BC prevê superávit primário "sem ajustes" em 2013

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O Banco Central (BC) não espera que volte a se repetir em 2013 o remendo que será feito este ano pelo governo para o cumprimento da meta de superávit primário do setor público. Ontem, durante a apresentação do Boletim Regional do BC, no Recife, o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, disse que as projeções da autoridade monetária para a economia do país em 2013 estão baseadas em um superávit primário "sem ajustes". Apesar do desconforto com o aumento dos gastos do governo, Araújo preferiu não polemizar com o Ministério da Fazenda, que disse quarta-feira que não seria possível atingir este ano o superávit de R$ 139,8 bilhões, correspondente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A economia do governo, segundo o ministro Guido Mantega, deve chegar a 2,5% do PIB. A diferença será abatida dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Hamilton disse que a retomada da atividade econômica deve ajudar o governo a atingir a meta do superávit em 2013. "Sobre as questões fiscais, nós ouvimos e, eventualmente, fazemos alguma colocação, mas em outras instâncias", disse o diretor, que descartou um processo de descaracterização do tripé formado por regime de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. O diretor afirmou que relatórios do BC já vinham alertando há algum tempo sobre a escalada nos gastos do governo. "Do ponto de vista de comunicação, viemos paulatinamente ajustando. Na ata do Copom de junho, víamos uma política fiscal de contenção; na ata de julho, já víamos na zona de neutralidade; no relatório de setembro, víamos a política fiscal ligeiramente expansionista. Em outubro, víamos a política fiscal já expansionista", disse Hamilton. Ainda assim, a autoridade monetária continua projetando para o terceiro trimestre do próximo ano a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%. Segundo Hamilton, o choque nos preços das commodities agrícolas, causado principalmente pela seca que atingiu os Estados Unidos, já arrefeceu e não deve prejudicar a convergência do IPCA para a meta. O diretor do BC rechaçou as críticas de que a trajetória de "não linearidade" da inflação estaria confundindo o mercado. "Eu acho que está bem claro. O que foi dito primeiramente é que a inflação estava convergindo para a trajetória de meta e, por conseguinte, recuando. Depois, se disse que a economia estava sendo alcançada por pressões temporárias de preços, mas que voltaria para a trajetória de convergência. Por uma inferência lógica, é imediato que a trajetória de convergência sobe e depois volta. Se você junta os três conjuntos de informação, não dá pra chegar à outra conclusão que não essa", afirmou Hamilton. Sobre as perspectivas para a oferta de crédito, o diretor do Banco Central disse que os executivos financeiros ouvidos pela autoridade monetária vêm demonstrando que o "sentimento mais defensivo ficou para trás". De acordo com ele, as perspectivas para o mercado de crédito estão melhores tanto no segmento de pessoas físicas como entre as empresas. Para o financiamento habitacional, no entanto, Hamilton apontou tendência de estabilidade.

O Banco Central (BC) não espera que volte a se repetir em 2013 o remendo que será feito este ano pelo governo para o cumprimento da meta de superávit primário do setor público. Ontem, durante a apresentação do Boletim Regional do BC, no Recife, o diretor de Política Econômica, Carlos Hamilton Araújo, disse que as projeções da autoridade monetária para a economia do país em 2013 estão baseadas em um superávit primário "sem ajustes".

Apesar do desconforto com o aumento dos gastos do governo, Araújo preferiu não polemizar com o Ministério da Fazenda, que disse quarta-feira que não seria possível atingir este ano o superávit de R$ 139,8 bilhões, correspondente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A economia do governo, segundo o ministro Guido Mantega, deve chegar a 2,5% do PIB. A diferença será abatida dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Hamilton disse que a retomada da atividade econômica deve ajudar o governo a atingir a meta do superávit em 2013. "Sobre as questões fiscais, nós ouvimos e, eventualmente, fazemos alguma colocação, mas em outras instâncias", disse o diretor, que descartou um processo de descaracterização do tripé formado por regime de metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário.

O diretor afirmou que relatórios do BC já vinham alertando há algum tempo sobre a escalada nos gastos do governo. "Do ponto de vista de comunicação, viemos paulatinamente ajustando. Na ata do Copom de junho, víamos uma política fiscal de contenção; na ata de julho, já víamos na zona de neutralidade; no relatório de setembro, víamos a política fiscal ligeiramente expansionista. Em outubro, víamos a política fiscal já expansionista", disse Hamilton.

Ainda assim, a autoridade monetária continua projetando para o terceiro trimestre do próximo ano a convergência da inflação para o centro da meta, de 4,5%. Segundo Hamilton, o choque nos preços das commodities agrícolas, causado principalmente pela seca que atingiu os Estados Unidos, já arrefeceu e não deve prejudicar a convergência do IPCA para a meta. O diretor do BC rechaçou as críticas de que a trajetória de "não linearidade" da inflação estaria confundindo o mercado.

"Eu acho que está bem claro. O que foi dito primeiramente é que a inflação estava convergindo para a trajetória de meta e, por conseguinte, recuando. Depois, se disse que a economia estava sendo alcançada por pressões temporárias de preços, mas que voltaria para a trajetória de convergência. Por uma inferência lógica, é imediato que a trajetória de convergência sobe e depois volta. Se você junta os três conjuntos de informação, não dá pra chegar à outra conclusão que não essa", afirmou Hamilton.

Sobre as perspectivas para a oferta de crédito, o diretor do Banco Central disse que os executivos financeiros ouvidos pela autoridade monetária vêm demonstrando que o "sentimento mais defensivo ficou para trás". De acordo com ele, as perspectivas para o mercado de crédito estão melhores tanto no segmento de pessoas físicas como entre as empresas. Para o financiamento habitacional, no entanto, Hamilton apontou tendência de estabilidade.

FONTE: Valor Econômico

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