Inflação de julho vai a 0,43%

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Elevação do preço dos alimentos fez o IPCA alcançar 5,20% em 12 meses e se distanciar da meta oficial. Em Brasília, o índice superou a média Pressionada pelos preços dos alimentos, que subiram empurrados por problemas climáticos e pela quebra de safra norte-americana, a inflação deu um salto em julho. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,43%, cinco vezes mais do que os 0,08% registrados em junho, o que levou a taxa acumulada em 12 meses a pular de 4,92% para 5,20%, interrompendo a tendência de queda que vinha sendo observada desde setembro do ano passado. Com a alta, o indicador voltou a se distanciar da meta oficial de 4,5% estabelecida para o ano. De janeiro a julho, a variação ficou em 2,76%. No Distrito Federal, a carestia foi maior do que a média do país, alcançando 0,5% no mês passado e 5,4% na medida anual. O grande vilão do IPCA de julho foi o tomate, cujos preços avançaram 50,33%, em média, nas nove regiões metropolitanas - mais Goiânia e Brasília - onde o IBGE faz a pesquisa de preços. A greve dos caminhoneiros, que prejudicou o abastecimento, e o excesso de frio em Goiás, principal área produtora do país, foram os principais motivos da disparada. Itens como cenoura (+17,81%) e alho (+12,27%) também mostraram elevação acentuada. "Houve também alta de outros alimentos, caso do pão francês (+1,78%) e do óleo de soja (+1,02%). São produtos vinculados a commodities, que subiram em função da quebra de safra nos Estados Unidos", explicou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes. Com pressões de todos os lados, o grupo alimentos e bebidas cravou um avanço de 0,91% e, devido à importância que tem no orçamento das famílias, contribuiu com quase metade da inflação de julho. Juros Apesar do IPCA ter se desgarrado da meta oficial, técnicos do governo e analistas privados acreditam que a alta foi pontual e não deve se prolongar pelos próximos meses. Por causa disso, o mercado financeiro continua apostando que o Banco Central (BC) vai promover novas reduções da taxa básica de juros, a Selic, que já caiu 4,5 pontos percentuais desde agosto do ano passado e está hoje na mínima histórica de 8% ao ano. A última pesquisa semanal do BC entre instituições financeiras mostrou que a maioria delas acredita em mais dois cortes nos juros: um de 0,5 ponto percentual em agosto e outro de 0,25 em outubro. Para a economista-chefe da Corretora Icap, Inês Filipa, o salto da inflação em julho pode alterar apenas a avaliação de quem esperava uma redução maior, de 0,5 ponto na reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom). "Acredito que essa alta (nos preços dos alimentos) não vai se repetir de maneira forte nos próximos meses. Foi um choque de oferta, que não é uma tendência", disse ela. O economista Bruno Surano, da Votorantim Corretora faz avaliação semelhante. "Esse movimento de aceleração não altera ainda a política monetária, porque esses números mais altos começaram só agora e o resultado de julho foi o primeiro mais forte. As autoridades devem esperar agosto ou setembro para reavaliar a situação", afirmou. Ele aposta que os preços deverão começar a perder força a partir de meados de agosto. » Commodities disparam O Índice de Commodities Brasil (IC-Br) fechou julho com alta de 7,81%, informou ontem o Banco Central. Foi a maior elevação mensal desde dezembro de 2005, quando o índice subiu 8,23%. Em junho, o índice havia recuado 1,41%. No acumulado do ano até julho, o avanço é de 8,71% e, em 12 meses, de 12,27%. Segundo o BC, o indicador de julho foi pressionado, sobretudo, pelas commodities do segmento agropecuário - como carne, soja, trigo e milho -, que tiveram alta de 10,37%. Também subiram de forma expressiva produtos da área de energia, como petróleo, gás natural e carvão. Custo de vida nas capitais (em %) Em julho No ano Em 12 meses Goiânia 0,61 2,15 4,58 Porto Alegre 0,60 2,87 5,37 Salvador 0,56 2,90 5,79 Rio de Janeiro 0,54 3,72 6,28 Fortaleza 0,54 2,35 4,87 Brasília 0,50 2,30 5,40 Belo Horizonte 0,39 3,35 5,75 Curitiba 0,36 2,42 4,81 São Paulo 0,36 2,19 4,46 Recife 0,30 3,44 5,76 Belém 0,22 3,31 5,24 Fonte: IBGE

Elevação do preço dos alimentos fez o IPCA alcançar 5,20% em 12 meses e se distanciar da meta oficial. Em Brasília, o índice superou a média

Pressionada pelos preços dos alimentos, que subiram empurrados por problemas climáticos e pela quebra de safra norte-americana, a inflação deu um salto em julho. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou 0,43%, cinco vezes mais do que os 0,08% registrados em junho, o que levou a taxa acumulada em 12 meses a pular de 4,92% para 5,20%, interrompendo a tendência de queda que vinha sendo observada desde setembro do ano passado. Com a alta, o indicador voltou a se distanciar da meta oficial de 4,5% estabelecida para o ano. De janeiro a julho, a variação ficou em 2,76%.

No Distrito Federal, a carestia foi maior do que a média do país, alcançando 0,5% no mês passado e 5,4% na medida anual. O grande vilão do IPCA de julho foi o tomate, cujos preços avançaram 50,33%, em média, nas nove regiões metropolitanas — mais Goiânia e Brasília — onde o IBGE faz a pesquisa de preços. A greve dos caminhoneiros, que prejudicou o abastecimento, e o excesso de frio em Goiás, principal área produtora do país, foram os principais motivos da disparada.

Itens como cenoura (+17,81%) e alho (+12,27%) também mostraram elevação acentuada. "Houve também alta de outros alimentos, caso do pão francês (+1,78%) e do óleo de soja (+1,02%). São produtos vinculados a commodities, que subiram em função da quebra de safra nos Estados Unidos", explicou a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes. Com pressões de todos os lados, o grupo alimentos e bebidas cravou um avanço de 0,91% e, devido à importância que tem no orçamento das famílias, contribuiu com quase metade da inflação de julho.

Juros
Apesar do IPCA ter se desgarrado da meta oficial, técnicos do governo e analistas privados acreditam que a alta foi pontual e não deve se prolongar pelos próximos meses. Por causa disso, o mercado financeiro continua apostando que o Banco Central (BC) vai promover novas reduções da taxa básica de juros, a Selic, que já caiu 4,5 pontos percentuais desde agosto do ano passado e está hoje na mínima histórica de 8% ao ano.

A última pesquisa semanal do BC entre instituições financeiras mostrou que a maioria delas acredita em mais dois cortes nos juros: um de 0,5 ponto percentual em agosto e outro de 0,25 em outubro. Para a economista-chefe da Corretora Icap, Inês Filipa, o salto da inflação em julho pode alterar apenas a avaliação de quem esperava uma redução maior, de 0,5 ponto na reunião de outubro do Comitê de Política Monetária (Copom). "Acredito que essa alta (nos preços dos alimentos) não vai se repetir de maneira forte nos próximos meses. Foi um choque de oferta, que não é uma tendência", disse ela.

O economista Bruno Surano, da Votorantim Corretora faz avaliação semelhante. "Esse movimento de aceleração não altera ainda a política monetária, porque esses números mais altos começaram só agora e o resultado de julho foi o primeiro mais forte. As autoridades devem esperar agosto ou setembro para reavaliar a situação", afirmou. Ele aposta que os preços deverão começar a perder força a partir de meados de agosto.

» Commodities
disparam

O Índice de Commodities Brasil (IC-Br) fechou julho com alta de 7,81%, informou ontem o Banco Central. Foi a maior elevação mensal desde dezembro de 2005, quando o índice subiu 8,23%. Em junho, o índice havia recuado 1,41%. No acumulado do ano até julho, o avanço é de 8,71% e, em 12 meses, de 12,27%. Segundo o BC, o indicador de julho foi pressionado, sobretudo, pelas commodities do segmento agropecuário — como carne, soja, trigo e milho —, que tiveram alta de 10,37%. Também subiram de forma expressiva produtos da área de energia, como petróleo, gás natural e carvão.

Custo de vida nas capitais  (em %)

Em julho    No ano    Em 12 meses

Goiânia    0,61    2,15    4,58
Porto Alegre    0,60    2,87    5,37
Salvador    0,56    2,90    5,79
Rio de Janeiro    0,54    3,72    6,28
Fortaleza    0,54    2,35    4,87
Brasília    0,50    2,30    5,40
Belo Horizonte    0,39    3,35    5,75
Curitiba    0,36    2,42    4,81
São Paulo    0,36    2,19    4,46
Recife    0,30    3,44    5,76
Belém    0,22    3,31    5,24

Fonte: IBGE

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