecipado à exportação. "Mas o maior fluxo por essa modalidade deve também acontecer no ano que vem."

Uma outra alternativa às empresas seria recorrer ao mercado de dívida externa e emitir bônus, mas operações desse tipo dificilmente têm prazo inferior a cinco anos e praticamente não são feitas por empresas menores, devido a seus custos.

"Certamente, a ideia do governo é aumentar o fluxo de entrada de dólares no país", disse Jaime Ferreira, operador da Intercam Corretora de Câmbio. "Especialmente neste momento de fim de ano, em que as empresas equilibram as suas contas."

"Após várias medidas de controle de capitais tomadas anteriormente no ano, as duas decisões [de terça-feira e quarta-feira] estimulam a entrada de capital em um mês que é geralmente marcado por fortes saídas", diz relatório do Itaú Unibanco, assinado pelo departamento de pesquisa, coordenado pelo economista-chefe Ilan Goldfajn.

FONTE: Valor Econômico

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