Os Correios planejam dar um passo importante em 2013 em sua aposta para diversificar a atuação no mercado brasileiro. De olho na tendência mundial de expansão do segmento de telefonia móvel, a estatal prepara para assinar, nos próximos dias, o contrato com uma consultoria especializada que vai estruturar o plano de negócio para dar início à venda de celulares na condição de operadora "virtual". Essa modalidade, conhecida no exterior pela sigla MVNO, possibilitará a comercialização de planos de serviços e aparelhos associados à marca Correios. Mesmo que não seja dona de redes de telecomunicações, a empresa será capaz de estrear no novo segmento, tendo como principal vantagem a forte presença no interior do país com sua rede de agências e das novas facilidades da tecnologia móvel para agregar valor aos serviços tradicionais. A previsão é de lançamento das vendas de chips de celular no segundo semestre do próximo ano, embora o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, dê declarações sobre a entrada da estatal no mercado de celulares desde o início do governo Dilma. A busca de novas receitas se tornou importante para os Correios, desde o instante em que o avanço das novas tecnologias de comunicação começou a sacudir a dinâmica dos serviços postais. Parte do potencial proporcionado por sua rede de agências já foi aproveitado com o Banco Postal. Até o fim de 2012, a estatal contará com uma representação em cada município brasileiro. A parceria com bancos tradicionais -- neste momento com o Banco do Brasil - tem dado resultado. No interior do país, isso ocorre pela ausência de agências bancárias e nas regiões metropolitanas, pelos procedimentos burocráticos que inibem a abertura de contas. Diante da visão estratégica lançada sobre o setor de telefonia, chegou a vez de procurar parcerias com as operadoras de celular. "Identificamos uma oportunidade de alavancar o potencial de negócios da nossa rede de atendimento e distribuição", disse ao Valor o vice-presidente de tecnologia e infraestrutura dos Correios, Antonio Luiz Fuschino. Os Correios avaliarão as facilidades que poderão oferecer aos clientes por meio dos serviços móveis. Além de atender ao usuário comum, que habilitará o aparelho para uso pessoal, a estatal poderá suprir a necessidade de clientes corporativos e da própria rotina operacional. A tecnologia permite, por exemplo, o acompanhamento em tempo real do estágio de entrega das cartas e das encomendas, inclusive com avisos por mensagem instantânea. Outra possibilidade é o uso dos dispositivos pelos Correios para monitorar a circulação da frota de caminhões. A estratégia depende da escolha de uma das duas modalidades de operadora virtual, ambas previstas nos regulamentos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A primeira opção é pela rede virtual "credenciada", em que a empresa atua basicamente com a marca na comercialização de aparelhos e planos de serviço pós ou pré-pagos, o que inclui a venda de créditos para ligações. Na segunda possibilidade, a operadora virtual se torna uma "autorizada", que faz uma espécie de contrato de aluguel das redes e assume boa parte das responsabilidades regulatórias de uma operadora convencional, como Vivo, TIM, Claro e Oi. "Se formos uma "autorizada", vamos investir no desenvolvimento e oferta de soluções de maior valor agregado, tanto para o usuário do varejo quanto para clientes corporativos, o que pode envolver soluções para o rastreamento de objetos, a emissão de telegrama e tantas outras facilidades que guardam sinergia com nossos serviços", disse Fuschino. Ele considera que, nesta linha de atuação, os Correios também terão condições de afinar o uso das facilidades da tecnologia móvel às atividades desempenhadas nas ruas pelos carteiros, nas agências e nos centros operacionais. Por outro lado, o diretor dos Correios considera que o modelo de operadora credenciada seja caracterizado por uma atuação "mais leve". Na hipótese de escolha dessa modalidade, a companhia não precisaria manter centrais de atendimento aos clientes ou responder à Anatel por falhas na rede de comunicação. Ainda que os Correios, ao fazer a opção pela operadora credenciada, possam ter sua atuação limitada no mercado de celular, Fuschino acredita que a difusão dos serviços da estatal pelo país vai pesar na negociação com a prestadora que poderá ser escolhida para fechar a parceria. "Sabemos que a dimensão e a qualidade da nossa rede de distribuição pode fazer muita diferença para a operadora", disse. O trabalho de consultoria servirá, justamente, para avaliar os prós e os contras de cada uma das modalidades de operadora virtual. Os técnicos da estatal estão de olho em experiências dos correios europeus, incluindo o italiano, o português, o francês e o alemão. Sem dar pistas sobre a decisão que será tomada, Fuschino disse que o modelo italiano se aproxima mais do que é chamado no Brasil de operadora autorizada, enquanto a configuração de operadora virtual em Portugal está em uma posição intermediária entre as duas modalidades brasileiras.
Os Correios planejam dar um passo importante em 2013 em sua aposta para diversificar a atuação no mercado brasileiro. De olho na tendência mundial de expansão do segmento de telefonia móvel, a estatal prepara para assinar, nos próximos dias, o contrato com uma consultoria especializada que vai estruturar o plano de negócio para dar início à venda de celulares na condição de operadora "virtual".
Essa modalidade, conhecida no exterior pela sigla MVNO, possibilitará a comercialização de planos de serviços e aparelhos associados à marca Correios. Mesmo que não seja dona de redes de telecomunicações, a empresa será capaz de estrear no novo segmento, tendo como principal vantagem a forte presença no interior do país com sua rede de agências e das novas facilidades da tecnologia móvel para agregar valor aos serviços tradicionais.
A previsão é de lançamento das vendas de chips de celular no segundo semestre do próximo ano, embora o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, dê declarações sobre a entrada da estatal no mercado de celulares desde o início do governo Dilma. A busca de novas receitas se tornou importante para os Correios, desde o instante em que o avanço das novas tecnologias de comunicação começou a sacudir a dinâmica dos serviços postais.
Parte do potencial proporcionado por sua rede de agências já foi aproveitado com o Banco Postal. Até o fim de 2012, a estatal contará com uma representação em cada município brasileiro. A parceria com bancos tradicionais -- neste momento com o Banco do Brasil - tem dado resultado. No interior do país, isso ocorre pela ausência de agências bancárias e nas regiões metropolitanas, pelos procedimentos burocráticos que inibem a abertura de contas.
Diante da visão estratégica lançada sobre o setor de telefonia, chegou a vez de procurar parcerias com as operadoras de celular. "Identificamos uma oportunidade de alavancar o potencial de negócios da nossa rede de atendimento e distribuição", disse ao Valor o vice-presidente de tecnologia e infraestrutura dos Correios, Antonio Luiz Fuschino.
Os Correios avaliarão as facilidades que poderão oferecer aos clientes por meio dos serviços móveis. Além de atender ao usuário comum, que habilitará o aparelho para uso pessoal, a estatal poderá suprir a necessidade de clientes corporativos e da própria rotina operacional. A tecnologia permite, por exemplo, o acompanhamento em tempo real do estágio de entrega das cartas e das encomendas, inclusive com avisos por mensagem instantânea. Outra possibilidade é o uso dos dispositivos pelos Correios para monitorar a circulação da frota de caminhões.
A estratégia depende da escolha de uma das duas modalidades de operadora virtual, ambas previstas nos regulamentos da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A primeira opção é pela rede virtual "credenciada", em que a empresa atua basicamente com a marca na comercialização de aparelhos e planos de serviço pós ou pré-pagos, o que inclui a venda de créditos para ligações. Na segunda possibilidade, a operadora virtual se torna uma "autorizada", que faz uma espécie de contrato de aluguel das redes e assume boa parte das responsabilidades regulatórias de uma operadora convencional, como Vivo, TIM, Claro e Oi.
"Se formos uma "autorizada", vamos investir no desenvolvimento e oferta de soluções de maior valor agregado, tanto para o usuário do varejo quanto para clientes corporativos, o que pode envolver soluções para o rastreamento de objetos, a emissão de telegrama e tantas outras facilidades que guardam sinergia com nossos serviços", disse Fuschino. Ele considera que, nesta linha de atuação, os Correios também terão condições de afinar o uso das facilidades da tecnologia móvel às atividades desempenhadas nas ruas pelos carteiros, nas agências e nos centros operacionais.
Por outro lado, o diretor dos Correios considera que o modelo de operadora credenciada seja caracterizado por uma atuação "mais leve". Na hipótese de escolha dessa modalidade, a companhia não precisaria manter centrais de atendimento aos clientes ou responder à Anatel por falhas na rede de comunicação.
Ainda que os Correios, ao fazer a opção pela operadora credenciada, possam ter sua atuação limitada no mercado de celular, Fuschino acredita que a difusão dos serviços da estatal pelo país vai pesar na negociação com a prestadora que poderá ser escolhida para fechar a parceria. "Sabemos que a dimensão e a qualidade da nossa rede de distribuição pode fazer muita diferença para a operadora", disse.
O trabalho de consultoria servirá, justamente, para avaliar os prós e os contras de cada uma das modalidades de operadora virtual. Os técnicos da estatal estão de olho em experiências dos correios europeus, incluindo o italiano, o português, o francês e o alemão. Sem dar pistas sobre a decisão que será tomada, Fuschino disse que o modelo italiano se aproxima mais do que é chamado no Brasil de operadora autorizada, enquanto a configuração de operadora virtual em Portugal está em uma posição intermediária entre as duas modalidades brasileiras.
FONTE: Valor Econômico