Empresários reinvindicam a prorrogação do incentivo, que acaba dia 31, se possível, até o fim do ano A quatro dias de acabar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros, móveis e eletrodomésticos de linha branca - o prazo se encerra em 31 de agosto -, empresários dos setores beneficiados pediram ontem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que prorrogue os incentivos, se possível até o fim do ano, alegando que as vendas ainda estão longe do ideal. Eles também requisitaram a ampliação da lista de materiais de construção isentos, segmento livre do encargo até o fim de dezembro. O discurso do empresariado ampara-se em estatísticas próprias que indicam o aumento das vendas e a diminuição dos estoques nas fábricas durante o período em que as isenções estiveram em vigor. Pedidos como esse têm sido uma constante e tendem a se proliferar esta semana. Hoje, será a vez de o Mantega ouvir os pleitos de outros dois setores: máquinas e capital e automobilístico, que pede, além da extensão do IPI, a desoneração da folha de pagamentos e a flexibilização de exigências que serão cobradas das montadoras no novo regime automotivo, previsto para entrar em vigor em janeiro de 2013. Como contrapartida, o Executivo exige que os segmentos beneficiados mantenham os empregos em alta e reduzam os preços dos produtos para o consumidor final, pontos ainda sob desconfiança da equipe econômica. Internamente, há uma preocupação do governo de que setores estejam usando os benefícios para fazer caixa, o que é rechaçado pelos empresários. Boa impressão Nas conversas conduzidas por Mantega e pelo secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, representantes da indústria e do varejo garantiram o cumprimento das promessas feitas, como a manutenção dos empregos. Bastante cobrado, Lourival Kiçula, que preside a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), acredita ter causado uma boa impressão com os dados apresentados ao ministro. "Acredito que ele está convencido (de que as promessas foram cumpridas), mas isso tem que ser perguntado para ele", disse. Além dele, participaram da reunião de ontem cerca de 15 empresários. A fim de mostrar que o bom desempenho das vendas está ligado às desonerações, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) disse que, no primeiro semestre de 2012, as vendas da chamada linha branca aumentaram 8,6%. O segmento conta com o IPI menor desde maio. Mas, mesmo com esse bom resultado, as vendas gerais de eletros e eletrônicos despencou em 2012. "Quando você soma tudo, inclusive a linha branca, o setor caiu mais de 10% no primeiro semestre", afirmou o presidente da Abinne, Humberto Barbato, que está otimista por mais uma renovação da isenção pelo governo. "Eu acredito que vai sair", apostou. Mais 50 artigos A lista de itens desonerados no setor de materiais de construção chega hoje a 46. Os representantes do segmento querem, além da expansão do número de produtos, que as isenções se prorroguem para 2013. A expectativa, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, é que outros 50 artigos sejam beneficiados pela redução do IPI.
Empresários reinvindicam a prorrogação do incentivo, que acaba dia 31, se possível, até o fim do ano
A quatro dias de acabar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros, móveis e eletrodomésticos de linha branca — o prazo se encerra em 31 de agosto —, empresários dos setores beneficiados pediram ontem ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que prorrogue os incentivos, se possível até o fim do ano, alegando que as vendas ainda estão longe do ideal. Eles também requisitaram a ampliação da lista de materiais de construção isentos, segmento livre do encargo até o fim de dezembro.
O discurso do empresariado ampara-se em estatísticas próprias que indicam o aumento das vendas e a diminuição dos estoques nas fábricas durante o período em que as isenções estiveram em vigor. Pedidos como esse têm sido uma constante e tendem a se proliferar esta semana. Hoje, será a vez de o Mantega ouvir os pleitos de outros dois setores: máquinas e capital e automobilístico, que pede, além da extensão do IPI, a desoneração da folha de pagamentos e a flexibilização de exigências que serão cobradas das montadoras no novo regime automotivo, previsto para entrar em vigor em janeiro de 2013.
Como contrapartida, o Executivo exige que os segmentos beneficiados mantenham os empregos em alta e reduzam os preços dos produtos para o consumidor final, pontos ainda sob desconfiança da equipe econômica. Internamente, há uma preocupação do governo de que setores estejam usando os benefícios para fazer caixa, o que é rechaçado pelos empresários.
Boa impressão
Nas conversas conduzidas por Mantega e pelo secretário executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, representantes da indústria e do varejo garantiram o cumprimento das promessas feitas, como a manutenção dos empregos. Bastante cobrado, Lourival Kiçula, que preside a Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), acredita ter causado uma boa impressão com os dados apresentados ao ministro. "Acredito que ele está convencido (de que as promessas foram cumpridas), mas isso tem que ser perguntado para ele", disse. Além dele, participaram da reunião de ontem cerca de 15 empresários.
A fim de mostrar que o bom desempenho das vendas está ligado às desonerações, a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) disse que, no primeiro semestre de 2012, as vendas da chamada linha branca aumentaram 8,6%. O segmento conta com o IPI menor desde maio. Mas, mesmo com esse bom resultado, as vendas gerais de eletros e eletrônicos despencou em 2012. "Quando você soma tudo, inclusive a linha branca, o setor caiu mais de 10% no primeiro semestre", afirmou o presidente da Abinne, Humberto Barbato, que está otimista por mais uma renovação da isenção pelo governo. "Eu acredito que vai sair", apostou.
Mais 50 artigos
A lista de itens desonerados no setor de materiais de construção chega hoje a 46. Os representantes do segmento querem, além da expansão do número de produtos, que as isenções se prorroguem para 2013. A expectativa, segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, é que outros 50 artigos sejam beneficiados pela redução do IPI.
FONTE: Correio Braziliense