Os trabalhadores que têm levado consecutivos sustos nos supermercados, diante da disparada dos preços dos alimentos, devem preparar o bolso. Importante item no orçamento doméstico, o Gás Liquefeito de Petroléo (GLP), o gás de cozinha, está sendo remarcado desde o mês passado. Só em outubro, o item registrou aumento de 1,08%, quase o dobro da inflação do período, de 0,65%, medida pela prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15. Os reajustes devem continuar nos próximos meses, pois os revendedores já avisaram que terão de repassar à clientela os 12% de alta que tiveram de absorver nas últimas semanas. "Há um aumento represado", assegurou Alexandre Borjaili , presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR). Em Brasília, o botijão está sendo negociado, em média, por R$ 50, sem incluir a taxa de entrega em casa. Segundo Borjaili, não está havendo saída para os revendedores a não ser repassar os aumentos impostos pelas distribuidoras. "Somente em outubro, foram R$ 2 a mais por botijão", assinalou. Representante da Liquigás em Brasília, Arnaldo Almeida explicou que segurou o preço em R$ 50 para não perder os clientes. "Deixamos de cobrar o frete para manter o valor. Mas se o aumento continuar como nos últimos meses, não dará mais para garantir a manutenção do preço", afirmou. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), "as pressões por aumento de preços podem ser decorrentes da alta de custos, como frete e pessoal, mas o mercado reage de forma independente". Em nota, a entidade explicou ainda que as distribuidoras associadas não reportam ao sindicato qualquer aumento ou baixa de preço. "Como o mercado tem autonomia para fixar seus preços, cabe ao consumidor pesquisar aquele revendedor que tem condições comerciais mais vantajosas." Preocupação Os analistas informam que, a despeito de o reajuste do gás de cozinha ainda não estar sendo tão pesado, o problema é a alta se alastrar por outros preços da economia. Essa contaminação, por sinal, já está acontecendo. Como gasta dois botijões por dia, o padeiro Harryson Ferreira de Souza, 26 anos, aumentou o quilo do pão em R$ 0,51. "Meu orçamento mensal com os botijões de gás, de R$ 2,1 mil, passou para R$ 2,7 mil", contou. O valor do gás para o padeiro, abaixo da média do mercado, subiu R$ 10, para R$ 45. No geral, segundo o IPCA-15, o pão francês ficou 2,43% mais caro em outubro. "Tentei negociar com a empresa que me fornece o gás, mas não teve jeito. As queixas têm sido grandes. Tomara que não perca meus clientes se os reajustes continuarem", assinalou. O governo já acendeu o sinal de alerta, pois sabe que o preço do gás afeta, principalmente, os mais pobres. A perspectiva é de que técnicos da equipe econômica façam um acompanhamento mais próximo do mercado para corrigir possíveis distorções.
Os trabalhadores que têm levado consecutivos sustos nos supermercados, diante da disparada dos preços dos alimentos, devem preparar o bolso. Importante item no orçamento doméstico, o Gás Liquefeito de Petroléo (GLP), o gás de cozinha, está sendo remarcado desde o mês passado. Só em outubro, o item registrou aumento de 1,08%, quase o dobro da inflação do período, de 0,65%, medida pela prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA-15. Os reajustes devem continuar nos próximos meses, pois os revendedores já avisaram que terão de repassar à clientela os 12% de alta que tiveram de absorver nas últimas semanas. “Há um aumento represado”, assegurou Alexandre Borjaili , presidente da Associação Brasileira dos Revendedores de GLP (Asmirg-BR). Em Brasília, o botijão está sendo negociado, em média, por R$ 50, sem incluir a taxa de entrega em casa.
Segundo Borjaili, não está havendo saída para os revendedores a não ser repassar os aumentos impostos pelas distribuidoras. “Somente em outubro, foram R$ 2 a mais por botijão”, assinalou. Representante da Liquigás em Brasília, Arnaldo Almeida explicou que segurou o preço em R$ 50 para não perder os clientes. “Deixamos de cobrar o frete para manter o valor. Mas se o aumento continuar como nos últimos meses, não dará mais para garantir a manutenção do preço”, afirmou.
De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), “as pressões por aumento de preços podem ser decorrentes da alta de custos, como frete e pessoal, mas o mercado reage de forma independente”. Em nota, a entidade explicou ainda que as distribuidoras associadas não reportam ao sindicato qualquer aumento ou baixa de preço. “Como o mercado tem autonomia para fixar seus preços, cabe ao consumidor pesquisar aquele revendedor que tem condições comerciais mais vantajosas.”
Preocupação
Os analistas informam que, a despeito de o reajuste do gás de cozinha ainda não estar sendo tão pesado, o problema é a alta se alastrar por outros preços da economia. Essa contaminação, por sinal, já está acontecendo. Como gasta dois botijões por dia, o padeiro Harryson Ferreira de Souza, 26 anos, aumentou o quilo do pão em R$ 0,51. “Meu orçamento mensal com os botijões de gás, de R$ 2,1 mil, passou para R$ 2,7 mil”, contou. O valor do gás para o padeiro, abaixo da média do mercado, subiu R$ 10, para R$ 45. No geral, segundo o IPCA-15, o pão francês ficou 2,43% mais caro em outubro. “Tentei negociar com a empresa que me fornece o gás, mas não teve jeito. As queixas têm sido grandes. Tomara que não perca meus clientes se os reajustes continuarem”, assinalou.
O governo já acendeu o sinal de alerta, pois sabe que o preço do gás afeta, principalmente, os mais pobres. A perspectiva é de que técnicos da equipe econômica façam um acompanhamento mais próximo do mercado para corrigir possíveis distorções.
FONTE: Correio Braziliense