Análise: Com ciclo de juros baixos perto do fim, inflação deve seguir alta, e o PIB, dobrar

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A última reunião do Copom sinalizou que o ciclo de baixa da taxa Selic deve ter chegado ao fim. Essa percepção foi confirmada no último relatório de inflação do Banco Central, de setembro, que, ao avaliar o cenário de riscos, mudou qualitativamente a sua classificação. Antes, o BC dizia que, apesar da trajetória de alta da inflação, o cenário principal da economia era "favorável" (podendo convergir para o centro da meta, de 4,5%) e agora passou para "neutro" (admitindo que o IPCA não cairá no curto prazo). As autoridades passaram a trabalhar, implicitamente, com a mesma visão dos especialistas, de que as reduções da taxa básica terminaram e que na reunião do Copom, nesta semana, será mantida em 7,5% ao ano. Utilizando o conceito de "taxa neutra de juros", que seria uma taxa resultante da expectativa de juros descontada da expectativa de inflação para os próximos 12 meses, pode-se fazer algumas conjecturas sobre o que esperar da economia brasileira. Nos últimos anos, essa taxa neutra recuou em velocidade mais rápida do que a taxa de juros real. Quando isso acontece, há uma pressão de consumo na sociedade, ante o baixo rendimento das aplicações financeiras e o PIB tímido. Por isso, não é possível estimular mais a demanda por reduções de juros e desonerações tributárias. Para reequilibrar esse cenário, é razoável esperar que o governo aumente a Selic a partir do 2º trimestre de 2013, em altas de 0,5 ponto, podendo fazer até quatro aumentos e levando a taxa, no 2º semestre, para até 9,5% ao ano. A realidade é que o consumo aquecido, turbinado por juros menores, crédito farto, aumento de renda e desemprego baixo, não teve contrapartida. No outro prato da balança, o investimento ficou aquém das expectativas, assim como a produção industrial. No quadro da inflação, que deve fechar o ano próxima de 5,7%, ainda pesou o aumento dos alimentos, devido à elevação dos preços das commodities agrícolas, razão não recorrente, que não deve se repetir em 2013. Entretanto, jogam pressão na inflação a disparada dos preços dos serviços e os preços administrados, que já projetam aumento de 2,5 pontos no indicador. Espera-se que o IPI de automóveis e linha branca seja renovado, sob a condição, em caso de reversão, de somar mais 0,5 ponto na inflação de 2013. Ainda, assim, espera-se um ano de 2013 melhor, com inflação ainda alta, acima do centro da meta, mas com um PIB maior, o dobro de 2012.

A última reunião do Copom sinalizou que o ciclo de baixa da taxa Selic deve ter chegado ao fim. Essa percepção foi confirmada no último relatório de inflação do Banco Central, de setembro, que, ao avaliar o cenário de riscos, mudou qualitativamente a sua classificação.

Antes, o BC dizia que, apesar da trajetória de alta da inflação, o cenário principal da economia era "favorável" (podendo convergir para o centro da meta, de 4,5%) e agora passou para "neutro" (admitindo que o IPCA não cairá no curto prazo).

As autoridades passaram a trabalhar, implicitamente, com a mesma visão dos especialistas, de que as reduções da taxa básica terminaram e que na reunião do Copom, nesta semana, será mantida em 7,5% ao ano.

Utilizando o conceito de "taxa neutra de juros", que seria uma taxa resultante da expectativa de juros descontada da expectativa de inflação para os próximos 12 meses, pode-se fazer algumas conjecturas sobre o que esperar da economia brasileira.

Nos últimos anos, essa taxa neutra recuou em velocidade mais rápida do que a taxa de juros real. Quando isso acontece, há uma pressão de consumo na sociedade, ante o baixo rendimento das aplicações financeiras e o PIB tímido. Por isso, não é possível estimular mais a demanda por reduções de juros e desonerações tributárias.

Para reequilibrar esse cenário, é razoável esperar que o governo aumente a Selic a partir do 2º trimestre de 2013, em altas de 0,5 ponto, podendo fazer até quatro aumentos e levando a taxa, no 2º semestre, para até 9,5% ao ano.

A realidade é que o consumo aquecido, turbinado por juros menores, crédito farto, aumento de renda e desemprego baixo, não teve contrapartida. No outro prato da balança, o investimento ficou aquém das expectativas, assim como a produção industrial. No quadro da inflação, que deve fechar o ano próxima de 5,7%, ainda pesou o aumento dos alimentos, devido à elevação dos preços das commodities agrícolas, razão não recorrente, que não deve se repetir em 2013.

Entretanto, jogam pressão na inflação a disparada dos preços dos serviços e os preços administrados, que já projetam aumento de 2,5 pontos no indicador. Espera-se que o IPI de automóveis e linha branca seja renovado, sob a condição, em caso de reversão, de somar mais 0,5 ponto na inflação de 2013.

Ainda, assim, espera-se um ano de 2013 melhor, com inflação ainda alta, acima do centro da meta, mas com um PIB maior, o dobro de 2012.

FONTE: Folha.com

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