O mercado de câmbio completou mais uma semana de marasmo. O dólar comercial oscilou somente R$ 0,012 entre máximas e mínimas de fechamento, até encerar o período negociado a R$ 2,015, queda de 0,20% na sexta, e breve alta semanal de 0,05%. Na visão de um tesoureiro, o mercado de câmbio "acabou". As atuações do Banco Central (BC) e do Ministério da Fazenda derrubaram a volatilidade e desataram as correlações do câmbio local com moedas emergentes, commodities e outros ativos de risco. De fato, a volatilidade - calculada aqui como desvio padrão - neste começo de agosto está em 5,6%, bem abaixo da volatilidade histórica do mercado (calculada desde janeiro de 1998), que é de 17%. Em igual período de agosto do ano passado, a volatilidade era de 12,3%. E agora em 2012 a volatilidade é de 12%. Outra reclamação nas mesas é sobre o volume de negócios. A média diária movimentada no interbancário em agosto, até o dia 16, é de US$ 1,395 bilhão, montante 17,6% menor que o registrado em igual período do ano passado. No ano, a média diária é de US$ 1,794 bilhão, 18% menor que a observada em igual período de 2011. O raciocínio entre economistas e operadores continua o mesmo. A relação risco/retorno não se mostra atrativa a compra ou venda de moeda. Na ponta de venda, o investidor já sai "perdendo" 1%, referente ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre derivativos, além do risco de o BC realmente retomar as compras se o dólar perder a linha de R$ 2,0. A posição comprada tem um custo de carregamento e parece não se encaixar no atual momento de alta nas bolsas de valores e commodities, sem falar na constante possibilidade de injeção de liquidez pelos principais BCs do mundo. Os dados da economia brasileira divulgados na semana passada superaram projeções, mas ainda não justificam alterações na tendência de longo prazo para preços de ativos, seja no câmbio, na bolsa ou nos juros. Essa percepção foi determinante inclusive para corrigir parte da alta dos juros verificada na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F). Na sexta-feira, o mercado de juros devolveu parte da forte alta registrada na quinta-feira, em dia marcado pelo índice de atividade do BC e por declarações otimistas da presidente Dilma Rousseff, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Alexandre Tombini (BC). "Nem tanto ao céu, nem tanto à terra", afirma Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Para ele, é preciso monitorar o desempenho dos indicadores após o fim das desonerações tributárias para produtores de bens de consumo. Leal pondera que o BC interromperá o afrouxamento monetário no próximo encontro do Comitê de Política Monetária, este mês, após cortar a Selic de 8% para 7,5%. "Meio ponto para cima ou meio ponto para baixo [na taxa Selic] não vai fazer diferença", avalia o sócio-diretor da Título Corretora, Marcio Cardoso. Para ele, a taxa de juros está em patamares baixos, que favorecem o mercado de renda variável. Cardoso não enxerga espaço para altas de juros na curva a termo. "A inflação pode preocupar, mas mais para 2013. O foco agora é crescimento", diz.
O mercado de câmbio completou mais uma semana de marasmo. O dólar comercial oscilou somente R$ 0,012 entre máximas e mínimas de fechamento, até encerar o período negociado a R$ 2,015, queda de 0,20% na sexta, e breve alta semanal de 0,05%.
Na visão de um tesoureiro, o mercado de câmbio "acabou". As atuações do Banco Central (BC) e do Ministério da Fazenda derrubaram a volatilidade e desataram as correlações do câmbio local com moedas emergentes, commodities e outros ativos de risco.
De fato, a volatilidade - calculada aqui como desvio padrão - neste começo de agosto está em 5,6%, bem abaixo da volatilidade histórica do mercado (calculada desde janeiro de 1998), que é de 17%. Em igual período de agosto do ano passado, a volatilidade era de 12,3%. E agora em 2012 a volatilidade é de 12%.
Outra reclamação nas mesas é sobre o volume de negócios. A média diária movimentada no interbancário em agosto, até o dia 16, é de US$ 1,395 bilhão, montante 17,6% menor que o registrado em igual período do ano passado. No ano, a média diária é de US$ 1,794 bilhão, 18% menor que a observada em igual período de 2011.
O raciocínio entre economistas e operadores continua o mesmo. A relação risco/retorno não se mostra atrativa a compra ou venda de moeda. Na ponta de venda, o investidor já sai "perdendo" 1%, referente ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre derivativos, além do risco de o BC realmente retomar as compras se o dólar perder a linha de R$ 2,0.
A posição comprada tem um custo de carregamento e parece não se encaixar no atual momento de alta nas bolsas de valores e commodities, sem falar na constante possibilidade de injeção de liquidez pelos principais BCs do mundo.
Os dados da economia brasileira divulgados na semana passada superaram projeções, mas ainda não justificam alterações na tendência de longo prazo para preços de ativos, seja no câmbio, na bolsa ou nos juros. Essa percepção foi determinante inclusive para corrigir parte da alta dos juros verificada na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).
Na sexta-feira, o mercado de juros devolveu parte da forte alta registrada na quinta-feira, em dia marcado pelo índice de atividade do BC e por declarações otimistas da presidente Dilma Rousseff, do ministro da Fazenda, Guido Mantega, e de Alexandre Tombini (BC).
"Nem tanto ao céu, nem tanto à terra", afirma Luís Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Para ele, é preciso monitorar o desempenho dos indicadores após o fim das desonerações tributárias para produtores de bens de consumo. Leal pondera que o BC interromperá o afrouxamento monetário no próximo encontro do Comitê de Política Monetária, este mês, após cortar a Selic de 8% para 7,5%.
"Meio ponto para cima ou meio ponto para baixo [na taxa Selic] não vai fazer diferença", avalia o sócio-diretor da Título Corretora, Marcio Cardoso. Para ele, a taxa de juros está em patamares baixos, que favorecem o mercado de renda variável. Cardoso não enxerga espaço para altas de juros na curva a termo. "A inflação pode preocupar, mas mais para 2013. O foco agora é crescimento", diz.
FONTE: Valor Econômico