A falta de acordo com a oposição sobre ajuste fiscal pode levar os EUA à suspensão do pagamento de despesas Pressionado pelo passivo de promessas de 2008 não cumpridas e com o Congresso dividido, o presidente americano, Barack Obama, chamou os opositores republicanos para diálogo. E o primeiro teste de conciliação ocorrerá antes mesmo da posse no segundo mandato, em 20 de janeiro. Sem acordo com a maioria opositora na Câmara, o impasse em torno do ajuste nas contas públicas poderá levar o país à suspensão dos pagamentos de despesas correntes e da dívida federal já em 1º de janeiro. Os desafios do democrata continuam os mesmos do primeiro mandato: criar empregos, equilibrar o orçamento e equacionar o déficit público. A reeleição de Obama agrada ao governo brasileiro, que tem maior apreço pelo governo democrata. Triunfo consolidado na madrugada de ontem sobre o rival Mitt Romney não foi suficiente para que presidente alterasse a formação da Câmara dos Deputados, onde a oposição republicana é majoritária desde 2010 e bloqueia seus programas de recuperação econômica Ao subir no palco para seu discurso de vitória, em Chicago, o presidente Barack Obama conclamou o país à união. Obama venceu com o apoio dos eleitores latinos, mulheres, jovens e negros, grupos que seu rival republicano Mitt Romney não conseguiu sensibilizar. Também ajudou seu argumento sobre a diferença entre sua visão de governo e a de seu adversário. "Nesta noite, mais de 200 anos depois de uma ex-colônia ter ganhado seu direito de determinar seu próprio destino, a tarefa e aperfeiçoar nossa união segue adiante. E vai em frente por causa de vocês. Porque vocês reafirmaram o espírito que tirou este país da profundeza do desespero às mais elevadas esperanças", disse. A mensagem veio acompanhada, pouco adiante,por uma inusitada promessa, a de reunir-se com Romney nas próximas semanas para conversar sobre "como trabalhar juntos". Fustigado pela polarização política em Washington, que impediu a aprovação de várias de suas promessas de campanha, Obama apresentou-se mais conciliador, menos disposto a repetir erros e ansiosamente disposto a dialogar. O suposto convite, porém, foi considerado uma forma de pressão. Thomas Mann, analista do Brookings Institution, afirmou ao Estado que Obama sempre esteve aberto ao diálogo com os republicanos, que sempre se recusaram. "Agora, ele está tentando pressioná-los a sentar-se à mesa. Os republicanos terão de mudar. Terão de se tornar menos ideológicos e mais prontos a resolver problemas, menos excludentes e mais respeitosos das diferenças, menos propensos ao individualismo e mais abertos à visão de comunidade." A trégua tem chances remotas coma posse dos novos congressistas. O novo Congresso está ainda mais polarizado, com maior presença da esquerda no Senado e da direita radical na Câmara. A necessidade de os republicanos repensarem suas políticas deve demorar a ser digerida. A rigor, o eleitor republicano está se resumindo, cada vez mais, aos eleitores brancos. Obama foi eleito com 93% de votos dos negros-que compõem 13% do eleitorado -, 71% de votos dos latinos, 55% do voto feminino e 60% dos jovens. Romney não indicou estar aberto ao diálogo, apesar de ter enfatizado em seu discurso ontem que está preocupado coma "situação crítica" vivida pelos EUA. "Eu rezo para o presidente ter sucesso na condução do país", disse. "Essa eleição terminou, mas os nossos princípios permanecem. Eu realmente queria preencher nossas esperanças e liderar o país em uma direção diferente, mas a nação escolheu outro líder." O primeiro teste de diálogo entre Obama e a oposição republicana ocorrerá antes mesmo de sua posse para o segundo mandato, em21 de janeiro. Sem acordo com a maioria opositora na Câmara, o impasse envolvendo o ajuste nas contas públicas pode levar o país à crítica situação de suspensão dos pagamentos de despesas correntes e da dívida federal logo no primeiro dia do ano. Obama poderá ser forçado a realizar um corte automático de despesas adicionais nas áreas social e de defesa. É o chamado "abismo fiscal", que levaria o país a uma nova crise e arruinaria o segundo mandato do presidente. Segundo Thomas Mann, a polarização está clara no resultado eleitoral. Outros componentes, porém, podem facilitar a união entre democratas e republicanos. Entre esses fatores está o fracasso da estratégia republicana de manter uma oposição veemente ao governo Obama. O alerta do presidente foi direto ao ponto: sem acordo, a família americana morrerá toda abraçada.
A falta de acordo com a oposição sobre ajuste fiscal pode levar os EUA à suspensão do pagamento de despesas
Pressionado pelo passivo de promessas de 2008 não cumpridas e com o Congresso dividido, o presidente americano, Barack Obama, chamou os opositores republicanos para diálogo. E o primeiro teste de conciliação ocorrerá antes mesmo da posse no segundo mandato, em 20 de janeiro. Sem acordo com a maioria opositora na Câmara, o impasse em torno do ajuste nas contas públicas poderá levar o país à suspensão dos pagamentos de despesas correntes e da dívida federal já em 1º de janeiro. Os desafios do democrata continuam os mesmos do primeiro mandato: criar empregos, equilibrar o orçamento e equacionar o déficit público. A reeleição de Obama agrada ao governo brasileiro, que tem maior apreço pelo governo democrata.
Triunfo consolidado na madrugada de ontem sobre o rival Mitt Romney não foi suficiente para que presidente alterasse a formação da
Câmara dos Deputados, onde a oposição republicana é majoritária desde 2010 e bloqueia seus programas de recuperação econômica
Ao subir no palco para seu discurso de vitória, em Chicago, o presidente Barack Obama conclamou o país à união. Obama venceu com o apoio dos eleitores latinos, mulheres, jovens e negros, grupos que seu rival republicano Mitt Romney não conseguiu sensibilizar. Também ajudou seu argumento sobre a diferença entre sua visão de governo e a de seu adversário. "Nesta noite, mais de 200 anos depois de uma ex-colônia ter ganhado seu direito de determinar seu próprio destino, a tarefa e aperfeiçoar nossa união segue adiante. E vai em frente por causa de vocês. Porque vocês reafirmaram o espírito que tirou este país da profundeza do desespero às mais elevadas esperanças", disse. A mensagem veio acompanhada, pouco adiante,por uma inusitada promessa, a de reunir-se com Romney nas próximas semanas para conversar sobre "como trabalhar juntos". Fustigado pela polarização política em Washington, que impediu a aprovação de várias de suas promessas de campanha, Obama apresentou-se mais conciliador, menos disposto a repetir erros e ansiosamente disposto a dialogar. O suposto convite, porém, foi considerado uma forma de pressão. Thomas Mann, analista do Brookings Institution, afirmou ao Estado que Obama sempre esteve aberto ao diálogo com os republicanos, que sempre se recusaram. "Agora, ele está tentando pressioná-los a sentar-se à mesa. Os republicanos terão de mudar. Terão de se tornar menos ideológicos e mais prontos a resolver problemas, menos excludentes e mais respeitosos das diferenças, menos propensos ao individualismo e mais abertos à visão de comunidade." A trégua tem chances remotas coma posse dos novos congressistas. O novo Congresso está ainda mais polarizado, com maior presença da esquerda no Senado e da direita radical na Câmara.
A necessidade de os republicanos repensarem suas políticas deve demorar a ser digerida. A rigor, o eleitor republicano está se resumindo, cada vez mais, aos eleitores brancos. Obama foi eleito com 93% de votos dos negros–que compõem 13% do eleitorado –, 71% de votos dos latinos, 55% do voto feminino e 60% dos jovens. Romney não indicou estar aberto ao diálogo, apesar de ter enfatizado em seu discurso ontem que está preocupado coma "situação crítica" vivida pelos EUA. "Eu rezo para o presidente ter sucesso na condução do país", disse. "Essa eleição terminou, mas os nossos princípios permanecem. Eu realmente queria preencher nossas esperanças e liderar o país em uma direção diferente, mas a nação escolheu outro líder." O primeiro teste de diálogo entre Obama e a oposição republicana ocorrerá antes mesmo de sua posse para o segundo mandato, em21 de janeiro. Sem acordo com a maioria opositora na Câmara, o impasse envolvendo o ajuste nas contas públicas pode levar o país à crítica situação de suspensão dos pagamentos de despesas correntes e da dívida federal logo no primeiro dia do ano. Obama poderá ser forçado a realizar um corte automático de despesas adicionais nas áreas social e de defesa. É o chamado "abismo fiscal", que levaria o país a uma nova crise e arruinaria o segundo mandato do presidente. Segundo Thomas Mann, a polarização está clara no resultado eleitoral. Outros componentes, porém, podem facilitar a união entre democratas e republicanos. Entre esses fatores está o fracasso da estratégia republicana de manter uma oposição veemente ao governo Obama. O alerta do presidente foi direto ao ponto: sem acordo, a família americana morrerá toda abraçada.
FONTE: O Estado de S. Paulo