Gastos de brasileiros no exterior batem novo recorde: US$ 20 bi

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BRASÍLIA e RIO Os brasileiros continuam viajando como nunca e levando mais dinheiro para o exterior. Até 20 de novembro, deixaram lá fora cerca de US$ 20 bilhões - um gasto equivalente a R$ 5,1 milhões por hora, ou R$ 124 milhões por mês. Essa conta considera os dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) e uma taxa de câmbio de R$ 2,09. Somente em outubro, as despesas com viagens totalizaram US$ 2,08 bilhões, o maior volume para período da série histórica, iniciada em 1947. Na avaliação do chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Alberto de Rocha, o fato de a renda no país continuar crescendo e de o câmbio estar, desde julho, estabilizado em torno de R$ 2,03 animou os brasileiros a viajarem mais. Claramente preocupado em dar uma resposta ao mercado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, negou quatro vezes ontem que o Brasil tenha o objetivo de manter o câmbio em algum patamar. Ele ressaltou que o país está "sob regime de câmbio flutuante", mas observou que o governo tem tomado precauções e que, se necessário, o BC poderá intervir no mercado. O governo tem sido criticado por intervir para manter o dólar em uma banda informal entre R$ 2 e R$ 2,10. - Em relação à moeda estrangeira, não temos qualquer banda, formal ou informal. O Banco Central não defende nem para baixo nem para cima qualquer nível de taxa de câmbio - disse Tombini em audiência pública na Câmara. A respeito da recente valorização do dólar, Tombini disse que o movimento foi global e refletiu o problema fiscal nos EUA, o rebaixamento da França e o conflito entre israelenses e palestinos. Ontem o dólar fechou em alta de 0,14%, a R$ 2,098, a maior cotação desde 15 de maio de 2009, quando ficou em R$ 2,110. Para analistas, a falta de intervenção do BC incentiva essa valorização. - Semana que vem vencem 62.800 contratos de dólar futuro (no total de R$ 3,14 bilhões), e isso vai determinar o movimento da moeda americana - disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez. O comportamento das despesas com viagens ao exterior em outubro consolida um quadro de crescimento que ainda não tinha ficado claro para o BC, segundo Rocha, que vê esse aumento como um sinal de recuperação da economia. Mas isso levou o déficit na conta de viagens internacionais a bater novo recorde em outubro: US$ 1,53 bilhão. Os gastos de estrangeiros no Brasil (US$ 550 milhões) também foram recorde. No ano, o déficit é de US$ 12,87 bilhões e pressiona o resultado das transações externas brasileiras - diferença entre o que país recebe de recursos do exterior e gasta lá fora. Esse déficit chegou a US$ 5,4 bilhões em outubro, o maior para o mês na série histórica do BC. No acumulado do ano, as contas estão no vermelho em US$ 39,5 bilhões, mas a projeção do BC para 2012 é de US$ 53 bilhões, e esse déficit vem sendo integralmente financiado pela entrada maciça de investimentos estrangeiros diretos no país, que também foram recorde em outubro, com US$ 7,7 bilhões. No ano, já chegam a US$ 55,3 bilhões. - Um déficit, como este, de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), é baixo, ainda mais quando é inteiramente financiado por fluxos de investimentos diretos, que são recursos de qualidade, de longo prazo - afirmou Rocha. Segundo o BC, o mau desempenho das transações correntes foi causado principalmente pela pressão das importações - também recorde para o mês, de US$ 20,1 bilhões - e o pior desempenho da conta de serviços de todos os tempos, com déficit de US$ 4 bilhões. Além dos gastos de brasileiros no exterior, pesaram as despesas com aluguéis de equipamentos importados. BC: Investidor confia no país Para Rocha, a melhoria dos resultados das transações correntes no futuro dependem do desempenho da balança comercial. Mas, segundo especialistas, o saldo comercial em 2012 deve ser o pior dos últimos dez anos, e os prognósticos para 2013 não são bons. Até lá, o governo conta com os investimentos diretos. Apesar do bom desempenho dessa conta no ano, os cincos países que mais contribuem - Holanda, EUA, Japão, Espanha e França - reduziram sua parcela em 25%, de US$ 13,95 bilhões no mesmo período de 2011 para US$ 10,42 bilhões agora. - Os estrangeiros continuam acreditando no potencial da economia brasileira. Somos a quarta região do mundo que mais atrai recursos. É uma clara demonstração da confiança - disse Tombini, ressaltando que em outubro o país recebeu US$ 7,7 bilhões de investimento, e em 12 meses, US$ 66 bilhões. Em outubro, frente ao mesmo mês do ano anterior, as remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras baseadas no Brasil saltaram 51%, de US$ 1,55 bilhão para US$ 2,35 bilhões. Mas, no ano, estão cerca de 40% abaixo do mesmo período de 2011.

BRASÍLIA e RIO Os brasileiros continuam viajando como nunca e levando mais dinheiro para o exterior. Até 20 de novembro, deixaram lá fora cerca de US$ 20 bilhões - um gasto equivalente a R$ 5,1 milhões por hora, ou R$ 124 milhões por mês. Essa conta considera os dados divulgados ontem pelo Banco Central (BC) e uma taxa de câmbio de R$ 2,09. Somente em outubro, as despesas com viagens totalizaram US$ 2,08 bilhões, o maior volume para período da série histórica, iniciada em 1947. Na avaliação do chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Fernando Alberto de Rocha, o fato de a renda no país continuar crescendo e de o câmbio estar, desde julho, estabilizado em torno de R$ 2,03 animou os brasileiros a viajarem mais.

Claramente preocupado em dar uma resposta ao mercado, o presidente do BC, Alexandre Tombini, negou quatro vezes ontem que o Brasil tenha o objetivo de manter o câmbio em algum patamar. Ele ressaltou que o país está "sob regime de câmbio flutuante", mas observou que o governo tem tomado precauções e que, se necessário, o BC poderá intervir no mercado. O governo tem sido criticado por intervir para manter o dólar em uma banda informal entre R$ 2 e R$ 2,10.

- Em relação à moeda estrangeira, não temos qualquer banda, formal ou informal. O Banco Central não defende nem para baixo nem para cima qualquer nível de taxa de câmbio - disse Tombini em audiência pública na Câmara.

A respeito da recente valorização do dólar, Tombini disse que o movimento foi global e refletiu o problema fiscal nos EUA, o rebaixamento da França e o conflito entre israelenses e palestinos. Ontem o dólar fechou em alta de 0,14%, a R$ 2,098, a maior cotação desde 15 de maio de 2009, quando ficou em R$ 2,110. Para analistas, a falta de intervenção do BC incentiva essa valorização.

- Semana que vem vencem 62.800 contratos de dólar futuro (no total de R$ 3,14 bilhões), e isso vai determinar o movimento da moeda americana - disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez.

O comportamento das despesas com viagens ao exterior em outubro consolida um quadro de crescimento que ainda não tinha ficado claro para o BC, segundo Rocha, que vê esse aumento como um sinal de recuperação da economia. Mas isso levou o déficit na conta de viagens internacionais a bater novo recorde em outubro: US$ 1,53 bilhão. Os gastos de estrangeiros no Brasil (US$ 550 milhões) também foram recorde. No ano, o déficit é de US$ 12,87 bilhões e pressiona o resultado das transações externas brasileiras - diferença entre o que país recebe de recursos do exterior e gasta lá fora.

Esse déficit chegou a US$ 5,4 bilhões em outubro, o maior para o mês na série histórica do BC. No acumulado do ano, as contas estão no vermelho em US$ 39,5 bilhões, mas a projeção do BC para 2012 é de US$ 53 bilhões, e esse déficit vem sendo integralmente financiado pela entrada maciça de investimentos estrangeiros diretos no país, que também foram recorde em outubro, com US$ 7,7 bilhões. No ano, já chegam a US$ 55,3 bilhões.

- Um déficit, como este, de cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), é baixo, ainda mais quando é inteiramente financiado por fluxos de investimentos diretos, que são recursos de qualidade, de longo prazo - afirmou Rocha.

Segundo o BC, o mau desempenho das transações correntes foi causado principalmente pela pressão das importações - também recorde para o mês, de US$ 20,1 bilhões - e o pior desempenho da conta de serviços de todos os tempos, com déficit de US$ 4 bilhões. Além dos gastos de brasileiros no exterior, pesaram as despesas com aluguéis de equipamentos importados.

BC: Investidor confia no país

Para Rocha, a melhoria dos resultados das transações correntes no futuro dependem do desempenho da balança comercial. Mas, segundo especialistas, o saldo comercial em 2012 deve ser o pior dos últimos dez anos, e os prognósticos para 2013 não são bons.

Até lá, o governo conta com os investimentos diretos. Apesar do bom desempenho dessa conta no ano, os cincos países que mais contribuem - Holanda, EUA, Japão, Espanha e França - reduziram sua parcela em 25%, de US$ 13,95 bilhões no mesmo período de 2011 para US$ 10,42 bilhões agora.

- Os estrangeiros continuam acreditando no potencial da economia brasileira. Somos a quarta região do mundo que mais atrai recursos. É uma clara demonstração da confiança - disse Tombini, ressaltando que em outubro o país recebeu US$ 7,7 bilhões de investimento, e em 12 meses, US$ 66 bilhões.

Em outubro, frente ao mesmo mês do ano anterior, as remessas de lucros e dividendos de empresas estrangeiras baseadas no Brasil saltaram 51%, de US$ 1,55 bilhão para US$ 2,35 bilhões. Mas, no ano, estão cerca de 40% abaixo do mesmo período de 2011.

FONTE: O Globo

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