Há dois meses, toda a expectativa do mercado recaía sobre uma ação conjunta dos principais bancos centrais para impulsionar a economia mundial. O Federal Reserve (Fed) fez a sua parte, anunciou uma nova rodada de afrouxamento monetário. As autoridades da China e o Banco Central Europeu (BCE) também anunciaram medidas. E os mercados, inclusive a Bovespa, reagiram com euforia. Olhando o quadro geral hoje, parece que a história do parágrafo anterior não aconteceu. As bolsas devolveram em outubro o ganho de setembro e voltaram ao nível anterior às medidas. O Ibovespa caiu 1,07% ontem, fechando outubro com perda de 3,56%, aos 57.068 pontos, praticamente o mesmo patamar de 31 de agosto (57.061). No ano, a bolsa luta para se manter no azul, acumulando alta de apenas 0,55%. Para analistas, o cenário não é dos melhores até o fim do ano, sobretudo para setores que têm efeito direto sobre o Ibovespa. Rodrigo Melo, economista da Mauá Sekular, diz que grandes questões nos Estados Unidos ganham foco no horizonte, como as próprias eleições à Presidência, o abismo fiscal e o nível de endividamento do país. "A Europa também mostra um quadro de bastante fragilidade. Com exceção das vendas no varejo de hoje, os números divulgados pela Alemanha estão piorando", diz. "Além disso, o continente ainda precisa fazer ajuste fiscal. A perspectiva de crescimento frágil para os próximos anos continua." O estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, também vê muitas incertezas pesando contra a alta das bolsas mundiais, como os balanços mais fracos que o esperado no terceiro trimestre, a situação da Espanha e da Grécia, a eleição americana, a sucessão do poder na China e o abismo fiscal. "Se o Ibovespa conseguir fechar 2012 acima dos 60 mil pontos, batam palmas." O Ibovespa chegou a alcançar os 62 mil pontos em setembro, iniciou outubro abaixo dos 60 mil e terminou o mês brigando para sustentar a linha de 57 mil pontos. Pela análise gráfica, o índice está em tendência de baixa de curto prazo, com primeira parada nos 56.200 pontos. Para reverter a tendência, a bolsa precisa, no mínimo, recuperar os 58 mil pontos. Desta forma, as estimativas feitas por analistas para o Ibovespa no fim deste ano, que apontavam para os 70 mil pontos - uma valorização de 23% em relação ao nível atual - ficam cada vez mais distantes da realidade. O investidor estrangeiro voltou a marcar presença no mercado brasileiro ontem após dois dias ausente por causa da passagem do furacão Sandy, o que obrigou as bolsas em Wall Street a suspender as operações. O pregão foi de baixa tanto lá fora como aqui, mas a pressão sobre as ações da Petrobras deixou o tom do vermelho mais intenso na bolsa brasileira. Os estrangeiros corrigiram os ADRs (recibos de ações negociados no mercado americano) da estatal por causa do balanço fraco divulgado na sexta-feira à noite. Como esses papéis não negociaram por lá na segunda e terça, acabaram sofrendo ontem. O ADR lastreado na ação ON caiu 5,31%, para US$ 21,21, enquanto o ADR do papel PN perdeu 5,42%, para US$ 20,53. Por aqui, Petrobras PN terminou em baixa de 3,39%, a R$ 20,80, enquanto a ON recuou 3,58%, a R$ 21,50. O volume total do pregão alcançou R$ 5,911 bilhões, melhor que os R$ 3,2 bilhões de terça, mas ainda abaixo da média, de R$ 7 bilhões.
Há dois meses, toda a expectativa do mercado recaía sobre uma ação conjunta dos principais bancos centrais para impulsionar a economia mundial. O Federal Reserve (Fed) fez a sua parte, anunciou uma nova rodada de afrouxamento monetário. As autoridades da China e o Banco Central Europeu (BCE) também anunciaram medidas. E os mercados, inclusive a Bovespa, reagiram com euforia.
Olhando o quadro geral hoje, parece que a história do parágrafo anterior não aconteceu. As bolsas devolveram em outubro o ganho de setembro e voltaram ao nível anterior às medidas. O Ibovespa caiu 1,07% ontem, fechando outubro com perda de 3,56%, aos 57.068 pontos, praticamente o mesmo patamar de 31 de agosto (57.061). No ano, a bolsa luta para se manter no azul, acumulando alta de apenas 0,55%.
Para analistas, o cenário não é dos melhores até o fim do ano, sobretudo para setores que têm efeito direto sobre o Ibovespa. Rodrigo Melo, economista da Mauá Sekular, diz que grandes questões nos Estados Unidos ganham foco no horizonte, como as próprias eleições à Presidência, o abismo fiscal e o nível de endividamento do país. "A Europa também mostra um quadro de bastante fragilidade. Com exceção das vendas no varejo de hoje, os números divulgados pela Alemanha estão piorando", diz. "Além disso, o continente ainda precisa fazer ajuste fiscal. A perspectiva de crescimento frágil para os próximos anos continua."
O estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi, também vê muitas incertezas pesando contra a alta das bolsas mundiais, como os balanços mais fracos que o esperado no terceiro trimestre, a situação da Espanha e da Grécia, a eleição americana, a sucessão do poder na China e o abismo fiscal. "Se o Ibovespa conseguir fechar 2012 acima dos 60 mil pontos, batam palmas."
O Ibovespa chegou a alcançar os 62 mil pontos em setembro, iniciou outubro abaixo dos 60 mil e terminou o mês brigando para sustentar a linha de 57 mil pontos. Pela análise gráfica, o índice está em tendência de baixa de curto prazo, com primeira parada nos 56.200 pontos. Para reverter a tendência, a bolsa precisa, no mínimo, recuperar os 58 mil pontos.
Desta forma, as estimativas feitas por analistas para o Ibovespa no fim deste ano, que apontavam para os 70 mil pontos - uma valorização de 23% em relação ao nível atual - ficam cada vez mais distantes da realidade.
O investidor estrangeiro voltou a marcar presença no mercado brasileiro ontem após dois dias ausente por causa da passagem do furacão Sandy, o que obrigou as bolsas em Wall Street a suspender as operações. O pregão foi de baixa tanto lá fora como aqui, mas a pressão sobre as ações da Petrobras deixou o tom do vermelho mais intenso na bolsa brasileira. Os estrangeiros corrigiram os ADRs (recibos de ações negociados no mercado americano) da estatal por causa do balanço fraco divulgado na sexta-feira à noite.
Como esses papéis não negociaram por lá na segunda e terça, acabaram sofrendo ontem. O ADR lastreado na ação ON caiu 5,31%, para US$ 21,21, enquanto o ADR do papel PN perdeu 5,42%, para US$ 20,53. Por aqui, Petrobras PN terminou em baixa de 3,39%, a R$ 20,80, enquanto a ON recuou 3,58%, a R$ 21,50. O volume total do pregão alcançou R$ 5,911 bilhões, melhor que os R$ 3,2 bilhões de terça, mas ainda abaixo da média, de R$ 7 bilhões.
FONTE: Valor Econômico