Líder na oferta de crédito consignado no País, o Banco do Brasil fechou ontem um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se comprometendo a acabar com contratos de exclusividade na concessão de crédito com desconto em folha de pagamento de servidores públicos. Além disso, pagará R$ 100 milhões em contribuições pecuniárias, depois de tentar convencer o órgão antitruste nos últimos meses a manter a cláusula, e se comprometeu a desistir de todas as ações judiciais que ainda tramitam nos tribunais. O próprio governo não deixou saída ao BB. Não só o Cade ameaçou aplicar uma multa ainda maior caso a instituição insistisse no que era classificado como "monopólio", como o Banco Central (BC), que regula o setor, proibiu novos contratos de crédito vinculados à exclusividade em janeiro do ano passado. A autoridade monetária, no entanto, não entrou na questão das concessões que já estavam em vigor. O Termo de Cessação de Conduta (TCC) com o Cade vale para os dois casos. O recuo do BB pode significar também um baque para a instituição neste momento em que lidera um movimento de redução dos juros para o consumidor, seguindo uma determinação do Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo que anunciam queda das taxas, numa tentativa de movimentar o mercado, os bancos oficiais são os que mais emprestam. Juntas, menos de dez instituições públicas detêm 46% do crédito geral. O restante é dividido por cerca de 90 bancos, de acordo com dados do BC. Perdas. Ainda que consiga se manter em algumas praças, o BB tende a perder mercado, justamente em um dos segmentos mais importantes para a manutenção da taxa de calote abaixo da do setor. Até agora, havia preocupação de analistas com o aumento da inadimplência causada por ampliação de crédito com menos critérios e exigências. O argumento do governo é o de que as instituições oficiais sofrem menos por conta do perfil dos empréstimos. Enquanto a Caixa tem grossa fatia de mercado de financiamento imobiliário, o BB é líder no setor de crédito consignado, os mais honrados pelos tomadores.
Líder na oferta de crédito consignado no País, o Banco do Brasil fechou ontem um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) se comprometendo a acabar com contratos de exclusividade na concessão de crédito com desconto em folha de pagamento de servidores públicos.
Além disso, pagará R$ 100 milhões em contribuições pecuniárias, depois de tentar convencer o órgão antitruste nos últimos meses a manter a cláusula, e se comprometeu a desistir de todas as ações judiciais que ainda tramitam nos tribunais.
O próprio governo não deixou saída ao BB. Não só o Cade ameaçou aplicar uma multa ainda maior caso a instituição insistisse no que era classificado como "monopólio", como o Banco Central (BC), que regula o setor, proibiu novos contratos de crédito vinculados à exclusividade em janeiro do ano passado. A autoridade monetária, no entanto, não entrou na questão das concessões que já estavam em vigor. O Termo de Cessação de Conduta (TCC) com o Cade vale para os dois casos.
O recuo do BB pode significar também um baque para a instituição neste momento em que lidera um movimento de redução dos juros para o consumidor, seguindo uma determinação do Palácio do Planalto. Ao mesmo tempo que anunciam queda das taxas, numa tentativa de movimentar o mercado, os bancos oficiais são os que mais emprestam. Juntas, menos de dez instituições públicas detêm 46% do crédito geral. O restante é dividido por cerca de 90 bancos, de acordo com dados do BC.
Perdas. Ainda que consiga se manter em algumas praças, o BB tende a perder mercado, justamente em um dos segmentos mais importantes para a manutenção da taxa de calote abaixo da do setor. Até agora, havia preocupação de analistas com o aumento da inadimplência causada por ampliação de crédito com menos critérios e exigências. O argumento do governo é o de que as instituições oficiais sofrem menos por conta do perfil dos empréstimos. Enquanto a Caixa tem grossa fatia de mercado de financiamento imobiliário, o BB é líder no setor de crédito consignado, os mais honrados pelos tomadores.
FONTE: O Estado de S. Paulo