Bancos mudam estratégia em tesouraria para ter ganhos

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SÃO PAULO - Com a tendência de queda da taxa básica de juros (Selic), que pode chegar a 7,25% no final do ano, os bancos observam uma queda na rentabilidade dos investimentos, que correspondem aos ganhos da área de tesouraria. A explicação, segundo especialistas, está na antiga estratégia de focar nos títulos públicos, com menor risco e ganhos de acordo com a Selic. Mas o que já é percebido é uma diversificação das aplicações para manter os ganhos, com foco em títulos privados e operações estratégicas, como o hedge. O vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do BANCO DO BRASIL, Ivan Monteiro, confirmou, durante a divulgação do balanço, que ocorre uma diversificação da área de tesouraria. "Para cada porta fechada, abre outra, como o mercado de capitais." Monteiro acrescentou, inclusive, que a função da área de tesouraria mudou. "Não é mais o que era antes. Hoje a tesouraria origina funding [recursos financeiros] para o descasamento das operações de crédito, não é mais o centro do negócio." Segundo consolidado da agência de classificação de risco Austin Rating, o resultado do BANCO DO BRASIL com títulos, valores mobiliários e derivativos foi de R$ 14,283 bilhões, alta de 21,1% contra o mesmo período de 2011. Na soma, o total de recursos aplicados chegou a R$ 167,536 bilhões, alta de 8,3% no período. No caso do Itaú Unibanco, os ganhos com a área de tesouraria cresceram 23,9%, para R$ 13,255 bilhões. Já o total aplicado foi de R$ 163,563 bilhões. O Bradesco obteve desempenho semelhante até junho de 2012, com alta de 22,7% nos resultados, de R$ 11,301 bilhões para R$ 13,872 bilhões. Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, disse, durante a divulgação do balanço, que a justificativa para o bom resultado está em novas aplicações. "Operamos de acordo com a volatilidade do mercado. Tivemos R$ 500 milhões com arbitragem [hedge] na tesouraria. Normalmente fica em R$ 200 milhões, então tivemos um bom resultado com a arbitragem." O total em aplicações até junho deste ano chegou a R$ 322,507 bilhões, ante R$ 231,425 bilhões do ano passado. A queda no resultado, de acordo com a Austin Rating, pôde ser observada no Santander, de 25,8%, ao passar de R$ 6,266 bilhões em junho de 2011 para R$ 4,651 bilhões em 2012. O saldo dos investimentos também recuou, em 33,4%, de R$ 104,642 bilhões para R$ 69,712 bilhões. Para João Augusto Salles, economista da consultoria Lopes Filho & Associados, a mudança do foco dos investimentos já é percebida. "Pelo o que a gente enxerga nos bancos grandes é que tem diminuído em títulos públicos e aumentado em títulos privados, mais rentáveis. Seguem FIDCs [Fundos de Investimento em Direitos Creditórios], CDBs [Certificado de Depósito Bancário] e debêntures de outros bancos. Mas o risco é maio." Salles menciona, por exemplo, o que já ocorre entre as seguradoras, onde a receita financeira garante o pagamento das despesas, mas o cenário mudou. "A Porto Seguro precificou lá na frente com um pré-fixado e ganhou com a baixa da Selic. Já a SulAmérica ficou no pós-fixado e teve ganho menor." O economista diz que a estratégia é complexa das instituições financeiras, pois pode haver mudanças a cada momento, mas que a diversificação com foco em maior risco, para manter a rentabilidade, é a tendência verificada. "Em linhas gerais pode ter diminuição da tesouraria na participação do resultado, mas compensa com outras áreas, como crédito", conclui Salles.

SÃO PAULO - Com a tendência de queda da taxa básica de juros (Selic), que pode chegar a 7,25% no final do ano, os bancos observam uma queda na rentabilidade dos investimentos, que correspondem aos ganhos da área de tesouraria. A explicação, segundo especialistas, está na antiga estratégia de focar nos títulos públicos, com menor risco e ganhos de acordo com a Selic. Mas o que já é percebido é uma diversificação das aplicações para manter os ganhos, com foco em títulos privados e operações estratégicas, como o hedge.
O vice-presidente de gestão financeira e de relações com investidores do BANCO DO BRASIL, Ivan Monteiro, confirmou, durante a divulgação do balanço, que ocorre uma diversificação da área de tesouraria. "Para cada porta fechada, abre outra, como o mercado de capitais."

Monteiro acrescentou, inclusive, que a função da área de tesouraria mudou. "Não é mais o que era antes. Hoje a tesouraria origina funding [recursos financeiros] para o descasamento das operações de crédito, não é mais o centro do negócio."

Segundo consolidado da agência de classificação de risco Austin Rating, o resultado do BANCO DO BRASIL com títulos, valores mobiliários e derivativos foi de R$ 14,283 bilhões, alta de 21,1% contra o mesmo período de 2011. Na soma, o total de recursos aplicados chegou a R$ 167,536 bilhões, alta de 8,3% no período.

No caso do Itaú Unibanco, os ganhos com a área de tesouraria cresceram 23,9%, para R$ 13,255 bilhões. Já o total aplicado foi de R$ 163,563 bilhões.

O Bradesco obteve desempenho semelhante até junho de 2012, com alta de 22,7% nos resultados, de R$ 11,301 bilhões para R$ 13,872 bilhões. Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Bradesco, disse, durante a divulgação do balanço, que a justificativa para o bom resultado está em novas aplicações. "Operamos de acordo com a volatilidade do mercado. Tivemos R$ 500 milhões com arbitragem [hedge] na tesouraria. Normalmente fica em R$ 200 milhões, então tivemos um bom resultado com a arbitragem." O total em aplicações até junho deste ano chegou a R$ 322,507 bilhões, ante R$ 231,425 bilhões do ano passado.

A queda no resultado, de acordo com a Austin Rating, pôde ser observada no Santander, de 25,8%, ao passar de R$ 6,266 bilhões em junho de 2011 para R$ 4,651 bilhões em 2012. O saldo dos investimentos também recuou, em 33,4%, de R$ 104,642 bilhões para R$ 69,712 bilhões.

Para João Augusto Salles, economista da consultoria Lopes Filho & Associados, a mudança do foco dos investimentos já é percebida. "Pelo o que a gente enxerga nos bancos grandes é que tem diminuído em títulos públicos e aumentado em títulos privados, mais rentáveis. Seguem FIDCs [Fundos de Investimento em Direitos Creditórios], CDBs [Certificado de Depósito Bancário] e debêntures de outros bancos. Mas o risco é maio."

Salles menciona, por exemplo, o que já ocorre entre as seguradoras, onde a receita financeira garante o pagamento das despesas, mas o cenário mudou. "A Porto Seguro precificou lá na frente com um pré-fixado e ganhou com a baixa da Selic. Já a SulAmérica ficou no pós-fixado e teve ganho menor."

O economista diz que a estratégia é complexa das instituições financeiras, pois pode haver mudanças a cada momento, mas que a diversificação com foco em maior risco, para manter a rentabilidade, é a tendência verificada. "Em linhas gerais pode ter diminuição da tesouraria na participação do resultado, mas compensa com outras áreas, como crédito", conclui Salles.

FONTE: DCI -SP

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