Sob fogo do governo, lucro de bancos no 3º tri deve desapontar

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Está chegando a hora de saber em que extensão a queda dos juros cobrados no crédito teve impacto nos bancos que atuam no Brasil. A julgar pelas projeções de analistas, a temporada de balanços do terceiro trimestre mostrará redução nas margens e na rentabilidade sobre o patrimônio das maiores instituições financeiras do país. Os números são aguardados pelo mercado porque revelarão o primeiro trimestre completo desde que o governo abriu sua cruzada pela redução dos chamados spreads bancários, a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada do tomador - movimento que teve início em abril e se estendeu pelos meses seguintes. Os balanços também mostrarão a performance das instituições diante da fraca expansão do crédito no país. Nos últimos três meses encerrados em agosto, o volume de empréstimos cresceu 3,4%, puxado basicamente pelos desembolsos dos bancos públicos. "Esperamos, no geral, resultados desapontadores", afirmam analistas do J.P. Morgan em relatório. A safra começa na segunda-feira com a divulgação dos resultados do Bradesco - que, por ter um perfil de negócios diversificado, deverá ostentar números um pouco melhores que o de seus pares. Na terça-feira, é a vez de o Itaú Unibanco apresentar suas demonstrações financeiras, seguido pelo Santander na quinta-feira. Em 8 de novembro, o Banco do Brasil encerra a temporada. Maior banco público do país, o Banco do Brasil deve mostrar mais claramente o impacto da redução dos spreads. Se de um lado a instituição exibirá o maior crescimento da carteira de crédito entre todos os bancos - de até 21,6% em 12 meses e de 6,5% no trimestre pelos cálculos do Credit Suisse -, em outra ponta o banco amargará margens mais apertadas. Taxas mais baixas no cheque especial e no cartão de crédito somadas a ganhos menores de refinanciamento trarão um impacto negativo de R$ 600 milhões ante o segundo trimestre de 2012, pelas contas do Credit Suisse. Para o J.P. Morgan, "interesses políticos estão sendo promovidos agressivamente à custa dos acionistas" do BB. Na avaliação dos analistas, a estratégia do governo para estimular o crédito por meio dos bancos públicos vai afetar a rentabilidade da instituição. Pelas estimativas de seis casas de análise consultadas pela "Bloomberg", o lucro líquido ajustado do banco no terceiro trimestre de 2012 deve encolher 5,74% em relação a igual intervalo do ano passado. O impacto da ação do governo só não é maior por causa dos volumes crescentes dos desembolsos. Entre os bancos, porém, essa não deve ser a maior retração apresentada no resultado do trimestre. Segundo a "Bloomberg", o consenso de quatro analistas prevê que o lucro líquido do Santander cairá 19,5% na comparação com um ano atrás. Os atrasos nos pagamentos dos clientes, principalmente das pessoas físicas, ainda deve afetar o banco, prevê o Credit Suisse. O lucro líquido do Itaú Unibanco recuará 11,52% pelas projeções de seis casas de análise. O Credit Suisse prevê um retorno sobre o patrimônio do Itaú, ajustado antes de impostos sobre operações de crédito, de 17,5%, em sua mínima histórica. O balanço do banco deve sofrer, segundo as estimativas, com provisões ainda em patamares altos, margens mais fracas e lento crescimento da carteira de crédito. Esta não será, porém, uma temporada só de más notícias. Os analistas esperam um alívio nos problemas que os bancos vêm enfrentando com os calotes. "Esperamos alguma luz trazida pelas tendências da qualidade do crédito", diz em relatório o HSBC. Para o banco, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander mostrarão no terceiro trimestre um recuo nas despesas com provisões para devedores duvidosos em relação ao período de abril a junho. Na comparação com igual trimestre do ano passado, os números ainda devem ser bem piores. O índice de inadimplência de algumas instituições também mostrará recuo. Pela avaliação do J.P. Morgan, entretanto, a melhoria na qualidade dos ativos não será tão positivamente percebida pelas instituições. Para os analistas, isso só servirá para amortecer o impacto das cruzadas em torno dos juros e, mais recentemente, das tarifas de conta corrente. De julho a setembro, o Bradesco deve ser o que mais sentirá a chegada de um cenário mais positivo de qualidade de crédito. Por isso, cinco analistas consultados pela "Bloomberg" preveem que a instituição terá lucro líquido 1,64% maior do que um ano atrás. Para diversas casa de análise, o Bradesco também deve apresentar o maior crescimento de crédito entre os bancos privados. Independentemente dos resultados que os bancos começarão a exibir na segunda-feira, os analistas dão como certo que o debate em torno da pressão do governo permeará os resultados em 2013.

Está chegando a hora de saber em que extensão a queda dos juros cobrados no crédito teve impacto nos bancos que atuam no Brasil. A julgar pelas projeções de analistas, a temporada de balanços do terceiro trimestre mostrará redução nas margens e na rentabilidade sobre o patrimônio das maiores instituições financeiras do país.

Os números são aguardados pelo mercado porque revelarão o primeiro trimestre completo desde que o governo abriu sua cruzada pela redução dos chamados spreads bancários, a diferença entre o custo de captação e a taxa cobrada do tomador - movimento que teve início em abril e se estendeu pelos meses seguintes.

Os balanços também mostrarão a performance das instituições diante da fraca expansão do crédito no país. Nos últimos três meses encerrados em agosto, o volume de empréstimos cresceu 3,4%, puxado basicamente pelos desembolsos dos bancos públicos. "Esperamos, no geral, resultados desapontadores", afirmam analistas do J.P. Morgan em relatório.

A safra começa na segunda-feira com a divulgação dos resultados do Bradesco - que, por ter um perfil de negócios diversificado, deverá ostentar números um pouco melhores que o de seus pares. Na terça-feira, é a vez de o Itaú Unibanco apresentar suas demonstrações financeiras, seguido pelo Santander na quinta-feira. Em 8 de novembro, o Banco do Brasil encerra a temporada.

Maior banco público do país, o Banco do Brasil deve mostrar mais claramente o impacto da redução dos spreads. Se de um lado a instituição exibirá o maior crescimento da carteira de crédito entre todos os bancos - de até 21,6% em 12 meses e de 6,5% no trimestre pelos cálculos do Credit Suisse -, em outra ponta o banco amargará margens mais apertadas.

Taxas mais baixas no cheque especial e no cartão de crédito somadas a ganhos menores de refinanciamento trarão um impacto negativo de R$ 600 milhões ante o segundo trimestre de 2012, pelas contas do Credit Suisse.

Para o J.P. Morgan, "interesses políticos estão sendo promovidos agressivamente à custa dos acionistas" do BB. Na avaliação dos analistas, a estratégia do governo para estimular o crédito por meio dos bancos públicos vai afetar a rentabilidade da instituição.

Pelas estimativas de seis casas de análise consultadas pela "Bloomberg", o lucro líquido ajustado do banco no terceiro trimestre de 2012 deve encolher 5,74% em relação a igual intervalo do ano passado. O impacto da ação do governo só não é maior por causa dos volumes crescentes dos desembolsos.

Entre os bancos, porém, essa não deve ser a maior retração apresentada no resultado do trimestre. Segundo a "Bloomberg", o consenso de quatro analistas prevê que o lucro líquido do Santander cairá 19,5% na comparação com um ano atrás. Os atrasos nos pagamentos dos clientes, principalmente das pessoas físicas, ainda deve afetar o banco, prevê o Credit Suisse.

O lucro líquido do Itaú Unibanco recuará 11,52% pelas projeções de seis casas de análise. O Credit Suisse prevê um retorno sobre o patrimônio do Itaú, ajustado antes de impostos sobre operações de crédito, de 17,5%, em sua mínima histórica. O balanço do banco deve sofrer, segundo as estimativas, com provisões ainda em patamares altos, margens mais fracas e lento crescimento da carteira de crédito.

Esta não será, porém, uma temporada só de más notícias. Os analistas esperam um alívio nos problemas que os bancos vêm enfrentando com os calotes. "Esperamos alguma luz trazida pelas tendências da qualidade do crédito", diz em relatório o HSBC.

Para o banco, Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander mostrarão no terceiro trimestre um recuo nas despesas com provisões para devedores duvidosos em relação ao período de abril a junho. Na comparação com igual trimestre do ano passado, os números ainda devem ser bem piores. O índice de inadimplência de algumas instituições também mostrará recuo.

Pela avaliação do J.P. Morgan, entretanto, a melhoria na qualidade dos ativos não será tão positivamente percebida pelas instituições. Para os analistas, isso só servirá para amortecer o impacto das cruzadas em torno dos juros e, mais recentemente, das tarifas de conta corrente.

De julho a setembro, o Bradesco deve ser o que mais sentirá a chegada de um cenário mais positivo de qualidade de crédito. Por isso, cinco analistas consultados pela "Bloomberg" preveem que a instituição terá lucro líquido 1,64% maior do que um ano atrás. Para diversas casa de análise, o Bradesco também deve apresentar o maior crescimento de crédito entre os bancos privados.

Independentemente dos resultados que os bancos começarão a exibir na segunda-feira, os analistas dão como certo que o debate em torno da pressão do governo permeará os resultados em 2013.

FONTE: Valor Econômico

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