Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) recuaram ontem influenciados pelo pacote do governo para o setor de energia, em especial por causa do corte de custos no setor. O contrato com vencimento em janeiro de 2014 (DI janeiro/2014) cedeu de 7,81% para 7,79% e o DI janeiro de 2017 caiu de 9,13% para 9,12%. O Bank of America Merrill Lynch calculou em 0,56 ponto percentual o impacto que as reduções até agora anunciadas podem ter no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013. Como a energia elétrica mais barata começa a ser praticada ano que vem, os economistas dizem que o pacote tem mais influência sobre as projeções de juros para 2013 que para este ano. Na BM&F, ainda predominam as apostas de que o Banco Central vai cortar a Selic mais uma vez, de 7,5% para 7,25%, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 9 e 10 de outubro. Tanto que o contrato com vencimento em janeiro de 2013 - que melhor sinaliza as apostas para o atual ciclo de afrouxamento monetário - encerrou o dia estável, a 7,30%. Um pouco acima dos 7,25% esperados pela maioria porque há um grupo que acredita na manutenção da Selic nos atuais 7,5%. Mas para 2013 ganhou corpo a tese de que o Banco Central vai atravessar o ano com os juros nominais estáveis - sejam eles 7,5% ou 7,25%. Os analistas lembram que a presidente Dilma Rousseff sinalizou que os cortes no preço da energia podem ser maiores. O Bank of America Merrill Lynch aponta que a desoneração do insumo é importante porque o ambiente externo está deixando de ser benigno para a inflação. Para os estrategistas Claudio Irigoyen e Ezequiel Aguirre, as ações que vão ser tomadas pelos bancos centrais na zona do euro e nos Estados Unidos vão ampliar a liquidez no mundo, com impactos sobre as cotações de commodities. O estrategista da Nomura Securities, Aloisio Teles, aponta que a manutenção de juros baixos é uma decisão política do atual governo. E pondera que o corte dos preços da energia assim como a desoneração de produtos duráveis mostram que a presidente Dilma vai optar por outros instrumentos de política econômica antes de elevar juros caso haja um repique inflacionário em 2013 provocado pela retomada da dinâmica doméstica. No mercado de câmbio, o renovado otimismo do mercado com uma possível nova rodada de estímulo econômico patrocinada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) levou o dólar ontem à quarta queda seguida, e à menor cotação em mais de três semanas no Brasil. A moeda americana caiu 0,35%, para R$ 2,016, menor cotação desde 20 de agosto e mínima do dia. No fim da manhã, quando o dólar estava nesse patamar e tendendo a cair mais, o BC consultou mesas de operação sobre o apetite por contratos de swap cambial reverso - que têm o mesmo efeito de compra futura. O mercado entendeu o recado e o dólar inverteu mão, registrando leve alta, para depois voltar à mínima no fechamento, mantendo-se na faixa entre R$ 2 e R$ 2,05. "O dólar não caiu tanto aqui porque o BC mostrou seu porrete", disse o gestor Sérgio Machado, da Vitória Asset, sobre a consulta sobre swaps reversos da autoridade monetária. Segundo ele, por conta das ações do BC contendo a cotação entre R$ 2 e R$ 2,05, a volatilidade no mercado de câmbio passou a ser "ridícula". "Chamar o que estamos vendo o BC fazer de "banda informal" é um exercício de retórica."
Os contratos de juros negociados na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) recuaram ontem influenciados pelo pacote do governo para o setor de energia, em especial por causa do corte de custos no setor. O contrato com vencimento em janeiro de 2014 (DI janeiro/2014) cedeu de 7,81% para 7,79% e o DI janeiro de 2017 caiu de 9,13% para 9,12%.
O Bank of America Merrill Lynch calculou em 0,56 ponto percentual o impacto que as reduções até agora anunciadas podem ter no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013. Como a energia elétrica mais barata começa a ser praticada ano que vem, os economistas dizem que o pacote tem mais influência sobre as projeções de juros para 2013 que para este ano.
Na BM&F, ainda predominam as apostas de que o Banco Central vai cortar a Selic mais uma vez, de 7,5% para 7,25%, no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 9 e 10 de outubro.
Tanto que o contrato com vencimento em janeiro de 2013 - que melhor sinaliza as apostas para o atual ciclo de afrouxamento monetário - encerrou o dia estável, a 7,30%. Um pouco acima dos 7,25% esperados pela maioria porque há um grupo que acredita na manutenção da Selic nos atuais 7,5%.
Mas para 2013 ganhou corpo a tese de que o Banco Central vai atravessar o ano com os juros nominais estáveis - sejam eles 7,5% ou 7,25%. Os analistas lembram que a presidente Dilma Rousseff sinalizou que os cortes no preço da energia podem ser maiores.
O Bank of America Merrill Lynch aponta que a desoneração do insumo é importante porque o ambiente externo está deixando de ser benigno para a inflação. Para os estrategistas Claudio Irigoyen e Ezequiel Aguirre, as ações que vão ser tomadas pelos bancos centrais na zona do euro e nos Estados Unidos vão ampliar a liquidez no mundo, com impactos sobre as cotações de commodities.
O estrategista da Nomura Securities, Aloisio Teles, aponta que a manutenção de juros baixos é uma decisão política do atual governo. E pondera que o corte dos preços da energia assim como a desoneração de produtos duráveis mostram que a presidente Dilma vai optar por outros instrumentos de política econômica antes de elevar juros caso haja um repique inflacionário em 2013 provocado pela retomada da dinâmica doméstica.
No mercado de câmbio, o renovado otimismo do mercado com uma possível nova rodada de estímulo econômico patrocinada pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) levou o dólar ontem à quarta queda seguida, e à menor cotação em mais de três semanas no Brasil. A moeda americana caiu 0,35%, para R$ 2,016, menor cotação desde 20 de agosto e mínima do dia.
No fim da manhã, quando o dólar estava nesse patamar e tendendo a cair mais, o BC consultou mesas de operação sobre o apetite por contratos de swap cambial reverso - que têm o mesmo efeito de compra futura. O mercado entendeu o recado e o dólar inverteu mão, registrando leve alta, para depois voltar à mínima no fechamento, mantendo-se na faixa entre R$ 2 e R$ 2,05.
"O dólar não caiu tanto aqui porque o BC mostrou seu porrete", disse o gestor Sérgio Machado, da Vitória Asset, sobre a consulta sobre swaps reversos da autoridade monetária. Segundo ele, por conta das ações do BC contendo a cotação entre R$ 2 e R$ 2,05, a volatilidade no mercado de câmbio passou a ser "ridícula". "Chamar o que estamos vendo o BC fazer de "banda informal" é um exercício de retórica."
FONTE: Valor Econômico